1864 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 112
car refinado, de alimentos preparados para animais e de tabaco e os decréscimos nos fabricos de massas alimentícias e de cerveja,
Nos têxteis, uma expansão generalizada, praticamente a todos os tipos de fios e tecidos,
No sector de pastas e papéis, nova e muito sensível progressão na produção de pastas,
Quanto aos produtos químicos, os acréscimos referentes aos nitratos de amónio, sabões comuns e petróleos, em contraste com as quebras nos super-fosfatos de cálcio, fucl-od, gasolina e gasóleo,
Nos materiais de construção e vidraria, uma nova progressão, com excepção para o caso da produção de tijolos, ladrilhos de barro, etc, enquanto no sector dos produtos metalúrgicos de base, apenas aumentos de produção nos trefilados,
Por último, no respeitante ao material eléctrico, uma recuperação nítida na produção de fios e cabos isolados.
Esta evolução favorável da produção do conjunto das indústrias transformadoras entre 1967 e 1968 era confirmada pelos dados do último inquérito realizado pela Corporação da Indústria, onde se calculava que o índice de utilização da capacidade produtiva disponível continuava à volta dos 75 por cento, tendo, no entanto, aumentado para 33 por cento a parte das empresas abrangidas no dito inquérito que trabalhavam a plena capacidade.
Quanto à energia eléctrica (V quadro n.º 14 anexo), a produção aumentava significativamente entre os períodos de Janeiro a Maio de 1967 e 1968, mais fundamentalmente a parte da energia de origem térmica.
Finalmente, no sector dos transportes terrestres, marítimos e aéreos (V quadros n.º 15 a 18 anexos), todos os indicadores revelam, entre os l.º semestres de 1967 e 1968, a continuidade da expansão da actividade, particularmente notória nos casos da camionagem e do tráfego aéreo.
18. Da observação, feita no parágrafo precedente, das variações acusadas pelos dados estatísticos disponíveis para 1968 parece de concluir por uma relativa recuperação da actividade económica global, muito embora, conforme houve ocas ao de anotar, no confronto com a evolução em 1967 haja que ponderar-se o facto de que este ano se seguiu a um outro de afrouxamento da cadência de expansão. Parece, na verdade, que a economia se não ressarciu por completo dessa quase estagnação em termos relativos.
Por outras palavras a economia metropolitana não terá retomado ainda em 1968 a linha de tendência evolutiva vinda dos períodos precedentes, afigurando-se, mesmo, que se situa numa outra linha paralela à antecedente, mas de nível inferior, o que justificará a necessidade, atrás aludida e que foi apontada no parecer da Câmara sobre o projecto de proposta de lei de meios para o ano em curso de operar uma concentração relativa, nos primeiros anos do III Plano de Fomento, dos programas de investimento nele abrangidos. Para mais, como se viu, a evolução, nos últimos anos, da formação bruta de capital fixo não se revelou muito favorável.
Repare-se, a este respeito, que as despesas de investimento no quadro do Plano Intercalar de Fomento (cf. quadro n.º 19 anexo) decaíram acentuadamente entre 1966 o 1967 (posto que seja de considerar que os dados respeitantes a este último ano de execução ainda não são definitivos). E quanto ao programa do III Plano de Fomento para 1968 (V quadro n.º 20), os elementos informativos sobre execução dos empreendimentos, embora muito incompletos e abrangendo somente o
1.º semestre do ano, levam a concluir que voltaram a registar-se atrasos, redundando numa taxa de realização muito mais baixa do que a que seria razoavelmente de esperar depois da experiência com três planos sucessivos.
Certo é que, na porte final do ano corrente, se procurou - conforme se frisou no relatório do projecto de proposta de lei - «acelerar o apoio financeiro indispensável a realização do investimento público», ao mesmo tempo que certas «operações de financiamento, já realizadas com intervenção do Estado, tiveram como beneficiário final o sector privado da economia, para o qual se pretende canalizar maior volume de recursos a médio e longo prazo» Em todo o caso, não se julga ter sido possível recuperar a maior parte dos atrasos que, quanto ao III Plano, se estariam observando no final do 1.º semestre. E, conjugando estas conclusões com os dados de um inquérito efectuado pela Corporação da Indústria, julga-se que a evolução da formação bruta de capital fixo em 1968 não se afastou consideravelmente da tendência notada entre 1966 e 1967.
19. Prosseguindo na apreciação das oscilações das variáveis globais em 1968 e atendendo a que se terá verificado um acréscimo das importações de bens e serviços (incluindo rendimentos dos factores), ao passo que de 1966 para 1967 se averbara um decréscimo a preços constantes, pode inferir-se, ao que se julga, que o incremento da oferta global se intensificou no ano corrente.
Por outro lado, no sector da procura, ao aludido comportamento da formação de capital fixo conjugou-se um novo acréscimo das exportações de bens e serviços (incluindo rendimentos dos factores), menos sensível, talvez, do que o de 1967. Concomitantemente, o crescimento das despesas correntes do Estado não haverá sido tão acentuado como neste ano. Assentando, ainda, no pressuposta de uma acumulação de stock de diversos produtos - a justificar, em certa medida, a continuidade de pressão da procura de crédito bancário-, a ilação final é de que a expansão das despesas dos consumidores não terá sido apreciavelmente dissemelhante da registada nos anos de 1966 e 1967.
Consequentemente, prosseguia em 1968 a pressão da procura interna, em todo o caso mais por insuficiência relativa da oferta intercorrente da produção global de bens e serviços do que por excesso efectivo de tal procura - ou seja uma situação análoga à dos períodos precedentes, agravada agora e na sequência do que se verificou em 1967, pelo fraco ritmo de acréscimo da formação de capital fixo, particularmente dos investimentos mais directa e imediatamente reprodutivos.
É muito possível que elementos de informação mais completos e seguros do que os presentemente conhecidos impliquem ajustamentos na análise precedente, em particular quanto aos resultados de diversos sectores e ramos de actividade. Mas nada leva a supor que possam infirmar as conclusões gerais a que se chegou.
b) Preços e salários
20. Em parágrafo antecedente observou-se que o equilíbrio entre a oferta e a procura globais se efectuou em 1967, como em anos anteriores, a nível mais elevado dos preços. E, de igual modo, o dito equilíbrio no ano em curso ter-se-á operado no contexto da mesma tendência inflacionista, conforme se concluiu das variações dos diversos índices de preços por grosso e de preços no consumidor
Pelo que respeita ao índice geral dos preços por grosso, mostra o quadro n.º 21 anexo que a taxa de acréscimo