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448 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 186

obras ou empresas anunciadas e haver lugar para a sua alteração conforme as receitas, o que aliás é perfeitamente razoável.
O problema ultramarino. - Tratei apenas da metrópole. Não mo foi possível entrar no pormenor do programa ultramarino. Por duas razões: a primeira deriva da minha concordância, com quase todos os seus aspectos, sobretudo aia parte relativa a Angola o a Moçambique. São províncias que estão muito dentro de todos nós.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Todos lá temos, no (presente, ou tivemos, no passado, um pouco do nosso sangue.
Elas estão mostrando com o seu progresso, a sua ânsia de triunfar de tantas desilusões do Mundo, a fibra da nossa raça.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Todos nos sentiríamos felizes por poder fazer mais do que a proposta prescreve, mas as circunstâncias silo Mais poderosas do que a vontade dos homens.
Há, em todo o caso, numa e noutra costa, iniciativas que, embora fora do programa actual, merecem ser ajudadas, e estou convencido o serão quando vistas em bases sérias, razoáveis e económicas. Citarei, para não mencionar outras, a questão dos betumes e asfaltos, idas carnes e do peixe em Angola, do tabaco, do chá, das fibras industriais e da pecuária em Moçambique.
Depois de concluído o sistema de comunicações que se preconiza, e à que liavorá que acrescer as estradas, depois de tomadas as medidas respeitantes à preparação de terrenos para povoamento, já haverá bases para novas empresas de grande envergadura.
K s-neguei ao fim (com mágoa de ter tomado tanto tempo à Câmara. Mas, antes de terminar, deixa ainda duas palavras - e essas são de agradecimento e louvor.
Acredito há muitos anos nas ideias do planeamento. Com este diploma o Governo começa a dar satisfação u uma política que considerei sempre essencial si vida de nosso país.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Documentos desta natureza nunca sao perfeitos - pois a perfeição não existe na Terra. Se a proposta Vozes: - Muito bem !
O Orador:-Agradeço ao'Governo o ter tomado unia decisão que não há muito tempo poderia ser considerada revolucionária. Existem incompreensões sobre us ideias-mestras do planeamento. Será bom nunca esquecer que o homem é o fulcro central de toda a obra que nele se contém. A própria humanidade se confunde com o seu significado.
C) homem vive de anseios morais e materiais. Os que têm por missão executar um plano nunca devem esquecer que o seu objectivo fundamental é a vida - é a dignificação da pessoa humana.
Vozes: - Muito bem!
C) Orador: - Ele subordina-se, ou deve subordinar-se, à vida moral do homem: às suas crenças, aos seus anseios intelectuais, à sua sensibilidade.
Os resultados de uni plano devem distribuir-se pelo' maior número, devem repartir-se equitativamente, devem ter como objectivo reduzir a miséria, atenuar a degradação, distribuir ao maior número o suficiente para que a sua vida seja digna.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Outro ponto que me parece útil relembrar é este: um plano não pertence a um homem ou a um grupo de homens - um plano integra-se na Nação, pertence à Nação. Todos têm o dever de ligar as suas peças, tratar cada uma delas como se fossem as peças de um todo, e não retalhos dispersos.
Dentro do planeamento não cabem ambições, nem vaidades, nem teimosias. Não podem mesmo ser consentidas. Se o plano tende ao bem comum, todas as fraquezas humanas, frágeis e passageiras, que tantas vezes envenenam o espírito e são causa de resoluções ou atitudes prejudiciais, devem ser inexoravelmente arredadas da sua execução.
Julgo que este país pode atingir, com o tempo e uso inteligente dos progressos da civilização, um grau de prosperidade muito mais elevado do que o actual. Ponto é todos nós nos compenetrarmos de que somos os continuadores de uma obra que a Raça vem realizando há muitos séculos e que, estou convencido, há-de continuar a realizar-se ainda por muitos outros.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Nesta altura do debate é muito difícil dizer alguma coisa pertinente que já não tenha sido dita ou que, se o não foi ostensivamente, não possa ver-se no quadro que serviu de fundo às reflexões feitas.
Não irei fazer um resumo do que se afirmou, nem analisar especificadamente cada uma das críticas produzidas.
Suponho poder dizer que todos reconheceram o alto valor do Plano proposto, quer na sua projecção política, quer na sua projecção sobre a economia nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Com todos me associo à teoria dos louvores com que o Plano foi acolhido e à atitude de respeitosa homenagem que exteriorizaram diante do homem que tornou possível as grandes coisas a que temos assistido e a que continuaremos a assistir.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mais do que de uma atitude de respeitosa homenagem, trata-se de uma atitude de devoção patriótica. Quem busca reintegrar a Pátria nos caminhos da sua vocação histórica, adaptando ao tempo e aos processos que os progressos da civilização descobriram o génio da nossa raça, bem merece da Pátria.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Trata-se de um plano de realizações materiais. A actuação sobre o espírito é antes uma resultante de um longo trabalho de educação que ressalta dos métodos da acção e da atitude' que estes revelam diante dos grandes problemas do homem, da sociedade e do sentido da vida e não cabo nas alíneas concretas de um plano.