1870 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 12
Calculando as variações dessas posições (V quadro n.º 52 anexo) em termos da emissão monetária do Banco e dos principais factores desta emissão, ressalta que em 1967 prosseguia o crescimento dos meios de pagamento emitidos pelo Banco, do qual, ao contrário do que se dera no ano precedente, coubera a menor parte ao valor das notas em circulação. E que, enquanto em 1966 o saldo da conta, corrente do Tesouro Público aumentara quase 1100 milhões de escudos e o dos depósitos de instituições de crédito diminuíra um pouco mais de 180 milhões, em 1967 este segundo saldo crescia cerca de 1710 milhões, por efeito, principalmente, de depósitos dos bancos comerciais (cf. quadro n.º 46 anexo), e o saldo da conta corrente do Tesouro ainda se elevava de um pouco mais de 870 milhões.
No tocante aos factores da emissão monetária, sobressaiu, uma vez mais, em 1967, o acréscimo das disponibilidades cambiais líquidas, do mesmo passo que diminuía de 640 milhões de escudos, aproximadamente, o somatório dos saldos do crédito distribuído por carteira comercial e empréstimos, caucionados.
Relativamente à evolução entre os períodos de Janeiro a Agosto de 1967 e 1968 o aludido quadro n.º 52 anexo revela um contraste flagrante nas variações da emissão monetária do Banco uma contracção de 312 milhões de escudos no dito período do ano em curso e um acréscimo insignificante em igual período do ano passado. E outro contraste se verifica nas duas grandes componentes da balança redução do montante das notas em circulação em 1967 e acréscimo em 1968, aumento, no ano findo, das outras responsabilidades. A vista (ocasionado, especialmente, pelo saldo da conta corrente do Tesouro) e decréscimo acentuado no ano corrente (devido também, em particular, a variação negativa das disponibilidades do Tesouro).
Mas nos principais factores da emissão o comportamento mostrava-se semelhante em ambos os períodos considerados aumentos quantiosos das disponibilidades em ouro e divisas e quebras acentuadas nos saldos do crédito distribuído.
Pareceria, assim, que o Banco Central, atendendo aos efeitos em 1967 do excedente da balança geral de pagamentos sobre a sua emissão monetária, e daí sobre a liquidez das outras instituições de crédito, adoptara uma política restritiva na dação de crédito, fortemente acentuada durante a maior parte do ano, mas modificada na parte final, pois que a redução do saldo do crédito distribuído, que atingia quase 1240 milhões de escudos no período de Janeiro a Agosto, descia para um pouco menos de 640 milhões. E afigurava-se que o Banco voltara a aplicar restrições ao crédito durante o período de Janeiro a Agosto de 1968, se bem que, neste período, uma grande parte do acréscimo das suas reservas cambiais correspondesse a uma diminuição de disponibilidades em ouro e divisas por parte das outras instituições de crédito.
Decresceu, na verdade, o volume das operações de redesconto e de empréstimos caucionados do Banco de Portugal durante o ano de 1967 e o período de Janeiro a Agosto de 1968, conforme se evidencia no quadro n.º 53 anexo. Mas a referida evolução resultou, do facto, de menor recurso das outras instituições de crédito ao Banco Central o quadro n.º 54 anexo mostra claramente por exemplo, o movimento descensional da taxa a de utilização pela banca comercial dos limites previstos nos contratos de empréstimo caucionados por títulos de a hipótese de tal política restritiva (...) cabalmente contraditada pelos movimentos registados na parte final do ano de 1967, acréscimos, no mês de Dezembro, de quase 480 milhões de escudos em carteira comercial e de 1120 milhões em empréstimos e contas correntes caucionados.
34. As posições dos conjuntos dos bancos comerciais constam do quadro n.º 55 anexo, pelo qual se verifica, em especial.
a) Que as responsabilidades à vista em moeda nacional ainda constituem a principal componente do passivo total, tendo a sua representação crescido de 44,7 para 46,9 por cento em 1967 para depois decair para 43,7 por cento no fim de Junho de 1968, enquanto a percentagem dos depósitos a curto prazo se elevava continuadamente dentro do período considerado,
b) Que a taxa de cobertura das responsabilidades em moeda nacional pelas reservas efectivas de caixa cresceu no ano passado, descendo muito ligeiramente no 1.º semestre do ano corrente, no passo que a relação entre as disponibilidades cambiais líquidas e as mesmas responsabilidades baixara lentamente,
c) Que a taxa de cobertura das sobreditas responsabilidades por crédito bancário reduzia-se bastante, aparentemente em 1967, para crescer um pouco no 1.º semestre de 1968 (mas, atendendo a que se ponderou quanto às «Outras operações de crédito bancário», mas razoável parece admitir que se haverá registado um movimento descensional continuado).
Determinando as variações das aludidas posições dos bancos comerciais, consoante se indica no quadro n.º 56 anexo, julga-se de notar.
a) A expansão das responsabilidades à vista e a curto prazo em moeda nacional intensificava-se entre os anos de 1966 e 1967, interessando principalmente os depósitos a ordem e outras responsabilidades à vista (ainda quando ao seu total se deduza o da conta «Saldos e outros valores sobre instituições de crédito»). Mas o reflexo de tais variações nas reservas efectivas de caixa foi bastante maior no ano findo, devido, particularmente, ao abrandamento na cadência de expansão do crédito bancário outorgado,
b) Entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 continuava o crescimento, a ritmo semelhante, das responsabilidades mencionadas acima, mas, no ano corrente, com relevância especial para os depósitos com pré-aviso ou a prazo igual ou superior a trinta dias, por efeito, ao que parece, de extensa conversão de depósitos à ordem. E no 1.º semestre de 1968 a repercussão desse incremento nas reservas efectivas de caixa foi mais sensível do que um ano antes, em consequência, particularmente, do menor crescimento do saldo do crédito bancário.
Nestas circunstâncias, julga-se de observar mais atentamente a situação de liquidez do conjunto dos bancos comerciais.
De acordo com os elementos do quadro n.º 57 anexo, o excesso das reservas totais de caixa sobre os mínimos legais decaíra de 3276 para 1565 milhões de escudos no 1.º semestre de 1967, para aumentar depois no 2.º semestre do mesmo ano a reduzir-se um pouco no 1.º semestre de 1968. Importa atentar, no entanto, em que no início de Setembro de 1967 vieram a ser modificados aqueles mínimos legais.
Ora, observando os elementos do quadro n.º 58 anexo, julga-se poder concluir que o potencial legal de crédito dos bancos comerciais era no fim do 1.º semestre de 1968 bastante superior ao que existira um ano antes, além de que, mesmo sem contar com a potencialidade constituída por disponibilidades cambiais líquidas, a sua possibilidade de recurso ao Banco Central tinha naturalmente aumentado, em virtude do que antes se analisou (cf. quadros n.ºs 51 e 54 anexos). Logo, a contenção no