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7 DE JULHO DE 1945
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É verdadeiramente digna dos maiores aplausos e louvores a acção desenvolvida pelos Srs. Ministro do Interior e Sub-Secretário de Estado da Assistência no sentido de procurar realizar as indispensáveis obras de adaptação e reorganização dos serviços de assistência, que abrangem um dos mais importantes sectores da vida da Nação.
Pelo mapa que a seguir passo a ler (mapa n.º 1) verifica-se que no ano de 1944 foi gasta pelo Estado, só em subsídios aos hospitais e outras instituïções de assistência, a soma de 19:533.844$63.
Por êste mapa também ficam a conhecer-se números representativos da importância que assumem os nossos estabelecimentos de assistência.
E assim verifica-se que as suas receitas ordinárias atingem a verba de 97:092.381$27 e as extraordinárias a de 37:371.411$98, ou seja um total de 134:463.793$25.
O impulso que o Govêrno está dando à completa remodelação dos serviços hospitalares prevê comparticipações financeiras de grande vulto, que devem, porém, ser encaradas com a maior firmeza, pois o dinheiro gasto com a defesa e conservação da saúde dos portugueses constitue, sem dúvida, despesa abençoada por Deus!
Vou entrar agora na análise do problema particular do distrito de Viana do Castelo, cujos resultados me servirão para tirar as conclusões gerais que desejo apresentar ao Govêrno.
Para isso procurarei relatar primeiro o estado actual do problema hospitalar no distrito, focando em seguida o aspecto do problema depois de uma possível reorganização.
Devo neste momento agradecer às estâncias oficiais todas as facilidades e informações que me foram prestadas, sem as quais eu não teria podido organizar estas ligeiras considerações.
Pelo mapa que passo a ler (mapa n.º 2) vê-se que no distrito de Viana do Castelo existem actualmente 35 hospitais, com 35 enfermarias, com 318 camas, e 28 camas em quartos particulares, podendo desde já ser aumentadas 68 camas nas enfermarias existentes, o que constituïria um total de 414 camas, número êste manifestamente insuficiente para uma população de cêrca de 259:000 pessoas, atendendo a que está calculado que os hospitais devem ser providos de um número mínimo de camas igual a 3 por cento do número total de habitantes da sua zona de influência, o que, no caso presente, elevaria a cêrca de 770 camas as necessárias só para o internamento.
Com a reorganização em estudo, que gira em volta de um novo hospital a construir na cidade de Viana do Castelo e do já existente em Vila Nova da Cerveira, o problema ficará resolvido, permitindo, portanto, que os doentes do distrito nêle possam ser convenientemente tratados, com vantagens de toda a ordem.
Prevê-se que a capacidade de hospitalização, depois de construídos hospitais em Viana e Ponte do Lima e reorganizados os outros com pequenas despesas, passará de 375 para 813 camas.
Quere dizer: é realmente um dos problemas mais instantes êste a que nos estamos referindo.
O exemplo de Viana do Castelo poderá prestar-se para uma generalização, que levará à conclusão de que se impõe a resolução de tam magno assunto, cujo estudo o Govêrno tam corajosamente iniciou em Fevereiro de 1944.
Pela leitura do mapa n.º 3 poderá ser feita uma idea do que há a fazer.
O que solicitamos do Govêrno?
Apenas que continue trabalhando com todo o entusiasmo, de forma a que, num futuro muito próximo, a transformação que as prementes circunstâncias hospitalares exigem seja feita, para maior prestígio de todos os que a tam importante assunto têm ligado toda a sua atenção e todas as suas energias.
E os louvores que ao Govêrno são já devidos por tudo o que até hoje se tem feito subirão até ao ponto justo de uma verdadeira consagração nacional.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem, muito bem! Mapas a que o orador se referiu e leu:
MAPA N.º 1
[Ver diário original]