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162 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 138

muitos milhares de pessoas que espontânea ou obrigatoriamente ali vão.
Muito mais útil seria, em vez de se proceder ao aumento do único posto existente, criar outros postos, convenientemente localizados, na área da cidade, de modo a não obrigar aqueles que necessitam de ali acorrer aos altíssimos inconvenientes que actualmente se observam'
Sr Presidente, posto o problema da tuberculose, é inteiramente cabido lembrar o problema das pneumo-comoses, alterações produzidas no tecido pulmonar pela penetração de poeiras, que tem vai ias origens - animal, vegetal e mineral -, participando das chamadas doenças profissionais, das quais as mais graves são a antracose e a silicose Aquela, a antracose, resulta da introdução no aparelho respira tono das poeiras de carvão e atinge grau de extraordinária frequência nos países mineiro», carvoeiros e industriais. A silicose tem a sua origem na introdução aia árvore respiratória da sílica, risco a que estão sujeitos operários empregados em inúmeras v actividades, tornando-se o perigo tanto maior quanto mais ricos forem em sílica os terrenos e indústrias a explorar. Estão, portanto, sujeitos aos maléficos efeitos da silicose não só os perfuradores de minas a túneis como todos quantos labutam em pedreiras, indústria de cerâmica e de porcelana, os que trabalham com abrasivos, substâncias duras, esmeril, pedra-pomes, areias, alundo, carborundo, etc , polidores de metais e de cristal e tantos outros empregados em tarefas onde a sílica desempenha grande papel
O motivo que me obriga nesta altura a falar da silicose reside somente nas estreitas relações existentes entre silicose e tuberculose tão frequente é a sua associação.
Mas, Sr Presidente e Srs Deputados, a silicose é uma doença de uma evolução surda, insidiosa, apresentando uma sintomatologia que evolui tão silenciosamente que só quando a tuberculose surge, complicando a silicose, seda conta da gravidade do caso.
Trata-se, portanto, de uma afecção extraordinariamente delicada, classificada no grupo das doenças profissionais, e como tal exigindo a adopção de medidas profilácticas capazes de evitarem o seu aparecimento, visto que, atingido o segundo grau da invasão pulmonar, nada poderá fazer-se que possa travar a marcha progressiva da doença, que reduz, para período bem limitado, a sobrevivência do indivíduo, dando aos casos prognóstico verdadeiramente sombrio.
Intensificando-se cada vez mais e mais as actividades mineiras do nosso país, e sendo já infelizmente bastante numerosos os casos graves de silicose, para o facto quero neste instante chamar a atenção das instâncias competentes
Sei bem que o Sr. Ministro das Corporações, verdadeiro escravo no cumprimento das suas obrigações ministeriais, grande protector do operariado, não tem esquecido problema de tanta importância., que requer medidas de efeitos preventivos e ainda salutares, quando possível, para quantos vivem do seu trabalho em actividades tão maléficas.
Sr. Presidente: seja-me agora permitido tratar alguns problemas que dizem respeito à educação e à cultura, que a alínea b) do artigo 3 º da base VI da proposta de lei resume em meia dúzia de palavras respeitantes ao reapetrechamento das escolas e Universidades, construção e utensilagem de edifícios paia Universidades e construção de outras escolas.
O artigo 14.º da mesma base diz que o Governo prosseguirá na execução de planos de reapetrechamento de material laboratorial e didáctico das escolas e Universidades
Bastante resumida e breve é a enunciação- de um programa de tanta vastidão como seja o das actividades escolares nas suas realizações, nas suas actividades, no desenvolvimento persistente e contínuo dos- meios e processos de educação e cultura, sempre em movimento de progressiva actualização, nos seus diversos e múltiplos factores. A Lei de Meios, sendo ura documento do mais alto valor na vida do Estado, de influência marcada nos seus diferentes sectores, deveria, em meu entender, ser redigida de uma forma mais ampla, de uma forma mais clara, pondo perante a Assembleia Nacional os problemas com a evidência que seria agradável reconhecer.
Parece-nos que as bases em que ela se define não deveriam ter a latitude que só o Governo compreende e julga, tão vago e tão vasto pode sei o seu sentido e a sua interpretação. Ela não oferece balizas de demarcação ou limitação na sua execução, fornecendo ao Governo autorizações amplas, sem limite, que, felizmente, sempre têm sido usadas olhando atentamente o interesse e o progresso da Nação. Deixo aqui este reparo, que em nada diminui o alto conceito em que tenho os membros do Governo, mas por se me afigurar inteiramente justo e bem fundamentado perante circunstâncias bem compreensivas.
Sr. Presidenta há muito a fazer num Ministério de tão alta importância e projecção como é o Ministério da Educação Nacional Cabe-lhe uma elevada missão como orientador responsável pela educação da gente moça, que amanhã ascenderá à chefia dos postos de comando, que hão-de levar a Nação a novos destinos. E aos novos, educados nos princípios doutrinários em que assenta a nossa civilização, civilização cristã, que caberá a gloriosa tarefa de continuar, defender e perpetuar, através das gerações, o património material, intelectual, moral e espiritual que lhes será legado pelos homens de hoje, forjadores e continuadores de uma pátria cujas terras se estendem pelo Mundo inteiro
(Assumiu a presidência, o Sr. Deputado Soares da Fonseca)

No ano findo, o neste lugar, eu, ousada e conscientemente, fiz esta pergunta para onde vai a mocidade?
Que rota lhe está indicada?
Qual o caminho a seguir no seu destino?
Não eram, Sr Presidente, sentimentos de desalento ou de falta de fé que as minhas palavras de então acusavam. Elas continham um desabafo, um grito de alma, no temor de ver a nossa juventude dominada por falsas doutrinas com que falsos profetas procuram envenenai a alma dos novos.
É ao Ministério da Educação Nacional, cuja chefia é pertença de um homem de alta estirpe, que compete afastar esses perigos, por bem conhecer os antídotos a aplicar na cuia dessas intoxicações de espírito. Ë a esse departamento do Estudo que cabe o papel da maior relevância, como seja o de firmemente lutar e combater no fortalecimento dos ideais que louvam a Deus e respeitam e defendem a Pátria com o mais acrisolado afecto e o mais dedicado amor
A mocidade necessita daquele amparo e daquele estímulo que dá fé e confiança no futuro, reforçando o seu ânimo na defesa desse património magnifico, temporal e espiritual, que nos legaram aqueles que sempre souberam compreendei e respeitar as virtudes de um povo que nunca negou o amor que deve à terra dos seus maiores E encaminhar a mocidade para estradas amplas, cheias de luz e de sol, afastando-a dos veredas e das alfurjas sombrias, é ensinar-lhe a meditar no futuro, não esquecendo as grandes lições do passado.