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6 DE NOVEMBRO DE 1952 903

do batalhão com uma companhia de acompanhamento veio aproximar a organização da infantaria de linha da dos caçadores.

O ilustre relator do parecer da Câmara Corporativa ao afirmar que a organização de caçadores parece tender a desaparecer repete o que sempre se tem ouvido por aí desde que as unidades desse tipo existem. Distintíssimo oficial do Exército e heróico soldado da Revolução Nacional, servindo-a sempre no sentido mais alto e mais puro, sabe S. Ex.ª muito bem qual o fogo que tem alimentado os desejos da extinção de tais organizações.
Ë verdade que, há uns anos a esta parte, se ouve dizer, com certa frequência, que tendem a desaparecer em toda a parte as unidades de caçadores, acrescentando-se logo que a América, marchando na vanguarda da preparação militar, as não possui.
A loucura pelas coisas estrangeiras tem dado origem a cenas bem caricatas em todos os sectores da vida da Nação e vai às vezes tão longe, perturba tanto certos espíritos, que chega a haver quem roube trabalhos noutros países para os apresentar aqui, na nossa terra, como seus.
A cegueira pelo «bonito» lá de fora não deixa ver a verdade aos que sofrem de tal doença, e, embora nem sempre haja reservada intenção no que afirmam, não resta dúvida de que a sua ignorância se casa admiravelmente com a sua paixão pelo que no estrangeiro vêem ou julgam ver.
Ora a verdade é que todos os países que possuem unidade» de caçadores continuam a mante-las e a América, com que alguns enchem a boca a tal respeito, criou, com a organização dos combat team, um tipo similar, embora no plano da divisão.
Quer dizer: as unidades de caçadores não tendem a desaparecer e, antes pelo contrário, verifica-se uma acentuada tendência para criar organizações dessa natureza.
Se aqui estivesse o ilustre relator do carecer da Câmara Corporativa pedir-lhe-ia que permitisse que chamasse a sua atenção para factos passados entre nós, que eu não posso revelar, mas demonstrando claramente que tenho razão.
A distância entre as unidades de caçadores e infantaria de linha (servindo-me da expressão do ilustre relator do parecer da Câmara Corporativa) fica bem definida no ligeiro resumo de alguns dos meios de que dispõem e que peço licença, Sr. Presidente, para passar a ler:

Diferenças entre um batalhão de caçadores e um batalhão de infantaria (B.I.)

[Ver Quadro na Imagem].
(a) Mais de 1 000.

Diferenças entre uma companhia de caçadores e uma companhia de atiradores

[Ver Quadro na Imagem].

Quer dizer: pode tirar-se de um batalhão de caçadores um batalhão de infantaria - e ainda, sobra muita coisa -, mas o inverso é que não é possível realizar-se.
Pelo que respeita às companhias, o mesmo se observa.
Julgo terem sido analisadas suficientemente as considerações que levaram a Câmara Corporativa a eliminar as unidades de caçadores e que o assunto fica assim esclarecido, como convém.
Mas não é só pelo que respeita aos caçadores que se verifica a enorme diferença entre o mapa anexo do projecto da proposta de lei em discussão e o proposto pela Câmara Corporativa.
Um único exemplo para demonstrar o que afirmo: é proposta pela Câmara Corporativa a substituição das companhias de caçadores e de metralhadoras atribuídas à província de Macau por duas companhias de atiradores.
A diferença é tão grande que, só pelo que respeita à dotação de metralhadoras pesadas, se verifica disporem as duas companhias propostas pela Câmara Corporativa simplesmente de quatro e as outras fracções constantes do projecto de proposta de lei de vinte.
Poderá dizer-se que a última parte da base VII resolve a questão, quando diz:
As forças militares terrestres das diferentes províncias ultramarinas normalmente estabelecidas desde o tempo de paz constam do mapa anexo e terão a -constituição e composição a fixar na lei de quadros e efectivos das forças ultramarinas.
E poderá acrescentar-se: como caçadores e metralhadoras são infantaria, damos às fracções esta designação e ... depois se verá, depois se organizará.
Parece que foi baseadas nestas considerações que as Comissões de Defesa Nacional e do Ultramar votaram, por maioria, a eliminação dos caçadores e metralhadoras, substituindo essas designações por infantaria. A designação «companhia de infantaria» não identifica a fracção correspondente dessa arma. Há muitos tipos de companhia de infantaria e cada um deles tem o seu nome próprio.
Por outro lado, as dotações em armas não entram na elasticidade que se possa emprestar à base VII e tão-pouco o número de especialidades necessárias para o seu manuseamento.
Pondere-se que, se as armas e especialistas não estão nas províncias onde venham a ser necessários, levam tempo a chegar, se chegarem. E não podem improvisar-se.
Mas admitamos que ali se encontrem todos esses elementos. Então eu pergunto: porque não se organizam