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200 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 128

QUADRO N.º 4

Ensaios biológicos

índices de nutrição sobre ratos da mesma idade

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Pão mistura

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Pão estreme de trigo

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Observação. - Ração diária de pão por indivíduo: 20 gramas; ração de água: 20 gramas.

O exame do quadro n.° 2 revela-nos que a farinha mistura, sendo inferior em substância proteica e teor em glúten à farinha estreme de trigo, é-lhe superior em hidratos de carbono e teor de gordura. Como resultante expressa em calorias, a farinha mistura revela-se ligeiramente superior à farinha estreme de trigo.
Apreciando os resultados dos ensaios biológicos efectuados sobre dezasseis crianças (quadro n.° 3), revelaram estes também uma ligeira superioridade da farinha mistura sobre a farinha estreme de trigo.
Finalmente na apreciação do quadro n.° 4, referente a outros ensaios biológicos em relação ao pão, também se nota uma ligeira vantagem do pão feito com farinha mistura em relação ao pão de farinha estreme de trigo.
Estes resultados não são absolutamente concludentes, parecendo-me que deveriam prosseguir as experiências que encetei, mas feitas com a amplitude e duração necessárias, pois por agora apenas reputo lícito concluir que as farinhas mistura, nas percentagens e com o teor de extracção que preconizo, não acarretam qualquer inconveniente nem têm menor poder nutritivo.
Isto mesmo se deduz dos relatórios dos diversos departamentos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que intervieram nas experiências e cujas conclusões passo a ler:

Conclusão do laboratório de análises da Santa Casa da Misericórdia em 27 de Janeiro de 1948:

Os ensaios laboratoriais efectuados, tanto químicos como biológicos, revelam para a farinha mistura um poder alimentar superior ao do teste. - Adelaide Sá Marques.

Conclusão dos serviços laboratoriais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa relativa a ensaios biológicos sobre dezasseis crianças da Casa Maternal da mesma Misericórdia:

Nota-se na maioria das crianças alimentadas com a mistura de farinhas um aproveitamento que se manifesta num acréscimo de peso e num aumento
ligeiro do número de glóbulos rubros e da percentagem de hemoglobina.

Laboratório de Análises, 26 de Janeiro de 1948. - Esmeralda Soeiro.

Conclusões do ensaio biológico para determinação de Índices de nutrição, realizado sobre dezasseis crianças de 5 a 11 meses na Casa Maternal da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa:

Ao ensaiar uma farinha mistura com 70 por cento de farinha estreme do trigo e 30 por cento de farinhas de milho, cevada e arroz, com o teor de extracção respectivamente de 82 por cento, 60 por cento, 50 por cento e 70 por cento, em confronto com a de trigo estreme de 82 por cento de extracção, observei que as duas são bem toleradas pelas crianças.
Na primeira não se notou qualquer perturbação dispéptica e todas as crianças apresentaram um estado geral melhorado.
O aumento de peso registado é, em relação às anteriores pesagens, comparativamente satisfatório.
É de notar que foi no sector onde se empregou a farinha de trigo estreme que se registou um caso de diarreia e outro de vómitos.

Casa Maternal, 26 de Janeiro de 1948. - Maria Cândida Gouveia.

O grau de viabilidade económica do recurso às farinhas mistura apreciei-o determinando primeiramente o valor das farinhas residuais, por comparação com o valor do milho e da cevada, em ensaios de nutrição levados a efeito sobre suínos de 5 meses da idade, cujos resultados anotei no quadro n.° 5.

QUADRO N.° 5

Ensaios biológicos

índices de nutrição sobre animais da espécie suína de 5 meses de idade

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Grupo A - Alimentados a cevada em grão.
Grupo B - Alimentados a milho em grilo.
Grupo C - Alimentados a farinha residual do milho.
Grupo D - Alimentados a farinha residual de cevada.