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3 DE DEZEMBRO DE 1968 1863

16. Analisando mais pormenorizadamente a evolução em 1967 do produto dos principais sectores da actividade económica, é de referir, em primeiro lugar, que a expansão da produção agrícola (V quadro n.º 4 anexo) resultou, principalmente, dos melhores colheitas de cereais (com excepção do arroz) - cujos rendimentos, por virtude de condições climatéricas favoráveis, ultrapassaram, ata, os do ano de 1965 - e das maiores produções de vinho e azeite. Note-se que os índices da produção agrícola (V quadros n.º 5 e 6 anexos) averbaram acréscimos sensíveis, excedendo, com excepção do caso do vinho, os índices respeitantes a 1965. E tudo leva a supor que o produto da silvicultura terá continuado a progredir.
Quanto à pecuária, a tonelagem de gado abatido (V quadro n.º 7 anexo) decresceu fortemente em 1967, ficando bastante aquém, até, do montante registado em 1965 e fazendo crer que se terá acentuado a preferência pela criação de gado leiteiro, estimulada pelas providências que foram tomadas. De resto, a criação de suínos ainda continuava afectada pelo surto de, peste africana, embora muito mais atenuado.
No sector da pesca (V quadros n.º 8 e 9 anexos), o produto global elevou-se consideravelmente, mas sem recuperar o nível de 1965, o que se deveu, principalmente, à quebra na pesca de sardinha e ao insuficiente acréscimo na pesca de bacalhau.
Pelo que respeita às indústrias extractivas, a expansão notada em 1967 proveio, fundamentalmente, de aumentos na produção de carvões e da generalidade dos minérios (V quadro n.º 11 anexo).
Relativamente às indústrias transformadoras (cf. quadros n.ºs 3 e 12 anexos) , o incremento de produção em 1967 não se repartiu proporcionadamente por todos os sectores, como, aliás, tem sido verificado em outras conjunturas. Assim, de acordo com os elementos do citado quadio n.º 12.

No sector da alimentação, bebidas e tabaco, contrastaram, particularmente, os aumentos nas produções de conservas de similares de sardinha, de arroz descascado e branqueado, de açúcar refinado, de margarinas e shortenings, de alimentos preparados para animais, de cerveja e de tabaco com os decréscimos nas de conservas de sardinha, de azeite e óleos e de massas alimentícias;
Nos têxteis, apenas se registaram acréscimos no fabrico de tecidos de lã e mistos de lã, de fibras artificiais e sintéticas e de algodão em obra;
No sector de madeiras e cortiças, salientava-se o aumento da produção de madeiras, enquanto decaíam, na generalidade, as produções de cortiças, e, no capítulo de pasta para papel e artigos para papel, sobressaía, nitidamente, o incremento no fabrico de pastas;
Quanto aos produtos químicos, as variações foram também muito diferentes para os principais produtos, sendo de referir os acréscimos respeitantes aos nitratos de amónio, superfosfatos de cálcio, fuel-od, gasolinas e petróleos, bem como as diminuições acusadas nos resinosos, sabões comuns e gasóleo;
Nos sectores dos materiais de construção e vidraria, registavam-se aumentos nos produtos de maior importância, enquanto no material eléctrico diminuía a produção de fios e cabos isolados;
No tocante aos produtos metalúrgicos de base, ao mesmo tempo que se contraía a produção de trefilados de ferro e aço e de metais não ferrosos, bem como a de laminados de aço, cresceu a de ferro-gusas e de ferro e aço fundidos;
No respeitante ao acréscimo do produto originário do sector da construção, parece que uma parte apreciável terá sido determinada pela construção de edifícios, a avaliar pelos elementos do quadro n.º 18 anexo;
Relativamente à electricidade, os elementos constantes do quadro n.º 14 anexo mostram que o aumento observado em 1967 (inferior a metade do que se registara em 1966) se repartiu, em valores aproximados, pelas duas fontes. E, no caso dos transportes, todos os indicadores disponíveis (V quadros n.º 15 a 18 anexos) apresentavam acréscimos, mais ou menos quantiosos, em todos os ramos.

17. Veja-se agora, de acordo com os elementos de informação disponíveis, a evolução da actividade produtiva da economia metropolitana no ano em curso, seguindo, primeiramente, a estimativa para o produto interno bruto ao custo dos factores, elaborada pelo Instituto Nacional de Estatística com base em dados que, na sua maior parte, não iriam além do l.º semestre.
De acordo com o quadro n.º 3 anexo, o valor do produto interno acusaria em 1968 um aumento de 5,7 por cento, em consequência, particularmente, dos acréscimos no produto originário dos sectores dos indústrias transformadoras, dos transportes e comunicações, do comércio, da agricultura e da construção Parece, assim, que se verificaria um novo afrouxamento no crescimento do produto interno. contudo, se forem confrontadas as taxas de expansão correspondentes às primeiras estimativas do I. N. E. para os anos de 1967 e 1968 (5,5 por cento no ano findo e 5,7 por cento em 1968) e tendo em conta, ainda, que a taxa para 1967 se calculara com base nos resultados de um ano (1966) em que o ritmo de actividade diminuíra, ao passo que a de 1968 se determina a partir de um valor de produto muito mais elevado (o de 1967), é-se levado a admitir um incremento mais sensível da cadência de expansão da economia metropolitana em 1968.
Atente-se, todavia, no comportamento das séries disponíveis sobre a produção para períodos homólogos de 1967 e 1968.
No sector da agricultura (V quadro n.º 6 anexo), calcula-se que a produção global de cereais excedeu, por margem apreciável, a do ano passado, mas a de tubérculos e legumes terá sido bastante inferior, admitindo-se, no relatório do projecto de proposta de lei, menores produções de vinhos e azeite, enquanto as de cortiça e resinosos deverão apresentar acréscimos quantiosos, especialmente no caso das cortiças (em fase ascensional do seu ciclo produtivo). Por seu turno, a tonelagem do gado abatido (V. quadro n º 7 anexo) cresceu fortemente entre os 1.º semestres de 1967 e 1968, devido, em particular, ao maior abate de suínos.
Quanto ao volume da pesca desembarcada (V. quadro n.º 9 anexo) , registava-se uma contracção sensível entre os mencionados semestres, consequente, em especial, da acentuação na tendência de quebra da pesca de sardinha.
Sobre a evolução da produção industrial, os índices mensais calculados pela Associação Industrial Portuguesa mostravam, entre os períodos de Janeiro a Maio de 1967 e 1968, uma progressão superior a 8 por cento para o conjunto das indústrias transformadoras, por efeito, em especial, dos acréscimos nos sectores de madeira, cortiça e mobiliário, de produtos minerais não metálicos, das indústrias metalúrgicas, metalomecânicas e de material eléctrico e das indústrias transformadoras diversas. Mas, segundo os ramos de actividade e tipos de produtos, voltavam a observar-se acentuadas divergências de comportamento, de que se salientam (cf. quadro n.º 12 anexo).
No capítulo de alimentação, bebidas e tabaco, os aumentos de produção de farinhas espoadas, de açu-