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3472 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 138

o mesmo fim, concedendo passagens especiais aos toureiros que viajem de avião e se destinem a esses espectáculos. As touradas constituem um grande espectáculo, muito apreciado pelos visitantes sul-africanos, mas os seus preços não permitem grande afluência. As respectivas despesas, que são grandes, carecem de um corte razoável e, portanto, todo o auxílio deve ser prestado a este tão importante elemento turístico de Moçambique.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A indústria de turismo, enquanto estivei-nos seus primeiros passos, terá de ter o auxílio de todos quantos possam concorrer para o seu desenvolvimento. Ao Banco Nacional Ultramarino, único banco português em Moçambique, cabe especial lugar no auxílio a conceder a esta indústria, tal como sempre o tem feito noutros ramos da vida da província, no sentido de concorrer para o progresso daquelas terras de além-mar.
Sr. Presidente: do conjunto turístico moçambicano não poderá deixar de fazer parte integrante a exploração do jogo, especialmente nos centros de Lourenço Marques e Beira e até noutros pontos da costa, onde a afluência turística o justifique.
Devo confessar que não compreendo um turismo bem organizado que não integre um certo número de atracções nocturnas, onde funcionem os vários jogos de azar que conhecemos em todo o Mundo e até na metrópole.
Um casino onde seja permitido o funcionamento do jogo foi sempre considerado uma verdadeira fonte de riqueza, donde nascem as divisas estrangeiras, aliás de que tanto carecemos.

O Sr. Brilhante de Paiva: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Sim senhor, com muito prazer.

O Sr. Brilhante de Paiva: - Muito obrigado a V. Ex.ª, e desejo vincar que me acho profundamente impressionado pelo interesse que V. Ex.ª põe na sua intervenção sobre o problema do turismo de Moçambique.
Tenho muito prazer em apoiá-lo por inteiro e, quanto à zona central, vinco que tanto V. Ex.ª como o Sr. Deputado Videira Pires se referiram efectivamente à cidade da Beira e aos seus atractivos.
Não sei se, provàvelmente, V. Ex.ª achará importuna a sugestão que vou fazer; mas, uma vez que foram focados aspectos referentes pròpriamente à cidade da Beira, com os seus atractivos, e à Gorongosa, parece-me que seria de aproveitar a oportunidade para fazer também uma referência à Chicamba Real, que é já hoje um grande atractivo para muitos turistas estrangeiros, especialmente da Rodésia.
Assim, é mais um ponto que me parece se deve incluir no planeamento do turismo de Moçambique.
Peço desculpa e agradeço a V. Ex.ª ter-me permitido interrompê-lo, mas pareceu-me de meu dever não deixar passar este ponto sem lhe fazer uma merecida referência.

O Orador: - A intervenção de V. Ex.ª foi uma honrosa achega ao que eu vinha afirmando, e, na verdade, foi uma omissão da minha parte, pois concordo inteiramente com V. Ex.ª
Monte Carlo só é Monte Cario porque lá se joga!
E eu estranho que se dispensem tratamentos diferentes entre a metrópole e Moçambique, neste particular, autorizando-se o jogo no Estoril, em Espinho, etc., e proibindo-se em Moçambique!
Lembro-me ainda da euforia que se verificava em Lourenço Marques por volta de 1928, quando a exploração do jogo era permitida. As libras-ouro que giravam com fartura na província e concorriam bastante para aumentar o nosso nível económico rolavam fronteira abaixo do grande manancial que é a África do Sul.
O turista, que nessa altura não tinha outros atractivos na capital que chamassem a sua atenção senão o funcionamento dos casinos, vinha exclusivamente a Lourenço Marques com a finalidade fixa de jogar.
Era o jogo a principal atracção turística e há-de ser sempre, pelos tempos fora, o fulcro de maior atracção; por isso advogo a sua permissão em Moçambique.
Persisto nesta ideia, afirmando que o jogo é peça importante do quadro turístico de Moçambique, sem o qual esta indústria se poderá considerar sempre defeituosa e deficitária.
As linhas limítrofes de Lourenço Marques e Beira com a vizinhança estrangeira de capacidade financeira exigem que dás nossas atracções nocturnas façam parte os jogos de azar, uma das grandes predilecções do turista.
Sr. Presidente: antes de terminar quero fazer uma referência; especial, por justa e merecida, ao esforço que pela iniciativa particular tem sido dispensado ao turismo de Moçambique, o que concorre grandemente para o seu progresso.
Desde os conhecidos safaria, que com tão perfeita organização têm dado ao visitante a melhor impresão, aos motéis, tanto do agrado do turista, ao Clube Naval, onde tanto visitante se recreia, passando pelos centros de pesca desportiva, que tanto adepto tem levado a Moçambique, saindo de lá verdadeiramente encantado com as maravilhas que viu e com a fineza de trato que lhe foi dispensado, até ao Clube de Pesca de Lourenço Marques, obra gigantesca que nos mostra de quanto o homem de Moçambique é capaz quando sente pela sua terra verdadeiro amor, como o Dr. Esteves de Sousa, que, com o seu dinamismo, persistência e trabalho insano, consegue levar a efeito uma obra que bem honra Moçambique. Equipado com embarcações modernas e velozes, onde existe toda a aparelhagem necessária à navegação do alto mar, o Clube de Pesca de Lourenço Marques conta já com um número de sócios bastante elevado, em grande parte estrangeiros, que ao Clube dedicam uma especial amizade espiritual e até económica.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ao velho colono e homem de Moçambique que à província tem dado o maior do seu esforço vai para cinco décadas, e a quem o turismo deve o primeiro e maior entusiasmo, quer através de editoriais no seu muito conceituado jornal Noticias, quer no Conselho do Governo ou no Conselho Legislativo, dos quais tem feito parte desde há longos anos, o Sr. Capitão Manuel Simões Vaz, eu quero dizer deste lugar um «muito obrigado» em nome de Moçambique.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: das preocupações que o governador-geral de Moçambique, comandante Sarmento Rodrigues, tem tido no tão difícil governo daquela província, ao qual se tem dedicado de alma, e coração, sem se poupar a esforços ou canseiras na resolução dos problemas moçambicanos, faz parte também o desenvolvimento turístico, a cujo sector S. Ex.ª tem dado muito do seu dinamismo e da sua actividade, por reconhecer