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20 DE MARÇO DE 1953 953

cia educativa de quem tem na vida maiores responsabilidades sociais?

Vozes: - Muito bem!

O Orador; - Não estaremos nós a preparar aldeias indisciplinadas e inteiramente ingovernáveis num futuro mais ou menos próximo?

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Se se fizer uma séria investigação sobre as condições em que decorre a vida, em todos os seus aspectos, nos bairros que já existem para uma só classe, estou certo de que se reconhecerão os seus inconvenientes e se sentirá a urgente necessidade de aproximar mais e pôr em contacto íntimo, confiante, verdadeiramente fraterno, os homens de todas as categorias e de todas as condições; e de tal maneira que, convencidos da especial função que a cada um cabe na vida, todos se dêem as mãos para o maior bem-estar comum.
Mas então - perguntar-se-á - como resolver o problema da localização das casas para trabalhadores, cuja construção estamos preconizando com todo o fervor do nosso espírito?
Suponho não ser difícil encontrar dentro dos agregados populacionais pequenos locais dispersos e inaproveitados onde possam fazer-se as projectadas e desejadas construções, singularmente ou por pequenos grupos, mas perfeitamente integradas no conjunto da vida colectiva.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - De resto, não há dificuldades insuperáveis para quem sabe seriamente querer e decididamente lutar.
Faltará, é certo, a este sistema de realizações o aspecto aparatoso que o sistema de bairros oferece. Mas isso, que é coisa de superfície, não interessa. O que interessa e importa sobremaneira é ir até aos alicerces mesmos da vida e robustecê-los por forma inabalàvelmente segura.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Construir para o futuro, construir para a vida!
Eis, Sr. Presidente, o grande cuidado que deve dominar o pensamento de todos os obreiros do interesse e renovação nacionais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Ao Sr. Ministro das Obras Públicas, a cuja superior inteligência e admirável actividade o País deve benemerências sem conto, confiadamente se oferece este aspecto interessante de um problema, que, sendo de viva e flagrante actualidade, reclama solução conveniente.
Aqui ficam, Sr. Presidente, as modestas considerações que sobre tão grave assunto julguei do meu dever trazer a esta tribuna.
Há nelas um pensamento dominante que - devo frisar- não é meu. É da Igreja ....e conta séculos.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Em virtude do adiantado da hora, vou encerrar a sessão. Amanhã haverá duas sessões, uma de manhã, às 10 horas e 30 minutos, para continuação do debate deste aviso prévio; a outra, à hora regimental, tendo como ordem do dia o aviso prévio do Sr. Deputado Cerqueira Gomes.
Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram, durante a sessão:

Daniel Maria Vieira Barbosa.
Délio Nobre Santos.
Henrique dos Santos Tenreiro.
José Pinto Meneres.
Manuel Maria Múrias Júnior.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Alberto Cruz.
António Júdice Bustorff da Silva.
Artur Proença Duarte.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Carlos Mantero Belard.
Joaquim de Moura Relvas.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
José Cardoso de Matos.
Manuel Cerqueira Gomes.
Manuel de Sousa Meneses.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

O REDACTOR, - Luís de Avillez.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA