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Sessão de 7 e 1J de Agosto de 1925

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Há problemas que são de urgente solu-

Depende da nossa boa vontade, do entendimento reciproco, a sua solução.

Repito, Sr. Presidente, não tenho nenhuma espécie de repugnância em entender-me- seja com quem for, inclusive com os monárquicos, desde que ponham acima de-tudo os interesses'do Pais.

•- Carecemos de fazer a unidade nacional e essa unidade pode fazer-se debaixo desta bandeira.

Atravessamos uma hora crítica e difícil em que problemas de ordem internacional se nos apresentam carregados de nuvens, mas eu tenho a certeza de que neste rectângulo de Portugal há corações portugueses e que na hora crítica todos acordarão e se levantarão bem alto para defender o nosso nome colectivo.

Na outra Câmara o Sr. Aires de Orne-las, a quem tive ocasião de prestar a minha homenagem, apontou, ligeiramente e em termos superiormente elevados, algumas nuvens que pairam sobre o nosso nome e futuro.

Nesta Câmara o Sr. D. Tomás de Vi-Ihena aludiu, da mesma sorte, a essas nuvens.

Se bem que não devo dar quaisquer motivos a apreensões e se não há na realidade qualquer cousa que possa pôr em perigo ou afectar gravemente os nossos interesses, entretanto o que se esboça é necessário que sirva de aviso a todos nós, pois é das lutas internas elevadas ao excesso que resulta para o mundo inteiro uma falta de confiança e descrença no futuro de Portugal.

As lutas interna? produzem sempre perante o mundo externo uma situação difícil para aquele país que vive, por assim dizer, exclusivamente entregue a elas.

Se o Governo proclama a necessidade de estabelecer a tranquilidade nos espíri-.tos, não quere dizer com isto quo os partidos façam tábua rasa das suas acções.

Fique cada um dentro do seu programa, com uma condição apenas: é que, quando se tratar do interesse nacional, todos nos unamos, pondo acima de tudo o nome de Portugal.

Apoiados.

Não vejo presente o Sr. Pedro Chaves, que falou em seguida ao Si*. Silva Bar-

reto. A S. Ex.a queria agradecer as palavras elogiosas que me dirigiu e ao Governo.

No emtahto não posso perfilhar uma opinião de S. Ex.a quando disse que o Governo fizesse tudo para fechar o Parlamento, ficando assim vi vendo mais à vontade.

O Governo desinteressa-se em absoluta desse facto.

Se o Parlamento quiser viver durante algum tempo ainda, visto que as eleições gerais têm de ser feitas este ano, e em 2 de Dezembro terão de ser instaladas as novas Câmaras, pode prorrogar a sessão-por mais algum tempo.

Somente o Governo desejaria que ela se fizesse para votar o Orçamento Geral do Estado.. , ' ' '

Se o fizer para isto. para votar o Orçamento, • para dar à vida do Estado a base indispensável, o Governo nada objectará.

Mas não para se, continuar a prolongar esta vida em que temos vivido de discutir aquelas cousas-que não são as principais, que não sào as mais;urgentes.

Eu que sou respeitador dos direitos de todos e que considero que em certas alturas esses incidentes podem ter uma grande importância, creio, e nisto estamos todos • de acordo, que não é esta a hora própria para sobrelevar a discussão do Orçamento qualquer destes incidentes, a não ser que eles digam respeito à própria vida da Nação.

Portanto não posso aceitar o conselho do Sr. Pedro-Chaves.

Falou em seguida o Sr. Procópio de Freitas, que não concordou muito com a constituição do actual Ministério.

Entendia S. Ex.a que o Ministério nesta hora devia ser um Ministério nacional presidido por uma altíssima figura de prestígio que oferecesse a todos o respeito devido à sua alta envergadura intelectual e moral.

S. Ex.a indicou o nome do Sr. Bernar-dino Machado, antigo Presidente da República, ao qual sou o primeiro a prestar a homenagem do meu respeito e amixade porque tive a honra de ser sou compã-' nheiro na Universidade, e, apesar de S. Ex.a ser o mais idoso, parecia tam moço ou mais do que nós.