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27 DE NOVEMBPO DE 1962 171

fessáveis para a conquista e domínio dos povos livres e para a supressão de todos os anseios de liberdade nas religiões que domina.

Vozes: - Muito bem

O Orador: - Que o digam o Paquistão, Caxemira e o Nepal ou o Herderabade e os nagas, que antes e depois de Goa tem sofrido todos os malefícios e sentido na sua carne os terríveis golpes de uma política agressiva e brutal de esbulho, conquista e expansão.
Realmente, desde a ocupação de Goa que vimos assistindo, cheios de justificada indignação, ao que tem representado para os goeses a sua «libertarão» pela União Indiana Perseguições de toda a ordem, incluindo a religiosa, roubo, assassínio, terror, segregação social e racial espoliação, miséria, sofrimento o insegurança, numa palavra, escravidão completa sob o jugo absoluto das forças militares e policiai b da União Indiana, que agora administram Goa. Como consequência desta situação desesperada e insustentável, a população de Goa está procurando a todo o custo abandonai a sua terra natal, contando-se já por muitos milhares os que fugiram para a metrópole ou para outros países.
A carta enviada ao pândita Nehru pela Associação Goesa de Nairobi, constituída por várias dezenas de milhares de goeses, e os telegramas remetidos também ao Primeiro-Ministro indiano e a cada um dos Primeiros-Ministros que participaram na Conferência da Comunidade Britânica realizada recentemente em Londres pelos milhares de goeses residentes em Lisboa, mostram bem ao Mundo a trágica situação em que se encontram todos aqueles que não puderam abandonar Goa e ali estão sendo vitimas indefesas da brutalidade da ocupação indiana, que lhes nega toda a liberdade e dignidade que há longos séculos desfrutavam sob a bandeira de Portugal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Afãs a historia, no seu constante e imprevisível caminho prepara por vezes as maiores desilusões e surpresas àqueles que, esquecendo a sabedoria das suas lições, perpetraram alguns dos mais chocantes crimes contra o direito internacional erradamente confiados na impumilidade que o seu jugo duplo e a cumplicidade das grandes, nações lhes parecia assegurar.
A disputa que desde há tempos se vinha desenrolando entre a China e a índia a propósito da rectificação das suas fronteiras acabou como não podia de deixai de ser por degenerar em conflito aberto, e o «pacifista» que nos atacou com homens e meios pelo menos dez vezes superiores àqueles de que dispúnhamos em Goa, vê-se agora a braços com um poblema que não sabe nem pode resolve em face dos aguerridos soldados chinches que representam uma verdadeira Pátria e Nação e não um amálgama de povos esfomeados, divididos e desmembrados pelas suas rivalidades de castas e pela mais desumana desigualdade social, como é o caso da «democrática» União Indiana.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os falsos «apóstolos» como as falsas nações não podem existir muito tempo e Nehru cheio de tenor, contempla agora a sua possível derrocada, pois o seu império de subalimentados e de párias ameaça desmoronai se. Na sua hora de castigo, não cessa agora de bradar aos quatro ventos que a União Indiana está sendo agredida, ela que tanto agrediu os outros, mas apenas os mais
fracos, apela, desesperado e aflito, paia que sejam cumpridas as boas normas de ordem e convívio internacional, ele que sempre as apregoou com o maior cinismo para encobrir apenas os seus criminosos desígnios, mas que nunca as respeitou nem acatou, pede agora ansiosa e humildemente a amigos e comparsas que sempre trairá que lhe valham neste momento de provação, ele que ingratamente se arrogava o direito de se proclamar «neutralista» coima as nações ocidentais que generosamente o auxiliavam, procurando ao mesmo tempo insinuai-se e acamaradar com os expansionismos de Leste, com o tenebroso intuito de vir a realizai os seus ambicionados sonhos imperialistas de domínio na Ásia e na África.
Enganadas até ao fim pela fagueira ilusão que alimentavam de que a União Indiana poderia com os seus 400 milhões de miseráveis vir a constituir uma barreira eficiente contra a China de Mao-Tse-Tung - e aqui reside em glande parte a explicação do abandono a que Portugal foi votado pelos seus aliados e amigos durante a farsa vergonhosa da invasão de Goa- as grandes potências ocidentais, apesar dos avisos em sentido contraio do Paquistão amigo e aliado, persistem teimosamente sem emenda em auxiliai o sinistro pândita numa solidariedade que se afigura não poder ter qualquer possibilidade de êxito no momento em que ele está prestes a afundar-se, arrastando consigo esse país de ficção, essa manta de retalhos que é a União Indiana, que não poderá resistir ao primeiro embate sério que abale a sua estrutura falsa e frágil, reduzindo-a a escombros

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -Assim estará criado exactamente, e ao contrário do que desejavam, o melhor e mais favorável campo para a expansão chinesa, que essas mesmas grandes potências ocidentais e igualmente a Rússia que sempre teve um enorme receio do seu grande vizinho asiático, pretendiam evitar à custa da utilização do potencial humano da União Indiana. E isso explica também certas solidariedades obscuras e políticas ambíguas que, a primeira vista, nos parecem incompreensíveis.
Portugal definiu, porém, claramente a sua posição perante o conflito sino-indiano, que, aliás por sentimento e imperativo nacional, não podia sei outra, assegurando-se de que, pelas bases dos Açores, não transitai á qualquer material bélico destinado a armai a União Indiana na sua luta contra a China.
Na sua histórica e memorável comunicação, feita ao País perante a Assembleia Nacional, o Sr. Presidente do Conselho animou que a questão de Goa não tinha terminado e que em boa verdade, apenas tinha começado naquele momento. Para a União indiana começou agora também o primeiro acto da sua tragédia, da tragédia de todos os que com ferro matam e, mais tarde ou mais cedo, com ferro morrem. Muitas são as consequências que podem resultar do desenrolar dos graves acontecimentos que estão tendo lugar na fronteira sino-indiana. Para Goa martirizada talvez já comece a bulhar no horizonte longínquo uma ténue luz de esperança. A Previdência tem verdadeiramente desígnios impenetráveis.
Nas Nações Unidas, os ataques a Portugal é a sua política ultramarina continuaram e vão prosseguir na Assembleia Geral e nalguns dos seus órgãos com a discussão dos relatórios apresentados pelas várias e já famosas Comissões dos Sete e Dezassete e Subcomissão dos Cinco. Estes documentos como é do conhecimento geral, foram elaborados com base nas mais falsas e tendenciosas informações, colhidas principalmente pelos seus membros através dos depoimentos dos conhecidos «peticionários»,