O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 65 668

todos independentes na formulaçíto desassombrada dos seus juízos, mas possuídos do mesmo ideal de servir Portugal, e não um parti do, um grupo ou uma classe. A forma por que esta Câmara tem desempenhado as suas funções mostra bem como a representação das forças reais do País se torna expressão da sua unidade.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Na sua vida, certamente curta, para as perspectivas normais da história, ela soube já formar as suas tradições e deixar um rasto fundo na obra de reconstrução nacional que se está levando a cabo, afirmar a posse de condições de continuidade que lhe garantem ali um lugar, transformar-se, numa palavra, de aspiração em instituição jurídica, de instituição jurídica em realidade forte na vida nacional.
As corporações, que esperamos em breve sejam realidade, encontrarão nela já formado, com as suas tradições criadas, o quadro através do qual hão-de participar na vida política e dar-lhe-ão, ao mesmo tempo, a formal consagração de um valor representativo que de facto já ostenta.
Forte responsabilidade é ocupar a sua presidência!
Não posso deixar de evocar, ao toma-la, os que nela me precederam: a figura de militar valoroso, de colonialista e homem de letras distintíssimo que foi o general Eduardo Marques; o professor insigne e homem de exemplar carácter e aprumo moral, que foi o Dr. Fezas Vital - meu mestre; o Dr. José Gabriel Pinto Coelho, também professor eminente, que temos ainda a satisfação de ver entre nós; finalmente, o Dr. Marcelo Caetano, que, para ocupar um posto no Governo, teve de deixar a presidência -desta Câmara, que exerceu com o talento, o saber, o brilho, a dedicação pela função e pelo bem comum com que desempenha, porque são inseparáveis da sua personalidade, todos os cargos que ocupa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Não posso certamente ter a ambição de igualar no desempenho do cargo tais predecessores, mas espero que o meu modesto passado me autorize a afirmar-vos que, ao menos, não ficarei aquém deles em dedicação e desejo de bem servir, tirando da consciência de lhe dar tudo o que sei e posso conforto para o pesar de não poder dar-lhe mais.
Vive o País numa época de profunda renovação: a paz de que tem-gozado; a ausência de conflitos sociais que a outros afligem; o crescente prestígio externo; a reforma da sua economia; a possibilidade que estas condições lhe dão de formular novas e mais altas aspirações são, para ele, razões de confiança, apesar das preocupações que não podte deixar de causar o mundo conturbado em que vivemos.
Reforçam essa confiança a presença de um venerando e austero Chefe do Estado, que com tanta dignidade representa a Nação e que ao nosso ultramar e a nações amigas tem levado com tomto brilho as mensagens do País ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - ... e a personalidade de S. Ex.ª o Presidente do Conselho - o homem que soube dar forma concreta ias aspirações nacionais, definir com clarividência processos de as realizar e pô-los em acção com a mais perfeita fidelidade aos pensamentos fundamentais e, ao mesmo tempo, raríssimo sentido das realidades e possibilidades de acção, aliando, por forma inigulada, a firmeza na fé, a sabedoria nos juízos, a coragem e a prudência na acção.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Temos, pois, razões de confiar, apesar da hora perturbada que o Mundo vive, e essa confiança eu quero exprimir certo de que é a das forças morais, espirituais e económicas que esta Câmara representa- ao ocupar a sua presidência.
Ao acabar, e depois de em nome de todos agradecer ao Sr. Engenheiro Ferreira Dias a forma, bem própria do seu talento e personalidade, por que exerceu a presidência da Câmara neste intervalo, quero apenas repetir-vos, Dignos Procuradores, que aqui, como sempre, procurarei cumprir o melhor que puder o meu dever, dirigir com seriedade os trabalhos da Câmara, representá-la com a dignidade que lhe1 compete, defender com zelo o seu prestígio.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Sr. Presidente: - Se inais ninguém deseja usar da palavra, vou encerrar a sessão.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Está encerrada a sessão.
Eram 17 horas e 35 minutos.

Dignos Procuradores que entraram durante n sessão:

António Bettencourt Sardinha.
António da Silva Rego.
Guilherme Braga da Cruz.
João Ubach Chaves.

Dignos Procuradores que faltaram à sessão:

António Faria Carneiro Pacheco.
António Ferreira da Silva e Sá.
António de Oliveira Calem.
António Trigo de Morais.
Fernando QuintaniLha e Mendonça Dias.
Francisco José Vieira Machado.
Francisco de Melo e Castro.
Frederico Gorjão Henriques.
Guilherme Augusto Tomás.
Inácio Peres Fernandes.
Inocêncio Galvão Teles.
João Osório da Rocha e Melo.
José António Ferreira Barbosa.
José Caeiro da Mata.
José Viana Correia Guedes.
Josino da Costa.
Júlio Dantas.
Luís José de Pina Guimarães.
Manuel de Almeida de Azevedo e Vasconcelos.
Manuel Augusto José de Melo.
Manuel Fernandes de Carvalho.
Samwel Dinis.
Vasco Lopes Alves.

O REDACTOR-Luís Pereira-Coutinho.

Acórdão da Comissão de Verificação de Poderes

Acórdão n.º 44/VI

Acordam os da Comissão de Verificação de Poderes da Câmara Corporativa da VI Legislatura:
Por portaria publicada no Diário do Governo n.º 105, 2.ª série, de 5 de Maio de 1955, foi nomeado secretário