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26 DE NOVEMBRO DE 1952 4-(15)

forma a que tão prestimosa e considerada classe tenha a remuneração condigna com a sua posição social.
Mais, Sr. Presidente, que a sua velhice, o seu futuro, fiquem definitivamente assegurados com uma pensão de reforma, como a ela têm direito os médicos municipais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Em mãos boas e limpas estão entregues as resoluções das mais prementes necessidades a satisfazer.
E ao trazer a esta Câmara o conhecimento, possivelmente não ignorado por alguns de VV. Ex.ªs, Dignos Procuradores, muito menos por V. Ex.ª, Sr. Presidente, de como se encontra sacrificada a classe médica prestando serviços nas Casas do Povo, confio e espero que para ela se tomem as providências bastantes, para que se não confesse o arrependimento de se terem queimado pestanas e olhos, num estudo aturado e profundo de pelo menos, treze anos, quando, afinal, a situação financeira dos que precisam de trabalhar com mais facilidade se resolveria com a prática de pouco mais de um ano num bom cabeleireiro de senhoras.
Sr. Presidente: ainda sobre a vida interna das Casas do Povo, e pelo que respeita à escolha dos seus dirigentes, quero manifestar nesta Câmara a minha opinião, aliás, talvez a da esmagadora maioria, senão da totalidade, das pessoas que têm amor e carinho por estas instituições.
Numa reunião havida há anos na delegação do Instituto Nacional do Trabalho na Covilhã com os diferentes dirigentes das Casas do Povo do distrito de Castelo Branco, e a convite do então Subsecretário de Estado das Corporações, Dr. Castro Fernandes, não hesitei em me manifestar abertamente contrário a eleições nestes organismos.
O nosso trabalhador não conserva a independência necessária para escolher os melhores de entre os bons.
Dependendo muitas vezes e quase sempre das casas onde trabalham, servem, não a sua vontade, mas o seu senhor.
Daí exercerem o seu direito de voto sem direito algum.
Votam como lhes impõem.
Assim, ou elegem uma direcção que conduza o barco à deriva, porque é necessário que ele naufrague, para que se não gastem mais umas dezenas de escudos com a manutenção de uma Casa do Povo - com o esquecimento total de que ela procura o caminho para salvar física e moralmente os seus trabalhadores, os que os enriqueceram -, ou fazem eleger uma direcção que não corresponda aos supremos interesses do organismo em referência.
Porque não confiar a escolha de comissões administrativas das Casas do Povo ao conhecimento que dos homens têm nas suas regiões, os governadores civis o delegados do Instituto Nacional do Trabalho?
Esta a observação que em tal reunião, na Covilhã, fiz ao Subsecretário de Estado das Corporações, nesse tempo o Sr. Dr. Castro Fernandes.
Nas aldeias as eleições entre os próprios podem conduzir a surpresas desagradáveis.
Sr. Presidente: vão longas as minhas considerações e há que terminá-las.
Antes, porém, de o fazer quero afirmar que o realizado e a realizar foi e é possível porque temos ordem e paz, trabalho e vida cristã.
Arrumada, a casa política e financeiramente - com os olhos postos no bem da Pátria por parte dos que são portugueses; com o aval, para a manutenção da ordem pública nas ruas, e até mesmo nos espíritos, por parte do nosso glorioso Exército, que escreveu uma das mais brilhantes páginas da sua história, que ficará marcada a letras de oiro nos anais da vida nacional, com a arrancada briosa e patriótica de Braga -, tudo se fará neste torrão querido às nossas almas.
E tanto se faz, que neste momento, em barco português, conduzido por oficiais portugueses, com as honras devidas à altíssima misão de que foi encarregado, prestadas por portugueses, vai a caminho de Goa, como Legado de Sua Santidade o Papa Pio XII, para assistir às cerimónias comemorativas do 4.º centenário da morte de S. Francisco Xavier, o Eminentíssimo Cardeal Português Senhor D. Manuel Gonçalves Cerejeira, por cujo êxito da sua viagem elevamos o coração ao alto.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Tudo o mais é, será possível, porque no momento em que Portugal, à beira de um abismo político e financeiro, poderia perder a própria independência, apareceu Salazar, escolhido e indicado pela Providência para nos conduzir e salvar.
E apesar do muito que lhe queremos e devemos, porque ele é bem português, não nos causará ciúmes que, pela agudeza da sua visão dos problemas internacionais, no grave momento que o Mundo atravessa, tenhamos de concordar que ele, mestre na política do Mundo Ocidental, deixe de ser o Salazar português, para ser o Salazar internacional.
Tudo é e será possível, mesmo o que se julgava impossível, porque Salazar não se engana e realiza, sem promessas, mas com actos, o seu famoso programa definido na Sala do Risco.
Sr. Presidente: juntemos à voz do ilustre Deputado Sr. Pinho Brandão, quando na Assembleia Nacional apresentou a ideia da construção da grande ponto de Lisboa, como marco indelével desta época, as nossas vozes, para que, imortalizando a vida do maior português dos últimos séculos, as gerações vindouras tenham orgulho de pronunciar, como nós hoje o fazemos, o nome de Salazar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E demos a conhecer às crianças das escolas o magistral artigo «O Homem e a Nação», publicado no conceituado jornal Diário de Notícias, do distinto diplomata, escritor e insigne jornalista Dr. Augusto de Castro, e de que leio as primeiras vinte e oito linhas, não porque VV. Ex.ªs as ignorem, mas para que fiquem ressoando hoje e sempre nas abóbadas deste magnífico Palácio:
«A bibliografia política e literária sobre a figura e a obra de Salazar está tomando no Mundo proporções consideráveis. Depois do livro notável de Christine Garnier, publicado em Paris e consagrado à personalidade íntima do estadista, anuncia-se a próxima edição por um outro grande editor francês, Fayard, de uma colectânea da doutrina e pensamento Salazarianos, através dos discursos, exposições e acção do Chefe do Governo Português.
Pode dizer-se que, continuamente, na imprensa diária mundial, como nas revistas e publicações de todos os países e em todas as línguas, uma imensa vaga de curiosidade e prestígio públicos elevou a um primeiro plano de celebridade internacional o nome do homem considerado hoje um dos «Mestres do Ocidente».
A glória de Salazar deixou de ser um património português para assumir uma projecção universal que excede as fronteiras da actualidade política».
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!