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Diário das Sessões do Senado

lho e vontade de acertar no. actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, não contém nenhum argumento nom nenhuma indicação para considerar que S.. Ex.a não está bem nesse concerto ministerial como, uma das pessoas que hão -de trabalhar har-mòuicampnte com o resto do .Governo.

Por último fez-me V. Ex.a um. enorme favor, referindo-se a. unia acusação que certos jornais entenderam que deviam trazer desde já à cabeça do Governo para o perturbar, para dificultar a sua marcha, para criar no espírito público um ambiente de desconfiança, de irritação e de oposição.

Já que estes políticos da Eepública parecia quererem entender-se, para que a Eepública não continuasse a sofrer o prejuízo do seu velho desentendimento, já que na Câmara dos Deputados foi dada a este Governo uma maioria de três e meia dezenas de votos, era preciso que ao Governo se fizesse alguma cousa que não foi feita por parte da gente desses jornais aos Governos anteriores.

Assim, eu, que não temo nenhuma espécie de acusação, pois quem tem tido a vi,da tranquila e lavada que ou tenho 'tido não pode num momento trepidar ou esmorecer ao sentir-se deminuído, porque qualquer pessoa sem escrúpulos lhe atira toda a lama que possa ir buscar a uma sargeta, daqui atiro a esses jornais, que se publicam apenas para difamar e caluniar, o meu desafio para fazerem a prova completa da sua acusação, se ela não ó caluniosa.

Um homem que tem a sua vida aberta e limpa, a quem apenas o .podem acusar de defeitos humanos que todos os homens têem, até aqueles que conquistaram a santidade e a canonização, que não tem dúvida nenhuma em reconhecer que tem esses defeitos, mas que tem a sua consciência tranquila de .nunca ter praticado contra ninguém qualquer acto menos honesto que lhe redundasse em vantagem material ou moral, não tem medo nenhum das'calunias de gente" dessa ordem., para a qual vai o meu inteiro desprezo, bera como para .tudo o que ela possa lançar no papel.

O Sr. Ribeiro de Melo fez bem em trazer aqui êsíe assunto.

Já o Sr. Carvalho da Silva fez referência na Câmara dos Deputados, à qual

não me foi possível responder logo, mas na sala dos Passos Perdidos disse a S. Ex.a que após a votação da moção eu usaria da palavra e responderia a S. Ex.a; no emtanto dei-lhe as explicações necessárias com as quais S. Ex.a,ficou satisfeito-e não foi necessário voltar a usar da paT lavra, • -

Felizmente desta vez tive -todo o cuidado para que não se repetisse o que su-. cedeu na Câmara dos Deputados.

No Ministério dos Estrangeiros está à disposição de todos os Srs. Deputados e Seuadores o processo relativo a um contrato que eu, como Ministro dos Estrangeiros, procurei fazer por ocasião das reparações por parte da Alemanha a Portugal.

Um cavalheiro monárquico de Lisboa foi ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para me ser apresentado e fez-me uma exposição pouco mais ou menos nos seguintes termos: naquele tempo corria na imprensa e fora dela uma campanha tendente a fazer no espírito público a convicção de que Portugal não receberia da Aletnanha, por conta das reparações, cousa alguma, que a Alemanha empregara todos os esforços e fazia todas as manobras, recorrendo a todos os processos para se furtar ao pagamento das dívidas a Portugal. 0 ,

Nessa altura esse senhor disse que tinha a possibil dade de promover e facilitar o pagamento das reparações da Alemanha a Portugal por meio de um contrato particular, feito à semelhança do que tinha sido feito entre- uma empresa alemã e a Sérvia, e que, tendo exposto o assunto ao Sr. Barbosa de Magalhães, ' Ministro dos Estrangeiros, S. Ex.a parece não ter acreditado grandemente na eficácia de um contrato dessa natureza, e por isso disse que o Sr. Barbosa de Magalhães era um empata como todos os portugueses, que não fazem nem deixam lazer nada, a quem se devia esta situação em que vivemos com canais de irrigação, docas, caminhos de ferro, linjias elétricas, hotéis, etc., tudo e.m projecto.