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572 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 139

O Sr. Botelho Moniz: - E justamente a minha experiência de muitos anos na administração de grandes empresas que me leva a tomar atitudes que, às vezes, parecem estranhas aos leigos ou menos experimentados. Foi o que sucedeu em relação ao condicionamento industrial e está acontecendo relativamente ao assunto em discussão.
Acima de tudo, pretendo que toda a administração dê como resultado a eficiência dos serviços.
Penso desta forma como chefe que sou. Sei que, se pretender centralizar demasiadamente a direcção ou comando, conduzirei a empresa à ruína.
Ainda ontem à noite o argumento que V. Ex.ª acaba de empregar me foi apresentado também pelo Digno Procurador à Câmara Corporativa Sr. Coronel Humberto Delgado. Estranhou que eu tomasse esta atitude, apesar da minha experiência de centralizações industriais. Respondi-lhe que não só tenho a prática de centralizações, mas também conheço a necessidade de descentralização, isto é, de dar a cada órgão fabril ou comercial a noção das suas responsabilidades e os meios de ser eficaz.
O que V. Ex.ª propõe quanto à aviação naval seria o mesmo que amputar a uma fábrica parte das máquinas ou serviços que ela necessita para trabalhar e os fosse enxertar noutro ponto onde essa parte não ficasse bem.
Tentamos conseguir a eficiência da Marinha e da aviação naval. Separá-las seria como se separássemos a indústria de super fosfatos da fabricação do ácido sulfúrico, que lhe é indispensável. Dal resultaria produto muito mais caro ou pior fabricado.
Conceito: nuns casos é preciso centralizar, noutros descentralizar. A ciência de organizar não se confina em. regras absolutas.. A diferença que existe entre o bom e o mau chefe, entro o bom e o mau orientador geral, provém do encontrar ou não o segredo do meio termo: é saber ou não saber até que grau devo ir a centralização.

O Orador: - Agradeço a V. Ex.ª ter-me dado motivo para completar o meu pensamento.
Evidentemente que eu não defendo a centralização completa, mas a centralização na direcção e na decisão e descentralização na execução, e no articulado da proposta de lei apresentada pelo Governo eu não vejo lá nada que possa contrariar a descentralização que for precisa.
Eu seria incapaz de defender uma proposta de lei se me convencesse de que estaria a prejudicar a eficiência de um ramo da força armada que é absolutamente essencial para a defesa da Nação, mas estou convencido, pelo que diz o artigo 7.º da proposta n.º 186, que estamos a discutir, no segundo período, que passo a ler:

Desde o tempo de paz serão, sob .a égide do Ministro da Defesa Nacional, acordadas entre o Subsecretariado de Estado da Aeronáutica e os Ministérios do Exército e da Marinha as disposições relativas à cooperação com as forças terrestres e navais;
que tudo será devidamente considerado, mesmo o técnico, para o que a Comissão de Defesa Nacional lhe introduziu um expressivo parágrafo.
Eu não posso admitir que a acção colaborante destas entidades se exerça num sentido prejudicial à Marinha e antes estou inteiramente convencido de que serão tomadas todas as disposições indispensáveis para que a Marinha se prepare em tempo de paz para desempenhar cabalmente a sua função em tempo de guerra.
Sr. Presidente: para terminar este ligeiro apontamento, direi que não entendo nem sinto que o artigo 7.º da proposta de lei n.º 186 com a alteração proposta pela Comissão de Defesa Nacional possa impedir que a Marinha só apronte para desempenhar a sua missão aero-naval com eficiência.
Se assim não fosse, eu seria contrário à sua aprovação.
Tenho dito.

O Sr. Presidente: - Visto que mais nenhum Sr. Deputado deseja usar da palavra, vai passar-se à votação.
Em primeiro lugar vai proceder-se à votação do corpo do artigo 7.º e do segundo período, sobre os quais não há nenhuma divergência na Assembleia.
Submetidos à votação, foram aprovados.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se agora à votação do aditamento proposto pela Comissão de Defesa Nacional.
Submetido à votação, foi aprovado.

O Sr. Botelho Moniz: - Requeiro a contagem.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à contagem.

Pausa.

O Sr. Presidente: - A contagem feita na Mesa acusa a presença de 60 Srs. Deputados.
Não ha, portanto, maioria para se fazer a votação.
Terá, pois, de se proceder à chamada dos Srs. Deputados.
Fez-se a chamada.

Responderam os seguintes Srs. Deputados:

Adriano Duarte Silva.
Afonso Eurico Ribeiro Carnes.
Alberto Cruz.
Alberto Henriques de Araújo.
Albino Soares Pinto dos lieis Júnior.
António Abrantes Tavares.
António Augusto Esteves Mendes Correia.
António Bartolomeu Gromicho.
António Carlos Borges.
António Cortês Lobão.
António Maria da Silva.
António de Matos Taquenho.
António Pinto de Meireles Barriga.
António Raul Galiano Tavares.
António dos Santos Carreto.
Carlos Monteiro do Amaral Neto.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Diogo Pacheco de Amorim.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.
Francisco Cardoso de Melo Machado.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
Frederico Maria de Magalhães e Meneses Vilas Boas Vilar.
Gaspar Inácio Ferreira.
Gastão Carlos de Deus Figueira.
Henrique Linhares de Lima.
Henrique dos Santos Tenreiro.
Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.
João Alpoim Borges do Canto.
João Carlos de Assis Pereira de Melo.
João Luís Augusto das Neves.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Joaquim de Pinho Brandão.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
Jorge Botelho Moniz.
José Luís da Silva Dias.
José Pinto Meneres.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Manuel Colares Pereira.
Manuel França Vigon.