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11 DE DEZEMBRO DE 1940 127

Foram, por proposta minha, aprovados pelo Governo esses pareceres. Somente o campo da Portela de Sacavém foi construído; o do Madalena, a pouca distância e situado a sul ido Porto, foi posto de parte. Simultaneamente com o estudo do local para o campo de aviação do Porto uma comissão, por mim nomeada, pronunciara-se pela construção da ponte da Arrábida sobre o Douro, nas imediações da Madalena, melhoramento que determinaria a urbanização da vasta zona do Campo Alegre e do planalto do Caudal, em Gaia, e que, facilitando o acesso ao campo de aviação, constituiria o ponto de partida da auto-estrada para ligação das lindas e frequentadas praias de Arcozelo, Vilamar, Aguda, Granja e Espinho.

O Sr. Presidente: - Já passaram cinco minutos . . .

O Orador: - De facto, já tomei, além da hora regimental, os cinco minutos que V. Ex.ª me concedeu, não os não desejava terminar sem me referir a factos que interessam ainda à cidade do Porto, como é o que se refere à construção do hospital escolar. E sobre este ponto permito-me fazer algumas considerações acerca do local escolhido para esse hospital, que é junto da circunvalação, talvez a 3 quilómetros do coração da cidade e afastado das duas linhas de eléctricos que atravessam aquela região, a da Areosa e a de S. Mamede.
É claro que esse hospital se destina especialmente aos doentes; mas precisa também de ser frequentado pêlos estudantes de medicina e pelas, famílias dos doentes, que hão-de querer levar-lhes o conforto da sua presença.
Imaginem V. Ex.ªs o que seria para essas famílias, na sua totalidade sem recursos, porque senão os seus doentes não iriam para o hospital, e para os estudantes de medicina, que, como V. Ex.ªs sabem, vivem quási todos em situação precária, e até para os próprios médicos, se tivessem de utilizar em tam longo percurso os eléctricos, o que representa uma despesa importante, e terem depois de palmilhar cerca de 2 quilómetros debaixo de chuva e de sol todos os dias, até várias vezes por dia.
Entendo que os hospitais, bem como outras instituições, devem estar sempre ao alcance das pessoas que os têm de utilizar.
Já nesta tribuna aludi a uma outra instituição, a um outro grande edifício que se pretendera construir no Porto, e que infelizmente não chegou a sê-lo.
Refiro-me ao Palácio da Justiça.
Algumas palavras pronunciei no sentido de pedir ao Ministro da Justiça de então, e agora nosso ilustre colega, Sr. Dr. Manuel Rodrigues, que manda-se construir aquele Palácio na parte central da cidade, onde existiam e existem terrenos disponíveis ao lado da nova Domas Municipalis, porque não obrigaria a grandes percursos como os exigidos para ir à Rotunda da Boavista, que fôra local indicado, e atenderia aos legítimos interesses do comércio portuense, que foi o criador daquela cidade.
Entendo que, quando se tratar de novas instituições, há sempre que atender, além das condições técnicas, aos interesses económicos e aos direitos legítimos de todas as pessoas que têm de utilizá-las, que, no caso do hospital escolar, são os doentes e suas famílias, os estudantes, os professores e outro pessoal.
Tenho dito.

Vozes : - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - O debate continuará na sessão
De amanhã.
Comunico a V. Ex.ª que vieram a esta Casa agradecer os cumprimentos que eu e o Sr. Dr. Albino dos reis lhes apresentámos em nome da Assemblea Nacional S. Ex.ª os Srs. Ministro da Educação- Nacional e os Srs. Sub-Secretários de Estado da Assistência Social, Finanças, Agricultura e Educação Nacional.
Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 23 minutos.

O REDACTOR - Costa Brochado.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA