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1868 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 112

28. A avaliar pela evolução entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968, não se afigura de admitir, como já atrás se referiu, que a balança de pagamentos internacionais da zona do escudo venha a apresentar no ano corrente um saldo global de valor aproximado do que se registou no ano passado.
Considerando agora os saldos por zonas geográficas (cf. quadro n.º 43 anexo), conclui-se que;

O aumento do superavit global da balança de pagamentos internacionais da zona do escudo entre 1966 e 1967, adveio na sua maior parte das operações com os Estados Unidos e Canadá, dado que o déficit com os países europeus da O. C. D. E. baixou apenas 671 milhões de escudos e que o excedente com o resto do Mundo acusou uma quebra de 111 milhões,
Pelo que respeita à redução do saldo positivo entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968, a determinante exclusiva foi a descida no excedente das transacções com os Estados Unidos e Canadá (666 milhões de escudos), visto que o deficit com os países europeus da O. C. D. E. se reduziu de 218 milhões e a balança com o resto do Mundo averbou uma variação positiva no montante de 226 milhões.

29. Repercutindo os mencionados resultados finais da balança geral de pagamentos internacionais da zona do escudo, o valor das disponibilidades líquidas em ouro e divisas das chamadas «instituições monetárias» elevou-se de 36 047 para 41 943 milhões de escudos entre 1966 e 1967 (cf. quadro n.º 44 anexo) e, depois, para 42 504 milhões no 1.º semestre de 1968 (cf. quadro n.º 45 anexo), ultrapassando, assim, a importância do débito médio das transacções correntes no triénio de 1965-1967. De assinalar também que no período em consideração o total de responsabilidades foi diminuindo (de 6015 para 5034 milhões em 1967 e para 4093 milhões no fim do 1 º semestre de 1968), enquanto as disponibilidades totais aumentavam 4915 milhões de escudos no ano passado e baixavam de 380 milhões no 1.º semestre do ano corrente.
Logicamente, a maior fracção das disponibilidades cambiais líquidas correspondia ao Banco Central e de reserva. Todavia, no fim de Junho último as disponibilidades líquidas dos fundos cambiais ultramarinos somavam 956 milhões de escudos, as da banca comercial da metrópole 3313 milhões e as dos bancos do ultramar 707 milhões.
Por outro lado, ressalta na composição das referidas disponibilidades a representação dos haveres em ouro e moedas convertíveis, demonstrando a elevada capacidade de utilização multilateral das mesmas disponibilidades.
No final do ano corrente, supondo que se confirmem as estimativas antes apontadas sobre a evolução da balança geral de pagamentos internacionais, o montante das disponibilidades cambiais líquidas terá ultrapassado os 42,5 milhares de milhões de escudos registados no fim do 1.º semestre. E, ainda que se ponderem, como cumpre, as obrigações respeitantes a amortizações e reembolsos de empréstimos e outros créditos externos anteriormente contraídos, julga-se que se mantém perfeitamente assegurada a solvabilidade exterior da moeda nacional.

e) Meios de pagamento e mercado monetário

30. Com base nas posições dos bancos comerciais, caixas económicas, Caixa Geral de Depósitos,, Crédito e Previdência e Banco de Portugal, o quadro n.º 46 anexo representa as situações «consolidadas» do sector monetário do sistema bancário metropolitano, ou sejam as suas posições activas e passivas em relação aos, outros sectores da economia, nos finais dos anos de 1965 a 1967 e dos 1.ºs semestres de 1967 e 1968.
Dos elementos desse quadro e com referência ao ano findo, julga-se de salientar especialmente o seguinte.
a) Na composição do passivo do referido sector monetário mantinha-se o predomínio dos depósitos à ordem e outras responsabilidades à vista (41,3 por cento), a maior parte dos quais constituídos na banca comercial e representando disponibilidades do sector privado. Em todo o caso, a representação do sector público nessa componente do passivo elevava-se a 20 por cento, por sua vez, a importância das outras responsabilidades a curto prazo em moeda nacional quase atingia 17,5 por cento do dito passivo. De notar ainda a representação do montante das notas em circulação um pouco mais de 15 por cento do total do passivo,
b) Quanto ao activo, a maior verba (77 026 milhões de escudos) correspondia ao crédito concedido, correspondendo cerca de 59 por cento a «Carteira comercial» e de 84 por cento a «Empréstimos e contas correntes caucionados». Mas as disponibilidades totais em ouro e moedas estrangeiras, somando 41 568 milhões de escudos, ultrapassavam 26 por cento do activo total.
Com algumas variações, mais ou menos importantes, de posições relativas, os aspectos principais da estrutura dos activos e passivos do mencionado sector monetário mantinham-se no final do 1.º semestre do ano corrente, nada levando a admitir que até final do período se houvesse operado qualquer modificação profunda.

31. A partir dos elementos das referidas situações «consolidadas» do sector monetário do sistema bancário nacional e agregando os valores correspondentes a moeda divisionária emitida pela Casa da Moeda, obtêm-se os quadros respeitantes aos meios de pagamento internos (V. quadros n.ºs 47 e 48 anexos).
Por esses quadros se observa, particularmente.
a) Que a representação dos meios imediatos de pagamento no stock monetário global, depois de um pequeno aumento (de 79,3 para 79,6 por cento em 1966), decrescia para 76,6 por cento no fim de 1967, continuando a diminuir no 1.º semestre de 1968 (para 72,6 por cento), por forma mais acentuada, até, do que a registada em igual período do ano passado,
b) Por seu turno, a representação dos meios legais de pagamento (emissões monetárias da Casa da Moeda e do Banco de Portugal) foi decrescendo ao longo do triénio (de 37,8 por cento em 1965 para 35,6 por cento em 1967), continuando a diminuir (para 34,1 por cento) no 1.º semestre de 1968, denunciando a criação de «moeda escriturai» pelo resto do sector monetário na sequência das suas operações de crédito e, paralelamente, a contracção do coeficiente de liquidez efectiva dos mercados do dinheiro,
c) Entretanto, a cobertura pelos saldos do crédito bancai 10 dos meios totais de pagamento - que se elevara de 66,8 paia 68,1 por cento entre 1965 e 1966 - baixava para 68,8 por cento em 1967, para subir a 66,6 por cento no final do 1.º semestre de 1968. Atendendo, porém, ao facto de que em 1967 se haverá procedido à reclassificação contabilística dos saldos de certas contas, afectando os montantes imputáveis a «Outras operações de crédito bancário», parece de supor, por um lado, que em 1967 não haverá decaído, tão significativamente, aquela taxa de cobertura do stock monetário global por crédito bancário e, por outro lado, que não se terá efectivamente registado no 1.º semestre de 1968 um acréscimo tão apreciável da mesma taxa,