O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE MARÇO DE 1965 4517

dos disponíveis, ainda não há indústria, a distribuição rendimento nacional deixa aqui uma pequeníssima parte, que de nada serve para se poderem lançar as iniciativas necessárias à execução desta obra, e é precisamente por esses factos que ela mais indispensável se torna, a fim de promover a evolução económica e social desta região e elevar o nível de vida destas populações.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: Perdõe-se-me superficialidade com que tão (...) problema foi tratado (não apoiados) mas não é este o lugar próprio para muito mais um problema tão vasto e tão especializado. Os técnicos e o gabinetes de estudo terão a palavra, se o Estado realmente se decidiu a encarar este problema com toda a vastidão que o seu carácter de planeamento regional exige.
Alguma coisa, pouco a pouco, se está a fazer do muito que é necessário, tanto pelo Ministério das Obras Públicas como pelo Ministério da Economia através do prestigioso organismo que é a Junta de Colonização Interna a quem tanto já devemos nesta região, pois por aqui quis começar, em Estorãos e Moreira do Lima, os seus primeiros trabalhos de emparcelamento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas tudo isso muito pouco é em relação ao muito que há que fazer e sobre o qual quisermos chamar a atenção nesta nossa intervenção.
Resumindo, mais ou menos esquematicamente todos os assuntos que tratámos e que se torna urgente entrar não um a um mas no conjunto, que só esse interessa terrenos.

1) Afundamento do leito do rio por forma a que volte a ser navegável, como já foi.
2) Regularização e fixação das margens, com o consequente aproveitamento e recuperação de cerca de 1000 ha de terrenos agora totalmente inúteis.
3) A defesa dos terrenos agora inundáveis e a ficarem pouco a pouco esterilizados com a invasão cada vez maior das areias transportadas pelas cheias.
4) Enxugo e rega de cerca de 5000 ha de terrenos.
5) Fixação e aprofundamento da barra permitindo a melhor utilização do porto.
6) Execução das obras interiores no porto por forma a permitirem a melhor utilização deste e de acordo com a utilização máxima da barra.
7) Tratamento das areias do no para lhe extrair o minério, em que são ricas, com uma draga do tipo da que trabalhou em Gaia e revertendo o possível lucro para ajuda destas obras.
8) Aproveitamento hidroeléctrico com a água sobrante da barragem necessária para a rega dos terrenos melhorados, defendidos e recuperados.
9) Industrialização da região de acordo com o planeamento regional a estudar.

Cada obra, só por si pouco vale se não for feito realmente o seu enquadramento num planeamento regional a estudar, a navegabilidade pouco ou nada vale se não tiver que transportar, a recuperação dos terrenos, melhoramento, enxugo e rega de outros também pouca significado tem se neles se continuar a praticar a mesma agricultura pobre de agora, o porto e barra não têm objectivo na sua beneficiação se não promovermos o aumento da sua utilização etc. Só o conjunto na sua realização integral e o desenvolvimento industrial possível poderão dar a esta obra o seu verdadeiro valor e justificar os capitais que nela se possam estar.
Não pretendemos nenhuma obra ambiciosa do tipo de uma T V A , nem sequer compararmos esta obra com o interesse imediato e incontestável do melhoramento do rio Mondego, mas achamos que alguma coisa há que fazer por esta região, fizemo-nos apenas eco dos clamores que ouvimos na região que sei vimos, e tentamos chamar a atenção para as necessidades, urgência, complexidade, mas viabilidade, de um problema que interessa profundamente a esta região, depois disto, apenas esperar confiadamente que seja ouvido, e será para mim a maior recompensa se alguma utilidade tiver tudo esta nossa intervenção.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente: Está a comemorar-se, e vai atingir a melhor expressão no próximo domingo, dia 14 do corrente, a passagem do 1.º centenário do Corpo de Bombeiros Municipais da Figueira da Foz.
O acontecimento foge à banalidade das coisas fáceis e tanto que, a meu ver justifica amplamente a singela referência que pretendo fazer-lhe nesta Câmara.
Assim o entendeu também o Governo, uma vez que às cerimónias da celebração do fasto se dignará presidiu o Sr. Ministro do Interior, que estará acompanhado das mais representativas individualidades do distrito de Coimbra.
Essas presenças sei ao, assim, sinais positivos de merecimento da festa e, se outro motivo não houvesse, justificavam-na inteiramente.
Sempre são 100 anos de serviços prestados à humanidade, em manifestação inequívoca do mais puro altruísmo, por uma corporação que, no caso, tem sido mantida e pôde viver sob a égide de um município.
Daqui saem lições que importa vincar neste momento.
Será a primeira a de que o Município figueirense, a cujo serviço se tem devotado um escol de valores do melhor quilate, tem sabido encarar os muitos e muito titules problemas de uma instituição desta género com a elevada compreensão a que as suas missões dão direito.
Garantir a possibilidade de uma corporação de bombeiros ser eficiente na justa medida das necessidades do agregado social que a mesma se destina a servil é, na verdade, uma das mais valiosas atribuições do governo municipal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Bastará atentar em que aos soldados da paz incumbe aplacar os flagelos da tragédia que sub-reptíciamente atingem a vida e a fazenda da grei, para logo ter de se concluir que todas as corporações de bombeiros - e acentuo com vigor a generalidade merecem que lhes sejam concedidas as condições de vida indispensáveis à sua plena eficiência.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É que a vida moderna, com todo o seu diversificado condicionalismo está a tomai cada vez mais premente a necessidade da existência de corporações do bombeiros plenamente consciencializadas e aptas ao cumprimento das suas funções de altruísmo.
E, se essa necessidade avulta quando se encaram as urbes de maiores ou menores dimensões, onde a vida vai crescendo em ritmo acelerado, ela aparece também, e até talvez com maior intensidade, nos vastos domínios do mundo rural, em que, em trágico antagonismo, as condições de vida são cada vez mais difíceis.