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26 DE NOVEMBRO DE 1946 5

Está na Mesa uma mensagem telegráfica da Câmara dos Deputados de Buenos Aires, que vai ler-se:

Foi lida. É a seguinte:

«Señor Presidente de la Câmara de Diputados de Portugal, Lisboa. - La Câmara de Diputados de la Nación Argentina al reiniciar su labor expresa a esa h. Asamblea sus añelos de paz y amistad recíproca y envia un cordial saludo a sus componientes y por su intermedio al pueblo de esa Nación, por cuya prosperidad formula sus votos más sinceros. Saludo al Señor Presidente con mi más alta consideración. - Ricardo C. Guardo, Presidente de la h. Câmara de Diputados de la Nación Argentina - L. Zavalla Carbo, secretário».

O Sr. Presidente: - Informo a Assembleia de que imediatamente respondi a este telegrama. Mas julgo que a Assembleia, ao tomar conhecimento oficial do mesmo telegrama nesta primeira sessão, desejará exprimir à Câmara dos Deputados da nação argentina os seus agradecimentos e efusivas saudações, e bem assim os seus votos pelas prosperidades dessa culta e progressiva nação, que é uma honra da civilização cristã e cuja amizade nos é muito cara.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Alberto Cruz: - Sr. Presidente: Em 25 de Janeiro de 1945 pedi, deste lugar, ao Governo da Nação para comemorar em Maio de 1946 na cidade de Braga, berço da Revolução Nacional, o vigésimo aniversário desse glorioso movimento.
Pedi mais, ainda, que nessa cidade ficasse perpetuado o acontecimento com um padrão condigno da transcendência do feito.
Essa sugestão foi acompanhada com entusiasmo e vivamente acarinhada por todos os meus queridos colegas, que honraram então com a sua presença este alto organismo do Estado.
Não era dos melhores o ambiente político internacional nesse momento e os adversários da situação receberam a ideia com ditos de espírito e com a esperança de que os poderosos do Mundo poriam termo, com o fim das hostilidades que se avizinhava, à paz do nosso lar e, consequentemente ao engrandecimento, sempre crescente, do nosso património, com a substituição do nosso sistema político e o ostracismo dos nossos governantes.
Mercê de Deus, da criteriosa, sábia e honesta administração dos dinheiros do Estado e da forma providencial como foi dirigida a nossa política externa, durante esse catastrófico conflito mundial, Portugal foi louvado pelos estadistas mais responsáveis das grandes e pequenas potências e pôde realizar as festas do vigésimo aniversário com a grandeza, generosidade e brilho de que todos fomos participantes e testemunhas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na cidade de Braga, terra querida e abençoada onde nasci, onde habitam os que me são caros e onde repousam eternamente os que me educaram no amor de Deus, da Pátria e da Família, efectuou-se uma formidável e inesquecível manifestação, cuja vibração encheu Portugal continental e o sen Império do mais acrisolado patriotismo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-As flores, refrescadas com lágrimas de reconhecimento, caíram em cortinas contínuas e cerradas sobre as cabeças de Carmona e Salazar, retribuindo-lhes assim, embora parcamente, tudo o que têm feito, e as horas de insónia, angústia e extenuante vigilância, que, durante anos sucessivos, têm sido o pão seu de cada dia.
Braga diminuiu a sua dívida (porque pagá-la seria impossível) e depois o Porto, e por fim Lisboa, na apoteose ao venerando Chefe do Estado.
Os homens de hoje fizeram justiça aos seus dirigentes, não deixando só para a História essa admirável prerrogativa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: o Governo da Nação também aceitou a sugestão de perpetuar o grito soltado em Braga há vinte anos, que teve como consequência uma revolução sem vítimas e sem ódios, mas com um objectivo superior, que se vai alcançando diariamente, com admiração e espanto dos outros povos.
Mandou construir um estádio, que se chamará «28 do Maio», para preparar as futuras gerações, que hão-de receber das nossas mãos a herança que lhes legarmos e aumentá-la ainda mais, eternizando o nome honrado e respeitado de Portugal.
Em nome de Braga, que nesta Assembleia, com outros estimados colegas, represento, eu quero agradecer ao Governo da Nação e julgo interpretar o sentimento de toda a Câmara congratulando-me com o brilho das comemorações do vigésimo ano da Revolução Nacional.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Está na Mesa a proposta de lei n.º 68, relativa à reorganização dos estabelecimentos fabris dependentes do Ministério da Guerra. Já tem o parecer da Câmara Corporativa. Vai baixar às Comissões de Economia e de Defesa Nacional, que ficam desde já convocadas, e peço aos Srs. Deputados que compõem estas Comissões para reunirem imediatamente.
Por enquanto, não há qualquer proposta de lei preparada para ordem do dia. Estão, porém, anunciados diversos avisos prévios. Advirto os Srs. Deputados que os anunciaram de que devem preparar-se, visto que tenciono marcar dentro de pouco tempo a realização desses avisos prévios para ordem do dia.
Vou encerrar a sessão, marcando a próxima sessão para quinta-feira.
A ordem do dia será a efectivação do aviso prévio do Sr. Deputado Nunes de Figueiredo sobre as escolas do magistério primário.
Está encerrada a sessão.

Eram 17 horas e 25 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Carlos de Azevedo Mendes.
José Dias de Araújo Correia.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Alexandre Ferreira Pinto Basto.
António Augusto Esteves Mendes Correia.
António Maria do Couto Zagalo Júnior.
António Maria Pinheiro Torres.
Artur Águedo de Oliveira.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Belchior Cardoso da Costa.
Diogo Pacheco de Amorim.
Fausto de Almeida Frazão.
Frederico Bagorro de Sequeira.
Gabriel Maurício Teixeira.