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502 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 158

dosas das águas do Mondego e ao alargamento da sua área urbanizável.
Todos os anos, sem excepção, a vila é teatro de inundações, que frequentes vezes submergem a estrada nacional n.º 111, que a atravessa, a praça principal da terra e as ruas que dão acesso a uma e a outra. Este ano, por várias vezes se tornou impossível a travessia da vila por viaturas automóveis, obrigando a enormes desvios e agravando seriamente as ligações das duas cidades por ela servidas.
A faixa de terreno que se encontra- entre a vila e o rio, e que deve constituir a zona de urbanização da vila, está de tal maneira, no que respeita às cotas, que não pode servir, tal como está, para o alargamento da vila. Por via disto, e pela impossibilidade de se expandir por outra zona, a população é obrigada a acantonar-se, empilhada, na encosta do monte. Muita daquela gente, que vive quase exclusivamente da agricultura, não encontra possibilidade de instalar convenientemente os gados, o material agrícola e tudo o que à lavoura anda ligado. A economia ressente-se e a higiene compromete-se. A situação é grave, reclama medidas imediatas e não pode ser solucionada nem pelo particulares nem pela autarquia.
Parece-me, por isso, indispensável que o Governo, pelas repartições competentes, mande estudar as obras indispensáveis, que evitem as enchentes periódicos, e mande proceder ao estudo da zona urbanizável para onde a vila possa estender-se, onde os lavradores possam instalar as suas explorações agrícolas e onde a vida possa ser mais desafogada e mais higiénica.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A obra é urgente, não me parece de execução difícil e julgo que não será de custo incomportável. Penso que o alteamento da mota da margem direita do Mondego, a jusante da ponte de Vila Nova do Rio, em face da vila, e o seu prolongamento por um, dique envolvente, em direcção noroeste, até entroncar na estrada do Taipal, ou na variante prevista do novo arranjo da estrada n.º 111, a poente de Montemor, poderia resolver a um tempo o problema das inundações e o da criação de uma larga zona urbanizável.

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - E não só isso, mas também a transformação da vala que atravessa Montemor, condenável sob vários aspectos, e até contribuir eficazmente para a solução do problema dos esgotos, em que a actuai vereação e a Direcção-Geral de Urbanização estão empenhados e que deve ser resolvido conjuntamente com a do abastecimento de água, que está em curso.
A obra é urgente, como disse, s não deve estar comprometida pela morosidade com que, infelizmente, se arrastam o estudo e a resolução das obras de aproveitamento hidroeléctrico e de regularização do caudal do Mondego.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O novo tragado da estrada n.º 111, que liga Coimbra à Figueira da Foz, agora em via de alargamento e de rectificação, graças à acção do ilustre Ministro Arantes e Oliveira, terá forçosamente, do abandonar a vila de Montemor. Sendo tecnicamente inconveniente, segundo me informam os que têm competência na matéria, que venha abraçar a vila pelo sul, como seria desejo de tantos os que amam as belezas daquela linda e histórica vila, emite-se o voto de que
a sua passagem pela vertente norte não venha a comprometer, e antes contribua para realçar, a extraordinária beleza do seu admirável e imponente castelo medieval.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Desejamos sinceramente que o novo traçado seja estudado de molde a não ocultar um dos mais valiosos elementos turísticos daquela, região, mas que concorra para exultar a sua beleza e para estimular a atrairão e o interesse dos visitantes.
E já que falo desta magnífica transformação por que está pasmando a estrada que liga as duas lindas cidades da Beira Litoral, seja-me também permitido chamar a atenção dos Srs. Ministros das Obras Públicas s das Comunicações para outro problema de extrema urgência, cuja resolução viria facilitar muito as ligações de uma boa parte da Bairrada, de Cantanhede e de Montemor com Condeixa, com a estrada de Lisboa ao Porto e com a estação do Alfarelos. Refiro-me ao prolongamento da estrada n.º 335, que vem de Aveiro a Lavariz. A partir deste ponto, toda a circulação desta estrada tem de fazer um percurso de mais de 13 km para atingir quer a estação de Alfarelos, quer a estrada do Alfarelos a Condeixa, a n.º 347, quando, afinal, Lavariz se não encontra senão a 3 km daquela importante estação do caminho de ferro! Mais: nos últimos anos, a antiga serventia do campo que ia de Lavariz a Alfarelos foi substituída por uma estrada do cimento; sobre o Mondego, no vau da Granja, foi construída uma elegante ponte de cimento armado; sobre as valas foram construídas novas pontes, e, deste modo, está praticamente realizado o prolongamento da estrada n.º 335 até à estação de Alfarelos por estrada e pontes que podem servir mesmo para a camionagem de carga. Não falta senão resolver a passagem sobre a estação de Alfarelos, e alargar e subir, em alguns pontos, a estrada de cimento. Assim se economizarão 10 km de percurso e se servirá muito melhor o acesso ao caminho de ferro. S. Exa. o Ministro das Obras Públicas, a cuja gentileza devo uma recente visita àquela estrada e àquela ponte, conhece bem o problema e a extraordinária vantagem da realização desta obra, que interessa paralelamente os concelhos de Cantanhede, Montemor, Condeixa e Soure. Se hoje me ocupo deste assunto nesta Assembleia, é porque sei que o estudo da passagem superior junto da estação de Alfarelos, quase no enfiamento da estrada, tem de ser feito urgentemente. Impõe-nos os trabalhos de electrificação da linha do Norte, do Entroncamento ao Porto, que vão realizar-se dentro em hreve. Técnicos que muito considero e que ouvi a tal respeito confirmam-me que é indispensável proceder imediatamente aos estudos necessários para, a continuação dessa passagem superior para que a obra se realize antes ou a par dos trabalhos da electrificação da linha.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - As condições naturais do terreno tornam a obra de fácil realização naquele sítio, dispensando mesmo a rampa do lado sul. Essa passagem superior, destinada a veículos, garantiria também o acosso de peões à gare de Alfarelos e evitaria, assim, a repetição dos lamentáveis desastres de que aquela estação tom sido teatro, em virtude das deploráveis condições em que se faz a sua entrada.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Para ao Governo que mande estudar sem demora o prolongamento da estrada n.º 335