O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1866 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 112

dos invisíveis correntes (em que pesou a variação negativa na rubrica «Diversos») e da diferença negativa apurada na balança de capitais. De facto, o déficit comercial voltou a decrescei, em resultado da conjugação do acréscimo das exportações com uma quebra, posto que pequena, das importações.
Quanto à balança de capitais privados, nas operações a curto prazo (V quadro n.º 26 anexo), quase se compensaram o maior montante do recurso a empréstimos externos com o maior débito líquido por créditos relacionados com operações de mercadorias, e nas operações a médio e longo prazos (V quadro n.º 27 anexo) as exportações mostravam novo e sensível incremento por efeito ainda de reembolsos e amortizações, do mesmo passo que as importações se elevavam, por montante quase igual ao do acréscimo das operações sobre títulos, dadas as variações de sentido contrário e de valor aproximado nos, créditos ligados a operações de mercadorias e nos empréstimos financeiros.
Quanto às operações de capitais a longo prazo do sector público, o valor das importações reduziu-se um pouco (V quadro n.º 28 anexo), ao passo que as exportações, por virtude de amortizações de empréstimos antes obtidos, cresciam bastante.

23. Em face da evolução entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968, parece de concluir que a balança de pagamentos da metrópole com o estrangeiro não terá continuado na linha de melhoria de resultados globais que se registara de 1966 para 1967.
Entretanto, no mercado cambial, e afora os casos das moedas que se desvalorizaram no final de 1967, quer os câmbios estabelecidos pelo Banco de Portugal (V quadro n.º 29 anexo), quer os câmbios médios de compra e venda das aptas no mercado livre (V quadro n.º 30 anexo), acusavam oscilações que não mereciam comentário. Contudo, o valor médio das cotações de compra e venda da libra-ouro, que subira 2,8 por cento entre 1966 e 1967, aumentava 8,4 por cento no 1.º semestre do ano corrente, fenómeno semelhante se verificando quanto ao grama de ouro fino - acréscimos de 0,7 por cento em 1967 e de 16,5 por cento no 1.º semestre de 1968 -, a denunciar reflexos do clima criado nos grandes mercados onde é transaccionado o metal amarelo.

24. Prosseguindo na análise dos pagamentos externos da metrópole, importa observar agora o comportamento recente da balança de liquidações com as províncias ultramarinas, anotando que, por se tratar de uma balança de liquidações efectivas, não abranger á aquelas transferências que estejam aguardando oportunidade de regularização e, por outro lado, incluirá, quando do pagamento de «atrasados» dentro do período a que a balança se refira, a execução de ordens respeitantes a transacções efectuadas em períodos precedentes.
Conforme se mostra no quadro n.º 31 anexo, o excedente usual da balança de pagamentos com as províncias ultramarinas aumentou 415 milhões de escudos entre 1966 e 1967, compensando-se a maior parte do acréscimo do superavit das transacções correntes - em que pesaram, principalmente, as variações positivas respeitantes a mercadorias, turismo, rendimento de capitais e transferências privadas - pelo deficit mais vultoso nas operações de capital, em grande porte resultante dos empréstimos concedidos aos fundos cambiais de Angola e Moçambique pelo Fundo Monetário da Zona do Escudo e do empréstimo outorgado pela Companhia de Diamantes de Angola. A concessão destes créditos, permitindo a liquidação de um volume considerável de «atrasados» constituídos por aquelas províncias, veio reflectir-se naturalmente nas importâncias correspondentes a mercadorias e invisíveis correntes, parecendo de salientar apenas, quanto às operações a débito da metrópole, o acréscimo na rubrica «Estado» (quase 720 milhões do escudos) entre 1966 e 1967.
De facto, o montante das liquidações da metrópole por importações de mercadorias até decaiu um pouco em 1967, continuando de pequeno montante (cf. quadro n.º 32 anexo) as exportações de capitais metropolitanos por investimentos directos e operações sobre títulos.
Quanto à evolução entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968, nota-se que o excedente voltou a descer (mais do que duplicando), apesar do sensível aumento 110 déficit da lúbrica «Estado».
Parece de admitir, assim, que não se modificou significativamente o quadro das operações entre a metrópole e as províncias ultramarinas, continuando a avultar os excedentes da metrópole sobre Angola e Moçambique (cf. quadro n.º 33 anexo) dentro do sistema de compensação e de pagamentos interterritoriais. E o funcionamento deste sistema foi novamente afectado, no ano em curso, pelos débitos daquelas províncias, aguardando possibilidade de regularização.
Vários diplomas foram promulgados em Setembro de 1967, introduzindo ajustamentos no regime das operações. Mas, ao que parece, algumas das disposições previstas não tiveram execução efectiva, enquanto outras providências já projectadas não vieram a ser definidas. Deste modo, a situação persiste de ano para ano, o que não pode deixar de afectar o processo de integração económica nacional e o próprio prestígio das instituições.

25. Agregando as balanças de pagamentos internacionais e interterritoriais da metrópole, obtém-se a sua balança de pagamentos externos (V quadro n.º 34 anexo), a qual apresentou, entre 1966 e 1967, um excepcional acréscimo do excedente global.

ste aumento do saldo positivo final - no valor do 2521 milhões de escudos - adveio fundamentalmente, por um lado, da melhoria das operações com o estrangeiro e, por outro lado, da conjugação de uma diminuição no deficit da balança de mercadorias (1214 milhões de escudos) com um apreciável aumento no superavit da balança de invisíveis correntes (2636 milhões de escudos). Na verdade, o soldo da balança de capitais decaiu bastante, em virtude das circunstâncias atrás analisadas.
Também entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 progredia o excedente global dos pagamentos externos da metrópole, mas agora devido, exclusivamente, às operações com as províncias ultramarinas, visto que o déficit com o estrangeiro crescia fortemente. E, por grandes componentes da balança, ao mesmo tempo que se mantinha o sentido de contracção do deficit comercial e de variação negativa nas operações de capital, baixava sensivelmente o superavit dos invisíveis correntes.
Nestes termos, se é inteiramente admissível que a balança de pagamentos externos da metrópole venha a registar um novo excedente global em 1968, não se afigura provável que ele atinja- o nível, realmente excepcional, que se registou em 1967. Em todo o caso, é de salientar a continuidade na acumulação de excedentes, factor de acréscimo da liquidez efectiva na economia metropolitana, correspondendo a elevado potencial imediato de solvabilidade externa, há que ponderar, entretanto, que uma boa parte desse potencial resultou de créditos externos a amortizar ou reembolsar em próximos anos.

26. Como antes se observou, a balança comercial continua tendo, no quadro dos pagamentos externos da me-