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1142 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 168

documento tão meticulosamente ponderado e concebido, fixada a construção de quatro desses navios, dois de 10 000 t dw e os restantes de 12 000 t dw, tendo os de tonelagem mais reduzida sido construídos nos estaleiros
o do Arsenal do Alfeite.
Acompanhando a tendência do aumento da tonelagem dos petroleiros, a que já se fez referência, os restantes destes navios incluídos no despacho n.º 100 foram já construídos pela Soponata, com 16 800 t dw,, tonelagem que se afigurou satisfatoriamente adequada às nossas necessidades.
É de frisar que, se a grande tonelagem tem indiscutíveis vantagens sob o ponto de vista de embaratecimento da exploração, haverá de ser condicionado o justo valor dessa característica pelos estorvos que podem surgir à navegabilidade de barcos de grande calado até aos centros abastecedores e ao acesso aos respectivos portos e ainda às necessidades do País a que as unidades se destinem. Dentro destes condicionamentos se fixou, por agora, a tonelagem dos petroleiros da nossa frota Comercial naquele número, 16 800 t dw, que será também, a dos outros já encomendados recentemente.
Presentemente estão ao serviço da Nação seis desses navios, património da Sociedade Portuguesa de Navios-Tanques, L.da (Soponata), totalizando 85 000 t dw e com o porte líquido de cerca de 81 000 t, em perfeitas condições de assegurar um abastecimento anual de 800 000 t, admitindo que as actuais condições de aprovisionamento se mantêm como em 1951, em que as importações se fizeram na percentagem de 66 por cento do golfo Pérsico e 34 por cento das Caraíbas.

7. O consumo dos principais derivados do petróleo bruto 110 nosso país ultrapassou 650 000 t em 1951, verificando-se assim substancial aumento em relação a 1939, em que não se atingiu 200 000 t (capítulo V da parte I do Plano de Fomento).
E admite-se, em presença dos argumentos ali apresentados, que no futuro não se tenha por excessiva a elevação da capacidade anual de tratamento aia nossa refinaria para l milhão de toneladas.
A Soponata propôs-se constituir uma frota capaz de alimentar a nova produção da Sacor, de acordo com as indicações recebidas, não só para atender ao maior abastecimento do mercado interno, incluindo o ultramarino, mas para ter em iconta também a importação de ramas fornecidas para refinação de produtos destinados a mercados externos.
Posteriormente teve, porém, a Soponata conhecimento de que a Sacor viria a refinar, para reexportação, umas 300 000 t de produto, que, tanto no sentido da entrada (ramas) como no da saída (produtos refinados), seria transportado em barcos pertencentes ou fretados pelo cliente estrangeiro da Sacor, como constava do contrato que nesse sentido celebrara.
E, em tal conjuntura, os dois novos petroleiros de 16 800 t dw, encomendados recentemente, não os considera a Soponata necessários propriamente ao abastecimento do continente, caso o consumo aumente relativamente pouco, visto a capacidade actual, assegurada pelos barcos que já possui, ser, como se disse, próxima das 800 000 t.
É possível, pois, que, nestas condições, os referidos dois novos barcos, que poderão movimentar anualmente cerca de 300 000 t, venham a destinar-se, pelo menos durante algum tempo, ao mercado internacional (fretamento), o que, mesmo assim, beneficiará a economia do País, pelo contributo em divisas estrangeiras que tal utilização desses petroleiros poderá assegurar.

8. O mercado ultramarino não está, neste momento, ainda em condições de ser servido propositadamente por um navio-tanque, não só devido à grande dispersão dos centros a abastecer como ao seu pequeno e variado consumo e ainda à falta de instalações próprias ao armazenamento dos combustíveis líquidos. Um abastecimento em tais condições seria ruinoso à exploração de qualquer, barco petroleiro, e por tais circunstâncias é que Moçambique é ainda abastecida pelos produtos que, com destino à África do Sul, são entregues no porto da Beira, e Angola se abastece daqueles que pelo porto do Lobito seguem para o Congo Belga.
Nos quadros n.ºs 6 e 7 encontram-se coligidos dados que permitem, respectivamente, apreciar a evolução dos transportes realizados, a partir de 1948, pêlos petroleiros da Soponata, e justificar a capacidade de transporte da actual e futura frota dessa empresa nas condições do abastecimento que têm vindo a verificar-se.

9. A aquisição dos dois novos navios petroleiros, encomendados pela Sociedade Portuguesa de Navios-Tanques, L.da, fica, na totalidade (180:000 contos), a seu cargo, por aplicação de recursos próprios.
A este contributo se faz referência também no Plano de Fomento (n.º 9 do capítulo XI «Financiamento do Plano»).

QUADRO N.º 6

N/ navios e navios fretados

Combustíveis transportados e importâncias de fretes recebidas

[Ver Tabela na Imagem]