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24 DE MARÇO DE 1955 633

O Orador: - Quem, como eu, teve a felicidade de comparticipar da vibrarão patriótica com que foi recebido em 1939 o saudoso marechal Carmona, não poderá duvidar de que o mesmo entusiástico acolhimento espera o Sr. General Craveiro Lopes, que com tanta dignidade, nobreza e simpatia tem sabido desempenhar as suas elevadas funções.
Cabo Verde tem, aliás, uma razão particular para não esmorecer no seu entusiasmo: é que lhe cabe o dever, a que se não esquivará, de manifestar a sua gratidão ao Estado Novo pela carinhosa atenção que lhe tem dispensado.
Não poderá esquecer que o Governo de Salazar tem procurado com desvelado interesse melhorar as suas condições de vida e se tem empenhado na realização das obras previstas no Plano do Fomento, nomeadamente as obras de apetrechamento do porto Grande, a iniciarem-se dentro em breve, mercè da inexcedível boa vontade e persistente esforço do ilustro titular da pasta do Ultramar, Sr. Comandante Sarmento Rodrigues, que acompanha o Chefe do Estado na sua visita.
E, porque estou convencido de que Cabo Verde saberá cumprir galhardamente o seu dever, daqui endereço ao Governo as minhas saudações, como português, pela decisão tomada, que é mais um alto serviço prestado à Nação, e os meus agradecimentos, como Deputado por Cabo Verde.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pacheco Jorge: - Sr. Presidente: foi com a mais viva satisfação que li na imprensa diária que S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, em prosseguimento do plano já traçado, deverá, visitar em Maio próximo as nossas províncias ultramarinas da Guiné e Cabo Verde.
Felicitando efusivamente estas províncias nas pessoas dos seus ilustres representantes nesta Assembleia, pela honra que lhes vai ser concedida com a visita do mais alto magistrado da Nação, felicito-me também, como português ultramarino, pela feliz iniciativa de S. Ex.ª o Chefe do Estado de visitar o ultramar português e assim poder observar in loco e directamente, esse Portugal e além-mar, apreciar o seu desenvolvimento, anotar as suas características próprias e auscultar os anseios das suas populações.
O altíssimo significado de uma tal visita, a sua repercussão internacional e os benefícios que trará à causa da unidade da nação portuguesa são evidentes e dispensam quaisquer explanações ou comentários.
Neste mundo conturbado de incertezas e de incompreensões, Portugal dá mais um exemplo da sua vitalidade, da sua fé no futuro, da sua unidade, da sua
compreensão!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Em boa hora, S. Ex.ª o Sr. Presidente da República teve a feliz ideia do visitar o ultramar português e bem haja S. Ex.ª por prosseguir com esta utilíssima visita.
Só me resta formular os mais ardentes e sinceros votos para que S. Ex.ª num futuro que espero seja breve, possa estender a sua viagem, que será certamente triunfal, até à pequena e longínqua província de Macau, que tenho a honra de representar nesta Assembleia e que anseia pela visita de tão ilustre como querida personagem.
Macau também saberá receber condignamente S. Ex.ª; Macau saberá gravar em letras
de ouro na sua história a primeira visita do Chefe de Estado; Macau, enfim, saberá mostrar a S. Ex.ª e ao Mundo quo ali também é Portugal!
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Jorge Jardim: - Sr. Presidente.: desejo, antes de mais afirmar a V. Ex.ª e à Câmara quanto é grato aos Deputados por Moçambique que esta nossa primeira intervenção nos trabalhos da presente sessão legislativa se destine a sublinhar o significado e o interesse da viagem de trabalho que o Sr. Ministro do Ultramar inicia, amanhà, à província ultramarina cujo mandato tauto nos honra.
Desloca-se o Sr. Comandante Sarmento Rodrigues a Moçambique, visita que tem a caracterizá-la a brevidade da permanência naquele nosso vasto território e a limitação, consequente, dos seus objectivos à apreciação de problemas determinados que se encontram pendentes da Secretaria de Estudo que lhe está entregue.
E eu creio, Sr. Presidente, ser exactamente dessas características da visita ministerial que havemos de sublinhar o interesse para augurar os mais benefícos resultados.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nào vai o Sr. Comandante Sarmento Rodrigues até esse Portugal do Índico no intuito de estabelecer primeiro contacto com os problemas, que ali existem com a pujança própria dum território em desenvolvimento e formação, nem de travar o primeiro conhecimento com os portugueses que por lá dedicam todas as suas energias e capacidade à obra grande de continuarem em ritmo dos nossos dias, a tradicional missão do nosso povo em África. O Sr. Ministro do Ultramar que em Moçambique viveu largos anos da sua fecunda actividade ao serviço do País e que no seu elevado cargo tem permanecido fiel ao seu dedicado interesse pela nossa, província, não carecia para tal de se deslocar a tão longa distância. Entre nós, em Moçambique, está sempre a recordação do que foi companheiro de trabalho, de anseios e até, de legítimos queixumes e a presença de quem é hoje o governante que detém o árduo encargo, cujas dificuldades .sabemos medir, de dar seguimento e solução aos nossos problemas, e às nossas aspirações e de atender no nosso inconformismo, justamente apaixonado, quando queremos que se realize esse vasto mundo de empreendimentos que se oferecem às nossas possibilidades e às nossas necessidades de nação que sempre se afirmou, e sempre terá de afirmar-se, como grande potência colonizadora.
Vai o Sr. Ministro do Ultramar até essas terras portuguesas de Moçambique em simples acto de serviço que se destina a acompanhar directamente a actividade dos serviços públicos que ali se exerce, a esclarecer-se sobre certos aspectos de problemas que aconselham contacto pessoal e a decidir, localmente, o que em verdade exija solução imediata e oportuna perante a premência das realidades.
E que, para além do âmbito de acção e competência do Governo-Geral de Moçambique, em boa hora confiado e confirmado à superior condução do comandante Gabriel Teixeira, impõe-se, até pelos preceitos orgânicos definidos para o ultramar, a intervenção do Governo Central, que resultará sem dúvida mais eficiente quando se procura firmemente viver por forma directa as esperanças e as dificuldades, pelo recurso a estas deslocações de efectivo e intenso trabalho como a que