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9 DE MARÇO DE 1961 565

re-se, de resto, também, que nos números de 1950 ainda não figuram as balanças comerciais do nosso ultramar - e todos sabem que nelas deve ter influído como factor de peso a alta apreciável dos produtos coloniais.
Em 1950 as nossas exportações subiram de quase, 1 milhão de contos (3:953 contra 2:992 mil contos).

68. d) Balança de pagamentos. - Assim como o desequilíbrio da balança comercial responde a uma tradição portuguesa, era tradicional o equilíbrio da nossa balança económica.
Vejamos os números que antecedem a verdadeira deflagração da guerra, em milhares de contos:
Balança comercial Balança de pagamentos

1939........................ - 661 +212

Até ao fim da guerra o saldo positivo da balança de pagamentos, pelas razões sobejamente conhecidas, eleva-se fortemente:

Em milhares de contos
1940............... + 772
1941............... +3:403
1942............... +4:543
1943............... +3:016
1944............... +2:684

O declínio vai acentuar-se depressa, mercê do rápido agravamento produzido na balança comercial. Mas o pior, como já dissemos, foi que, ao contrário da tradição portuguesa, os invisíveis não bastaram para cobrir o déficit da balança comercial e a balança de contas surge, por sua vez, desequilibrada. Parece que o destino se comprove em trazer duas novidades contrárias: à rotura de uma tradição que trouxe um transitório saldo positivo numa das balanças contrapôs o aparecimento, na outra balança, de um também não costumado déficit.
A viragem de 1950 já representa o regresso aos saldos positivos da balança de contas.
Seguem os números que dão conta das duas mutações:

Em milhares de contos
1945............... + 1:914
1946............... + 509
1947............... - 2:962
1948............... - 2:966
1949............... - 1:961
1950............... + 470

69. e) Cotações dos títulos. -De um modo geral, pode dizer-se que de 1947 a 1949 há um apreciável declínio nos índices de Bolsa. Mas em 1950, a bem dizer, esse declínio quase cessou, mantendo-se relativa estabilidade. Mais um sinal da viragem.
Segue o quadro mencionado, elaborado pelo Banco de Portugal:

Índices da Bolsa de Lisboa (Banco de Portugal)

(Base: Junho de 1928 = 100)

[ver tabela na imagem]

Durante o ano de 1950 os limites de oscilação dos índices dos títulos de rendimento fixo foram: Estado, máximo 134 (Abril e Dezembro), mínimo 130 (Junho); Crédito Predial, máximo 76 (Dezembro), mínimo 70 (Maio e Junho); diversos, máximo 58 (Janeiro e Novembro), mínimo 56 (Março e Junho); índice geral, máximo 127 (Abril e Dezembro), mínimo 124 (Junho).
As variações dos índices de títulos de rendimento variável foram: bancos, máximo 256 (Fevereiro), mínimo 243 (Agosto); seguros, máximo 350 (Dezembro), mínimo 315 (Setembro); transportes, máximo 239 (Dezembro), mínimo 178 (Março); coloniais, máximo 656 (Dezembro), mínimo 558 (Junho); diversos, máximo 89 (Janeiro e Dezembro), mínimo 83 (Junho e Julho); Índice geral, máximo 179 (Dezembro), mínimo 154 (Junho).

O quadro reproduzido e as anotações que o acompanham (indicativas dos meses em que mais se acentuou ou a alta ou a baixa) são um sinal, com o seu interesse para aferir da transição que se acentuou na última parte de 1950.
A estabilidade de cotação, que se manteve durante todo o ano de 1950, pode também ser atestada com a cotação fortemente representativa do empréstimo dos Centenários, 4 por cento, de 1940, nominal de 2.000$, nos diferentes meses do ano.

[ver tabela na imagem]

70. f) Percentagem do volume do empréstimo em relação aos meios de pagamento» - Em relação aos 24 milhões de contos de meios de pagamento os 300 mil contos do empréstimo proposto representariam a ínfima percentagem de 1,2 por cento. É de toda a evidência que o problema da colocação de um empréstimo se não pode pôr nestes exclusivos termos: depende, como é óbvio, de outros factores. Mas, seja como for, a percentagem acima referida constitui, no caso, elemento interessante de apreciação.

Escusamos de dizer que os dados reunidos para apreciação do que possa representar o esboço de viragem do final do ano de 1950 têm do ser lidos com a maior reserva e prudência. Nem é fácil fazer vaticínios no ano corrente, em que tanta coisa prevista ou não prevista pode acontecer. E, para mais, a própria irregularidade do ano de 1950 constitui motivo de ponderação: basta