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16 DE DEZEMBRO DE 1952 393

das. Em 1950 havia já 10 773 volumes e de então para cá muitos mais foram adquiridos; Finalmente, os cursos especializados, que funcionam nos centros universitários e junto de algumas delegacias (cursos de línguas vivas, filosofia,, história de arte, música, canto, modelação, tecelagem, alia cozinha, corte e costura, etc.).

Entre as manifestações de carácter cultural que a Mocidade Portuguesa Feminina tem proporcionado às suas filiadas conta-se, como a de maior relevo, o cruzeiro à África, que se efectuou no Verão de 1950. Magnífica embaixada cultural e artística foi essa viagem, que levou aos portugueses de além-mar uma demonstração do rejuvenescimento operado na nossa pátria pela obra do Estado Novo, rejuvenescimento que se fez sentir na alegria, distinção e aprumo de uma centena de raparigas, formadas no espírito novo que informa já hoje as nossas escolas.
Para as filiadas que nele tomaram parte o cruzeiro foi uma lição viva do passado glorioso de Portugal em África, do seu presente de grandes realizações, uma certeza do seu futuro.
O carinho e compreensão dos Portugueses, e até dos estrangeiros cujos países visitaram, a beleza estranha dessas terras distantes, o sentido histórico dos numerosos monumentos que lhes foi dado ver, a acção civilizadora das nossas missões, o esforço gigantesco dos colonos, tudo contribuiu para dar às componentes do cruzeiro
A consciência da nossa grandeza como nação, que as fez regressar mais orgulhosas da sua pátria e mais fortes aia sua fé.
Para os portugueses de além-mar o cruzeiro foi uma mensagem de ternura e carinho da Mãe-Pátria, levada a África nos corações das nossas raparigas. Por isso as cumularam de gentilezas, cobriram de flores, encheram de ânimos e regaram de lágrimas os caminhos que elas trilhavam. É que ao estender os braços às raparigas da Mocidade era Portugal que os portugueses de além-
mar glorificavam!
Encurtou-se o caminho que nos separava, estreitaram-se os laços que mós uniam.
O cruzeiro foi tudo isto, Sr. Presidente, e foi mais ainda. O cruzeiro foi uma embaixada diplomática que levantou alto o nome de Portugal, não só em terras do nosso ultramar, como nos países vizinhos e amigos em que se apresentou. A imprensa desses países referiu-se-lhe em termos encomiásticos, e com ele foi exaltado o nome de Portugal.
O jornal Eco do Katanga, num dos vários artigos em que se ocupou do cruzeiro, dedicou-lhe um de fundo, encimado com este título «La jeunesse portugaise feminine à Elisabethville. À quand les Belges?».
Peço a VV. Ex.ªs me permitam ler alguns passos de uma carta que o cônsul de Portugal em Léopoldville, Dr. António Novais Machado, enviou à respectiva Secretaria de Estado, pedindo a passagem do cruzeiro por aquela cidade, e de que quis ter a amabilidade de me enviar cópia:

A passagem do cruzeiro da Mocidade Portuguesa Feminina foi nestas duras paragens africanas si embaixada mais representativa da alma de um Portugal que até muitos portugueses desconhecem.
Em vez de formação para-militar em uniforme, os belgas do Catanga reconheceram entusiasmados que recebiam autêntica embaixada cultural portuguesa ...
Se para nós, Portugueses, foram de orgulho legítimo as horas breves do Catanga, para os Belgas foram lição. Lição de sentido colonial e, o que mais é, lição de pedagogia.

Na catedral de Elisabethville, o bispo de Catanga, Monseigneur Hemptine, apontou aos fiéis Portugal como exemplo, agradecendo-lhe a criação da Mocidade Portuguesa Feminina, organização que definiu de «para-familiar».
As missões religiosas femininas de Elisabethville pediram às dirigentes os estatutos da organizarão, a fim de criar no Catanga algo semelhante.
O padre superior das missões, Scheut, quis pessoalmente encarregar-se de descer e levantar o pano do proscénio durante as duas récitas, considerando-se honrado de fazê-lo.
Tudo isto prova do excelente comportamento do cruzeiro, que conquistou Elisabethville pela sua graça, disciplina, amabilidade e cultura.

E mais adiante, defendendo ainda a passagem do cruzeiro por Leopoldville, diz também:

ortuito caminho para Moçambique, fadou-a, (Elisabetliville) desta vez a presença de um Portugal diferente da imagem por lá criada e crescida dos rudes mineiros portugueses, que, desta vez, mal sabiam aplaudir por só saberem chorar de emoção.
Poucos mais eram do que uma meia centena no total, uma meia centena que teve o gesto lindo de oferecer e pagar uma recepção em honra do cruzeiro e das autoridades locais. E será mais belo acrescentar que, pela primeira vez, todo o alto snobismo belga enriquecido foi hóspede satisfeito da nossa modesta gente do Catanga.
Um outro pormenor dará ainda ideia do geral entusiasmo: o adido comercial dos Estados Unidos ofereceu uma recepção em honra das dirigentes da Mocidade Portuguesa.

O cruzeiro foi um acto de acertada política ultramarina, apontado nas terras estrangeiras que visitou como um exemplo a seguir pelos outros, países ultramarinos. Dois nomes ficam ligados para sempre a esta magnífica jornada da Mocidade, e, referindo-os aqui, quero prestar-lhes homenagem sincera e comovida do meu coração do portuguesa e de mulher: os dos nossos ilustres colegas. Srs. Capitão Teófilo Duarte e Comandante Sarmento Rodrigues.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - Referi-me já à assistência prestada pelas filiadas em actividades organizadas nos centros e integradas no plano de formação social da Mocidade Portuguesa Feminina. Ocupar-me-ei agora da assistência, que a Mocidade Portuguesa Feminina presta às suas próprias filiadas, assistência desenvolvida apenas na medida em que pode facilitar a acção, educativa que caracteriza a Mocidade Portuguesa Feminina.
Um simples apontamento sobre as várias modalidades que esta assistência reveste:

Assistência clínica, prestada nos campos de férias, lares s casas da Mocidade, e mesmo nos próprios centros, às filiadas mais pobres;
Bolsas de estudo para universitárias, concedidas pelo Comissariado, compreendendo propinas, livros e, para as filiadas da província, instalação gratuita no Lar de Santa Maria, em Lisboa. Com estas bolsas - as instrutoras compreendidas - o Comissariado despendeu até hoje cerca de 1:500 contos;
Bolsas de estudo para estudantes dos ensinos secundários e primários, oferecidas à Mocidade Portuguesa Feminina pelas direcções, dos colégios do País: 1 274 bolsas de 1942 até hoje;