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Diário das Sessões do Senado

os seus trabalhos, pode V. Ex.a contar com os meus agradecimentos no primeiro comício que realizar em Lisboa.

Voltando ainda ao Ministério dos Estrangeiros e ao Sr. Vasco Borges, eti somente desejava que esta notícia que vem publicada em jornais que, de mais a mais, não são simpáticos à República tivessem por parte desse Ministério uma nota oficiosa repondo a verdade nos seus devidos termos.

Enteado, pois, salvo melhor opinião, que o Miuistério dos Estrangeiros devia -vir a público repondo a verdade no seu verdadeiro pé, sossegando assim a opinião republicana que é muita, embora esteja divorciada muitas vezes do Poder Executivo, dizendo-lhe que as cousas se tinham passado pela maneira mais legítima e justa, e não pela iorma como o jornal a Época deseja.

Eu confesso a V. Ex.a, Sr. Presidente, que, quando H essa notícia, me sangrou o coração por ver que havia o intuito de

• menoscabar -a honra e o republicanismo •do Sr. Presidente do Ministério.

Levanto pois, aqui o meu mais vivo protesto contra esse artigo, porque sei bem que aí não se encontra o menor facto ou acto que possa ofender o Ministro aos Estrangeiros de então.

Ser-me-ia mais agradável ver, que o

• Governo contratava com republicanos de -sempre.

Mas, não poderá ser esse a ponta do

. véu por onde pego para me aproximar da

Época quando pensa atacar o Sr. JOo-

mingos Pereira, que era então Ministro

dos Estrangeiros.

O facto do Governo da República contratar com determinadas individualidades que não têm pelo seu passado a absoluta confiança dos verdadeiros republicanos não mo obriga a tomar conhecimento de escândalos dessa natureza.

Mas gostaria, repito, não para salvar a honra do convento, porque não é ne-cessaário, mas para sossegar espíritos menos conhecedores do patriotismo e republicanismo do Sr. Domingos Pereira que .o Sr. Ministro' dos Estrangeiros explicasse ao País em nota oficiosa aquilo que -a "República julga ter sido um dos maiores enxovalhes da administração republicana e sobretudo um dos maiores escândalos do Ministério dos Estrangeiros.

Posto isto, reservei para o fim uns especiais cumprimentos ao Sr. Ministro dos Estrangeiros, digo ao Sr. Presidente do Ministério. Eu bem quero continuar a chamar a S. Ex.a Ministro dos Negócios Estrangeiros. Múltiplas são as questões importantes que currem por essa pusta, como a questão das reparações e a questão do Guadiana1.

Eu bem sei que esta última está também afecta ao Sr. Ministro da Marinha, que poderia suprir quaisquer deficiências que, porventura, houvesse por parte do actual titular da pasta dos Estrangeiros, que não há, nem pode haver. Pouco importa que em 1910 não o tivéssemos encontrado a nosso lado; e que em 1911, quando da incursão de Paiva Couceiro, não soubéssemos onde ele estava.

O que sabemos, ó que depois de 1914 o actual titular da pasta dos Estrangeiros tem sido Ministro de quási todas as pastas, havendo passado pelas mais difíceis.

Deve ter o Sr. Vasco Borges uma longa experiência dos negócios públicos, que, aliada ao seu 'savoir faire e à sua muita inteligência, o ajudarão a poder resistir a todas essas intempéries que por vezes se desencadeiam no Palácio das Necessidades e que brigam com os verdadeiros interesses da República.

Agora o Sr. Santiago Prosado, hoje novel jornalista da imprensa de Lisboa, está aguardando vaga para ser nomeado titular duma das nossas legações. É provável que a reforma do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e de que é autor o Sr. Vasco Borges, surja muito em breve, e então teremos todos os homens • que têm passado pelo alto lugar de chefe do protocolo colocados definitivamente nas muitas legações que existem e nas que, porventura, serão criadas.

Os meus votos são para que o Sr. Vasco Borges se 'preocupe menos com pessoas do que com os interesses verdadeiramente republicanos.