O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 58 (154)

derão atingir a restauração da Europa e o equilíbrio do Mundo.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Entre numerosos expoentes do escol de além-Atlântico -e tive ensejo de os conhecer e de os ouvir há dois anos, quando da viagem que ali me levou, integrado na missão cultural ao Brasil- estou certo de que existe a plena consciência do valor do alcance da batalha em curso. Ainda há pouco, nas celebrações do IV Centenário da Fundação de S. Paulo, sob a égide de Portugal e da Companhia de Jesus, essa consciência teve novas oportunidades de se manifestar e confirmar.
Assim, em ambos os países, sabemos o que é, o que tem de ser, a comunidade luso-brasileira, se quiser trazer ao Mundo aquilo de que o Mundo necessita pura salvar-se.
Tenho confiança em que, dado agora o primeiro passo, não vá deter-se mais a nossa acção comum de apostolado e de reconquista - à luz daquelas verdades da fé e daqueles conceitos morais e sociais que edificaram a lusitanidade atlântica de 1500 e que não eram de um povo ou de uma época, pois condensavam os rumos, superiores aos tempos e ás gerações, em que terá de buscar-se a salvação do homem na medida em que é homem, votado a fins e aspirações que o transcendem!
Anuncia-se no horizonte um ciclo dramático em que será, de facto, preciso voltar às campanhas, árduas mas gloriosas, do apostolado e da reconquista. Pressinto que nos mostraremos -tanto Portugueses como Brasileiros- dignos do que essas novas campanhas exijam de nós!
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito comprimentado.

O Sr. Marques Teixeira: - Sr. Presidente: ao usar pela primeira vez da palavra na presente sessão legislativa é-me imensamente grato renovar a V. Ex.ª o preito da minha mais rendida homenagem de viva admiração, distinto apreço e profundo respeito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: ouvimos ontem, maravilhados, mas não surpreendidos, mais uma notável exposição do Sr. Presidente do Conselho. Salazar falou pouco, mas disse muito, disse tudo, Mestre que também é na construção das grandes sínteses, e na elevação do pensamento, na nobreza dos sentimentos, na beleza das ideias contidas no puro vernáculo da sua linguagem ficou mais uma vez impressa a nota consabida do seu espírito de eleição, singular dom de Deus que S. Ex.ª sempre tem posto ao serviço da Pátria - da Pátria e do Mundo.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - Sr. Presidente: pelo amor que consagro ao Brasil e pela justiça que devo aos Governos dos Estados Português e Brasileiro, não quis dispensar-me de subir a esta tribuna para assim traduzir o meu estado de alma ante a compreensão do espírito que anima o Tratado de Amizade e Consulta entre Portugal e o Brasil, ora sujeito à apreciação desta Assembleia. E um tropel de sentimentos, altos e nobres, agita-se no meu coração e uma multidão de ideias, grandes e elevadas, povoa-me o pensamento! E, por si só, edificante, Sr. Presidente, a leitura das cláusulas .em que se desdobra o admirável instrumento diplomático firmado em 16 de Novembro do ano findo pelas chancelarias dos dois países.

Nele se encerra um fecundo manancial de ideias forças que podem insuflar e basilar a actuação dos dois estados entre si e nas relações com o Mundo. A gama de afinidades étnicas, religiosas, espirituais, culturais e linguísticas que desde sempre, mesmo a partir de 1822, têm apertado os laços de compreensão, estima e afecto recíprocos do Portugal da América e do Brasil da Europa ostenta agora um reforço e uma cobertura jurídico-política que decalca as realidades vivas em que as duas nações irmãs se enquadram e se integram.
Surge, enfim, em toda a sua pujança, plena de inequívocas certezas e pletórica das mais promissoras virtualidades a grande comunidade luso-brasileira, que è esteio vigoroso da mais íntima comunhão e proveitosa entreajuda para os dois povos de aquém e de além- Atlântico, que julgo ser paradigma a considerar e a copiar, no domínio das relações internacionais, pelo Mundo perturbado e confuso e tão dividido dos tempos de hoje.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - À série do triunfos da nossa política externa, a um tempo conscienciosa, esclarecida e esclarecedora, firme, serena e séria - inquestionavelmente uma das maiores coroas de glória do Estado Novo -, vem juntar-se mais um belo florão que exalta e mais impõe os princípios por que nos regemos, do mesmo passo que naturalmente enaltece os seus brilhante estruturador, intérpretes e realizadores.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por outro lado, sentimos ser coisa minguada todo o preito de homenagens, ainda o mais vivo e caloroso, que possamos e, na verdade, queremos rendidamente prestar à clarividência e superior visão do Governo e das altas' instituições políticas da grande nação amiga e irmã, sempre tão perto do nosso coração, porque ela mesma se mantém sempre fiel às suas raízes de origem, que nobremente não renega nem enjeita e, ao contrário, carinhosamente afirma e com orgulho proclama. Honra ao Brasil e aos seus ilustres governantes!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Sr. Presidente: antes do mais, constitui para mim grande gosto, redobrado gosto, como oriundo que sou da portuguesíssimas província da Beira Alta, que, a par daquele jardim, em primavera perene, troço característico da beleza do nosso Minho encantador, .tem dado, desde sempre, maior contingente de emigrantes para o Brasil, à custa de quem vivem, com quem vivem, para quem vivem, sempre se dignificando na escola do trabalho, contínuo e honrado, lá desenvolvendo numa actividade intensa, cujos frutos são franca dádiva da sua gratidão à terra amiga que generosamente os .acolheu e protege, antes do mais, Sr. Presidente, muito me apraz significar rasgada homenagem às altas qualidades do povo brasileiro e sinceramente mais desejo realçar ainda as múltiplos provas de devotamento ao torrão português, em comovedor testemunho de lusofilia, de todo o notável e vasto escol da portentosa nação da América Latina - na política, nas letras, no jornalismo.
Sem preocupações de cronologia, alheio à ideia do enquadramento em que os seus labores se hajam patenteado ou estejam a exercer-se, com respeito pêlos