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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 203 (692)

fora da nossa tradição e me parece inarmónica com o espírito da nossa orgânica constitucional.
Pode então olhar-se para o futuro com boas esperanças de que o nosso crescimento económico se fará a ritmo mais acelerado do que o tem sido até aqui. Não temos estado parados, mas vamos caminhar mais depressa. E o que está admiravelmente expresso ...

O Sr. Daniel Barbosa: - Isso agora é a anestesia, tardia embora ...

O Orador: -... na passagem do discurso do Sr. Deputado Daniel Barbosa que vou reproduzir:

Se uma figuração geométrica me fosse permitida, diria que todo o trabalho de adaptação política e de preparo infra-estrutural que se impõe realizar durante um longo período de anos tinha fatalmente de amarrar essa curva (a curva de evolução do nosso progresso económico) -que precisou partir do zero ou de uma posição inferior- a cotas que fatalmente tinham de ir variando também, pouco a pouco, em relação ao eixo das abcissas em que figurasse o tempo; mas agora temos já posição suficiente para seguir por cotas sucessivas cada vez maiores, marcando-se a curva nesta nova fase por lugares geométricos de pontos cujas tangentes vão tendo cada vez maior inclinação.
Temos então caminhado, mas vamos caminhar mais depressa, graças aos caminhos que abrimos e nos permitirão outras velocidades.
Sr. Presidente: vou terminar. Não o farei sem assinalar o nível superior em que foi posto o problema e decorreu o debate.
Não seria correcto distinguir, mas é permitido dizer que se produziram aqui trabalhos que honrariam a mais prestigiosa instituição.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - É isso para mini, e tenho a certeza de que para V. Ex.ª e para todos, motivo de grande contentamento.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Daniel Barbosa: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: tenho a noção perfeita de quanto abusei da paciência de V. Ex.ª e da Câmara com a realização do meu extenso e já tão discutido aviso prévio, pelo que, ao solicitar de V. Ex.ª de novo a palavra, procurarei ser tão breve quanto possível, para não retribuir com um abuso a amabilidade da indiscutível tolerância de todos.
Subo novamente a esta tribuna com a consciência plena de me ter respeitado a mim próprio e respeitado a Assembleia Nacional com o trabalho que aqui apresentei.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - De facto, para além dos erros que porventura cometesse, da insuficiência do conteúdo e da pobreza da própria formulação, tenho a certeza de ter apresentado um trabalho sério, fruto não do labor de escassas noites perdidas no precipitado rebusco de números, de dados ou de ideias, mas sim duma análise ponderada e vivida, que decorreu, mesmo na sua parte final,por longas semanas fora, tendo tido por base indispensável para tanto a leitura, a consideração e o estudo dum número já razoável de anos.
Aceitando e respeitando, portanto, as críticas objectivas que, em qualquer campo, o meu trabalho mereça - e que todos melhor poderão fazer, aliás, quando o publicar com a documentação e as razões de interpretação que lhe serviram de apoio-, posso exigir para ele o respeito da gente de bem, dada a garantia que lhe empresta o facto de ter sido feito por uma pessoa para quem a dignidade constitui o lema principal da sua vida e que, por isso mesmo, procura em todas as circunstâncias e onde quer que se encontre ser sempre igual a si próprio.
Esta é uma afirmação axiomática, que não me interessa, portanto, discutir, mas à sombra da qual me parece lícito formular os meus agradecimentos aos que aqui, ou lá fora, souberam prestar justiça às intenções que me moveram, passando sem as olhar as eventuais insinuações ou deturpações, daqueles que, no campo das repercussões exteriores, do meu aviso prévio, procuraram somente cobrir com o triste manto da esperteza ou da insídia uma incapacidade total e manifesta para criticar ou julgar.
Segui com a possível atenção, e em certos casos com o maior interesse, os discursos que alguns Srs. Deputados proferiram sobre o meu aviso prévio e gostaria, como se torna evidente, poder referir-me um a um de per si; mas sabe V. Ex.ª, Sr. Presidente, e sabe-o a Câmara também, que o tempo que me foi dado para tal não atingiu sequer, na maioria dos casos, o mínimo indispensável para uma leitura atenta e cuidada, com vista ao que se afirmou e se disse, do Diário das Sessões; de alguns discursos proferidos ainda nem sequer a publicação se fez e outros acabam de ser proferidos nesta mesma sessão em que me cabe responder.
Recordo à Câmara que, há talvez quatro semanas, pude, perante a Comissão de Economia, expor em linhas gerais o assunto do aviso prévio que depois realizei ; e entendeu V. Ex.ª, Sr. Presidente - e muito bem -, criar ainda aos Srs. Deputados, já depois da sua realização, as condições de tempo precisas para poderem ponderar quanto aqui disse e o Diário das Sessões transcreveu ainda a tempo para que muitos o pudessem analisar e anotar.
Mesmo assim não faltaram as queixas, que fui o primeiro a compreender, de que o tempo para tal reservado fora escasso, e ao por isso a alguns Srs. Deputados não foi, decerto, possível dar a devida atenção àquilo que, na realidade, escrevi; repeti-lo agora seria de certo impróprio e de mau gosto até, pelo que me limito a pedir, a quem o caso ainda porventura interesse, que compare sempre o teor da crítica com o teor do criticado, para tirar ilações e concluir depois como convém.
Mas é exactamente em face do exposto que devo honestamente afirmar não me ser humanamente possível responder minuciosamente aos discursos que ouvi, dado que, em relação aos mais importantes, até, dispus de umas escassas horas, sem possibilidade mesmo, em certos casos -repito- de conhecer os seus textos para os ler e analisar como convinha.
Lamento sinceramente que os trabalhos que a Câmara tem de realizar ainda até ao próximo fim desta sessão legislativa não permitissem conceder-me aquele mínimo de prazo de intervalo por que tanto insisti junto do nosso Presidente, e que todos, de boa fé, teriam de aceitar como indispensável e justo; peço, portanto, aos Srs. Deputados que intervieram no debate que não encarem como um acto de menos consideração por eles englobar as minhas respostas numa síntese,