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26 DE ABRIL DE 1961 821

majestosa, a estátua de Luís de Camões,
oferta do Diário Popular;
b) Construção de uma placa central com 3,5 m de raio;
c) Construção de passeios com 5 m de largura, no
comprimento total de 300 m;
d) Asfaltamente de 6000 m2 de pavimento;
c) Construção de 300m de dreno de águas pluviais ;
f) Construção de dois espelhos de água, com 300 m2 cada um;
g) Estabelecimento de água canalizada para toda a área dos trabalhos em curso; h) Instalação de tubos para condutores eléctricos para iluminação das ruas e praças.

A cidade de Goa era notável por um grande número de igrejas e conventos - construções magnificentes que, na sua grandiosidade, evocam o período áureo da vetusta urbe. Com o declínio da cidade ficaram também abandonados à sua sorte os velhos conventos, que tão admirados eram. De sorte que, se não fossem as cerimónias que o cabido celebra diariamente na Sé Catedral e a solenidade da novena e festa de S. Francisco Xavier, que anualmente evoca ao seu túmulo milhares e milhares de peregrinos, esses conventos ruiriam como tantos outros que desapareceram, e a cidade, que outrora foi a capital do império luso-riental, seria hoje um lugar ermo e deserto.
Pois a acção benéfica que visa a reconstituir a velha cidade estendeu-se aos conventos existentes.
Já nesta primeira fase sofreram vultosas beneficiações, que não posso descrever em pormenor, o que muito longe me levaria, a Igreja do Bom Jesus, o Convento de S. Francisco de Assis, a histórica Capela, de Santo António e a Igreja da Cruz dos Milagres.
Entre as obras já executadas na velha cidade e às quais muito sucintamente me referi há uma que é digna de especial menção: é o edifício destinado à instalação do Instituto Pastoral Pio X.
Por indicação do Venerando Patriarca das índias, S. Ex. ª Rev.ma o Sr. D. José Vieira Alvernaz - escreve na sua interessante plaquette o Rev. º Joaquim Luís dos Santos, que vem consagrando os seus melhores esforços a essa obra -, o edifício escolhido para a instalação do Instituto foi o velho Convento de S. Caetano, fundado em 1655 pelo teatino italiano D. Pietro de Avitabile, para residência dos Clérigos Regulares da Divina Providência.
Foi preciso adaptar o velho edifício às exigências da nova finalidade que se tinha em vista, por forma que tivesse capacidade para 50 alunos. Mas tanto não bastava. Foi ainda preciso ampliar o edifício para residência dos professores, para aposentos do prelado, etc.
A obra, que está quase na fase de acabamento, foi executada com esmero, com quartos amplos e espaçosos, tanto para os alunos como para os professores, banhados de ar e luz, contrastando singularmente com as antigas celas, de dimensões acanhadas, que o Convento tinha para residência dos membros da comunidade.
O Instituto contribuirá para estabelecer a tradição missionária e a tradição cultural da velha cidade, que, como é sabido, teve famosos estabelecimentos de ensino.
Breve deve ser inaugurado o Instituto Pastoral no belo1 e majestoso edifício que lhe é destinado.
É de esperar que ele seja um facho, de luz, espalhando-se por essas terras longínquas que outrora foram o teatro da acção benfazeja, de sacerdotes goeses, que, em magníficos gestos de desinteresse e abnegação, as desbravaram, consolidando em muitas delas o reino de Cristo.

Mas não é só a velha cidade que pela construção de novos edifícios, pela reparação dos existentes, pelo seu arranjo urbanístico, não é só a velha cidade, dizia eu, que nos prende a atenção. Bem pode dizer-se que em todos os pontos do País se nota um surto de progresso. Em toda a parte uma actividade febril, um dinamismo construtivo. Em toda a parte se sente o influxo dessa acção renovadora,, que tão necessária era.
No activo das obras públicas figuram a construção de novas estradas, a recons-tituição de pavimentos e o asfaltamente de muitos outros, a construção de novos edifícios, a reparação dos existentes, etc.
Acrescem a tudo isso as valiosas e substanciais comparticipações com que as câmaras municipais e ainda muitas instituições particulares têm realizado obras de vulto, que nunca se fariam sem tais comparticipações.
É que o Sr. General Vassalo e Silva estuda com desvelada solicitude, com carinho, com circunspecção, os problemas que se lhe propõem, inteirando-se in loco das necessidades das respectivas povoações, para o que se desloca frequentes vezes em fatigantes e trabalhosas visitas para pontos distantes e muitas vezes de difícil acesso.
A essas altas qualidades que o Sr. General Vassalo e Silva vem revelando no desempenho do difícil cargo que em boa hora lhe foi confiado figuram justamente encomiásticas referências de individualidades ilustres que visitaram o Estado da índia, como os Srs. Ministro da Presidência, Dr. Pedro Teotónio Pereira, Dr. Francisco Vieira Machado, Dr. Raul Ventura, Dr. Galvão Teles, Dr. Braga Paixão, Leopoldo Nunes, Dr. Padre Silva Rego e muitos outros.
As palavras com que eles enaltecem a figura prestigiosa do Sr. General Vassalo e Silva valem por um eloquente e expressivo testemunho a consagrar a obra que renovará a face do Estado da índia.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. José Sarmento: - Sr. Presidente: desejo chamar mais uma vez a atenção do Executivo sobre a necessidade de se dar satisfação aos anseios mais prementes e justos das nossas Faculdades de Ciências. O Sr. Deputado Eng.º Araújo Correia já há anos que nos seus. magistrais pareceres sobre as Contas Gerais do Estado se tem referido ao problema cruciante das Faculdades de Ciências. Para ilustrar as minhas considerações tomo a liberdade, com a devida vénia, de ler um trecho do parecer das Contas Gerais do Estado de 1958:
Numa época em que a vida pública e social repousa sobre os consideráveis progressos das ciências puras e aplicadas, as Faculdades de Ciências e os institutos superiores técnicos desempenham um papel de primeira grandeza. Do seu labor, quer académico, quer de investigação, podem resultar consideráveis benefícios para a comunidade.
As nossas Faculdades de Ciências estão mal dotadas e imperfeitamente organizadas. Os progressos, tanto na distribuição de dotações como na organização material interna, incluindo as próprias instalações, deixam muito a desejar. Pareço não haver entre nós mentalidade que compreenda as funções das Faculdades de Ciências e o carácter do ensino ressente-se de indiferenças nesta matéria.
Os pareceres todos os anos insistem sobre este ponto, que é fundamental. O que está a fazer-se em quase todo o Mundo a respeito do ensino das ciências é a prova da razão das lamentações feitas há longos anos neste lugar.