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808-(144) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 100

Algodões

25. A importação de algodão em 1940 foi de 264:350 contos, sendo a maior parte proveniente de Angola e Moçambique, que enviaram para a metrópole 16:601 toneladas, no valor de 199:260 contos.
A guerra veio neste aspecto demonstrar a dependência da metrópole do Império Colonial. Se não fora a produção deste, teriam sido bem maiores as dificuldades de abastecimento.
Existe a Comissão Reguladora do Comércio de Algodão em Rama, com as receitas ordinárias em 1944 de 17:914 contos, quase todas provenientes de Taxas. Nas Diferenças de preço inscrevem-se 35:353 contos, perfazendo o total do encargo de 53:267 contos. Tudo se descreve no quadro seguinte:

[Ver Quadro na Imagem]

Fiel ao princípio de não comentar longamente as cifras no parecer deste ano, deve contudo dizer-se que a verba de 17:866 contos de taxas parece ser bastante elevada.
A indústria dos algodões concentra-se sobretudo no norte do País e atravessou um largo período de prosperidade durante a guerra e nos anos que a ela se seguiram.
Tem-se exportado grandes quantidades de produtos manufacturados a preços bastante remuneradores.
É talvez de todas as indústrias portuguesas aquela que, durante o conflito, recebeu maiores rendimentos líquidos.
Constituíram-se fundos de renovação avultados, e na verdade muitas das fábricas existentes necessitavam, e algumas ainda hoje necessitam, de profundas modificações no sentido de apetrechamento técnico. Esta indústria vai ser no futuro sujeita a forte concorrência, lago que se normalizem as condições económicas em países tradicionalmente exportadores de artigos manufacturados.
Acresce que a resolução de produzir em Angola e Moçambique artigos para consumo local há-de vir desfalcar, em escala apreciável, as possibilidades da indústria metropolitana.
O reapetrechamento das fábricas é, por consequência, uma necessidade quase decisiva. E ele terá de ser feito no sentido de reduzir ao mínimo o custo do produto manufacturado, de modo a que possa facilmente concorrer com idêntico produto de outra origem.
Muitos já terão talvez esquecido as velhas crises nesta indústria, que periòdicamente tinham de ser atendidas pêlos Poderes Públicos. Poucas vezes terá havido ocasião tão propícia à execução de medidas tendentes a reduzir ao mínimo crises como as de anos passados.

Lanifícios

26. A organização da indústria dos lanifícios compreende uma federação e cinco grémios: em Castanheiro de Pêra, na Covilhã, em Gouveia e os Grémios dos Industriais do Norte e do Sul. As receitas ao todo elevam-se, em 1944, a 4:676 contos na parte que corresponde às que se designam por ordinárias.
Os números mostram que a quase totalidade das receitas, se se excluírem os subsídios, pertence à Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios.
Nos outros organismos, por verbas fixas, apenas se cobram 51 contos e por subsídios 778 que provêm ainda da Federação.
O quadro que segue mostra as receitas dos organismos relacionados com a indústria de lanifícios:

[Ver Quadro na Imagem]