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3 DE DEZEMBRO DE 1968 1865

em 1967, atingindo 8,8 por cento, foi um pouco inferior a de 1966, mas entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 a cadência do movimento acentuou-se, rondando os 4,5 por cento. E se entre os anos de 1966 e 1967 haviam sido os índices dos grupos «Bebidas e tabaco» e «Produtos manufacturados» os principais factores daquele incremento, entre os ditos semestres de 1967 e 1968 as variações correspondentes aos grupos «Alimentação», «Bebidas e tabaco» e «Combustíveis e lubrificantes» revelaram-se as mais significativas, por outro lado, segundo as origens, foram em ambos os casos os índices de preços de produtos da metrópole e de produtos do estrangeiro que fundamentalmente concorreram para a alta.
Quanto aos índices de preços no consumidor (V quadro n.º 22 anexo), enquanto em 1967 o sentido ascensional apenas se intensificara em Lisboa, se bem que ligeiramente, afrouxando nas demais cidades para que existem índices calculados (Porto, Coimbra, Évora, Viseu e Faro), o mesmo não se observava entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 as taxas de acréscimo elevavam-se fortemente em Lisboa (de 8,8 para 7,6 por cento) e em Coimbra (de l para 5 por cento) e menos sensivelmente no Porto (de 3,3 para 4,8 por cento) e em Évora (de 4,2 para 4,8 por cento), apenas se reduzindo em Viseu (de 3,6 para 8 por cento) e em Faro (de 5,9 para 4,3 por cento). E sobre os grupos dos preços cujas variações determinaram as referidas evoluções dos índices médios gerais são de citar, em conformidade com os dados do quadro n.º 22 anexo.

Em Lisboa, as altas dos grupos «Alimentação», «Habitação» (o índice deste grupo, que subira de 189,5 para 164,9 entre 1966 e 1967, passava de 152,3 para 188,4 entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968) e «Diversos»,
Em Coimbra, no Porto e em Évora, as dos mesmos grupos,
Em Viseu, os menores acréscimos nos grupos «Alimentação» e «Habitação» a ultrapassarem os efeitos das subidas mais acentuadas correspondentes a «Bebidas» e «Diversos»,
Em Faro, os maiores aumentos de preços de «Bebidas», «Alimentação» e «Diversos» a serem excedidos, nas suas repercussões sobre o índice geral, pelo abrandamento no ritmo de alta do custo da «Habitação».

Parece de concluir, então, que voltou a intensificar-se no ano corrente a tensão inflacionista, devido, principalmente, aos reflexos, nos preços da habitação, do aumento dos custos da construção; às repercussões directas e indirectas, nos preços de venda de muitos produtos, de encargos fiscais e parafiscais, aos efeitos, nos preços internos, da alta acusada nos mercados de grandes fornecedores da economia metropolitana, à subida dos preços de prestação de muitos serviços (particularmente de empregadas domésticas), e à continuidade da pressão da procura propriamente interna e da procura derivada do afluxo de turistas e das remessas de migrantes.

21. Entretanto, mantinha-se o movimento ascensional dos salários (V quadros n.ºs 28 e 24 anexos), quando não se intensificava até por forma muito sensível, como no caso dos salários rurais entre os períodos de Janeiro e Maio de 1967 e 1968. Com inteiro cabimento, por isto, se nota no relatório do projecto de proposta de lei de meios.

A contínua elevação dos salários vem acentuar o interesse da revisão das técnicas de produção, com vista a melhoria da produtividade, especialmente na
agricultura e nas indústrias tradicionais, para compensar os efeitos da subida dos salários sobre os custos de produção e os preços.

c) Balança de pagamentos e comercio externo

22. Tendo particularmente em atenção a economia metropolitana e considerando a elevada representação das importações de bens e serviços na oferta global (28,7 por cento em 1966 e 22,1 em 1967, a preços constantes), bem como a das exportações na procura global (20,7 por cento em 1966 e 20 6 em 1967), justifica-se cabalmente uma análise suficientemente pormenorizada da evolução recente da balança de pagamentos externos da metrópole, a começar pela parte das operações com o estrangeiro.
Como se vê pelo quadro n.º 25 anexo, o excedente da balança geral de pagamentos da metrópole com o estrangeiro aumentou de 1966 para 1967 um pouco mais de 1680 milhões de escudos, muito menos, contudo, do que entre 1965 e 1966. Para tal comportamento concorreu, principalmente, a balança de invisíveis correntes, porquanto o déficit comercial se reduziu apenas de 221 milhões e nas operações de capitais o saldo positivo baixou 843 milhões. E para a vultosa melhoria do superavit dos invisíveis correntes (1808 milhões de escudos), as principais contribuições foram dadas pelas transferências privadas (quase 146C milhões) e pelo turismo.
Acerca da redução do saldo negativo da balança comercial no ano passado, deve notar-se que adveio do facto de o acréscimo das exportações haver excedido o das importações. Quanto à, operações de capitais, a contracção do excedente foi determinada exclusivamente pelas operações a curto prazo, porquanto o saldo positivo das operações a médio e longos prazos, não obstante o forte incremento de reembolsos e amortizações de créditos, ainda aumentou 120 milhões de escudos.
Nas referidas operações de capitais a curto prazo (cf. quadro n.º 26 anexo), foram o acréscimo do saldo devedor dos créditos ligados a operações de mercadorias e o menor recurso a empréstimos externos a curto prazo, pelo sector privado, que ocasionaram o mencionado acréscimo (no montante de 468 milhões de escudos) de déficit entre 1966 e 1967.
Por seu turno, da evolução da balança de capitais privados a médio e longo prazos (V quadro n.º 27 anexo) entre 1966 e 1967 parece de salientar.

Nas exportações, o aumento dos reembolsos e amortizações respeitantes a créditos ligados a operações de mercadorias e a descida dos referentes a empréstimos financeiros,
Nas importações (onde os montantes de investimentos directos e de operações sobre títulos se reduziram), os acréscimos dos valores de empréstimos financeiros recebidos e, bem assim, dos créditos recebidos em relação com transacções de mercadorias, enquanto o montante das operações diversas acusava uma quebra.

Por último, cabe notar, no capítulo das operações de capitais a longo prazo do sector público (V quadro n.º 28 anexo), o efeito em 1967 dos empréstimos para a construção de navios e dos empréstimos contraídos ao abrigo do Decreto-Lei n.º 47 296, cuja importância excedeu largamente o somatório dos créditos obtidos em 1966.
Observando agora a evolução da balança de pagamentos internacionais da metrópole entre os l.º semestres de 1967 e 1968 (V quadro n.º 25 anexo), sobressai o agravamento do déficit global, por efeito do menor superavit