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1062 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 82

masculinos, acréscimos, respectivamente, de 13,6 e 10,9 por cento, e para os trabalhadores femininos, de 10,9 e de 13,3 por cento.

QUADRO IV

Índice ponderado de salários rurais

[Ver quadro na imagem]

Progressão muito acentuada revelam, igualmente, os índices globais de salários profissionais da indústria e dos transportes nas cidades de Lisboa e Porto que se incluem no quadro V.

QUADRO V

Índice global de salários profissionais da indústria e dos transportes

[Ver quadro na imagem]

Terá continuado, por conseguinte, a elevação dos salários reais para a maior parte dos trabalhadores, explicável aliás, em grande medida, pelas circunstâncias criadas nos mercados de trabalho. Mas a aludida evolução dos salários nominais tende a relacionar-se cada vez mais, ao que se pensa, com a dos preços no consumidor, conduzindo à formação de "uma espiral de preços-salários-preços", cuja ruptura exigirá medidas conducentes não só à melhoria da produtividade da mão-de-obra empregada, mas também à contenção de certas margens de lucro. De resto, conforme atrás se indicou, a pressão inflacionista acusada pela economia metropolitana não se resume ao tipo da "inflação por via dos custos".

4 - A balança de pagamentos e a liquidez internacional da zona do escudo

16. A balança geral de pagamentos internacionais da zona do escudo averbou, de novo em 1970 um excedente global bastante avultado, mais quantioso até do que o obtido em 1969, mas muito longe, em todo o caso, do saldo atingido em 1967 (quase 6100 milhões de escudos), ou mesmo em 1968 (um pouco mais de 4100 milhões).
Para esse excedente final, da ordem de 2500 milhões de escudos, que se constituiu no ano findo, contribuíram, sobretudo, os saldos positivos das balanças de invisíveis correntes da metrópole e do ultramar, especialmente da metrópole (em que avultam os superavits das rubricas "Transferências privadas" e "Turismo"). Na verdade, como se vê no quadro VI, persistia a formação de vultosos déficits nas balanças de mercadorias (principalmente na da metrópole) e as balanças de capitais averbavam, no conjunto, um excedente de montante relativamente pequeno.
Quanto à regularização do mencionado saldo da balança geral de pagamentos da zona do escudo, verificava-se que
a maior parte do excedente global se repercutia nas reservas cambiais do Banco de Portugal (o banco central e de reserva da zona), implicando, como adiante se verá, um acréscimo equivalente na sua emissão monetária. Contudo, as "Instituições privadas" da metrópole (bancos comerciais e outras instituições de crédito) ainda elevaram as suas disponibilidades cambiais em quase 370 milhões de escudos; e nas províncias ultramarinas ao aumento (da ordem de 400 milhões) nas disponibilidades cambiais das "Instituições privadas" contrapunha-se um decréscimo (um pouco superior a 150 milhões de escudos) nas dos "Fundos cambiais".
Analisando, por último, a evolução da sobredita balança de pagamentos da zona do escudo entre 1969 e 1970 - que se traduziu na elevação do excedente final de 1643 para 2531 milhões de escudos -, pareceu de salientar, especialmente o seguinte:

a) Apesar do impressivo acréscimo do deficit da balança de mercadorias (superior a 4100 milhões de escudos, determinado, sobretudo, pelas transacções comerciais da metrópole), o saldo positivo da balança das "Transacções correntes" elevava-se de 1594 para 1802 milhões de escudos, por virtude das melhorias nos resultados finais das balanças de invisíveis correntes da metrópole (+3035 milhões) e do ultramar (+1287 milhões).
b) Nas operações de capitais, passava-se de um saldo negativo de 223 milhões de escudos para um saldo positivo de 515 milhões, em consequência, fundamentalmente, da variação favorável (+1045 milhões) registada na balança de capitais privados a curto prazo da metrópole (na qual a curto prazo preponderam os movimentos de créditos ligados a operações sobre mercadorias).