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24 DE ABRIL DE 1965 4855

risco e suportando fadigas e privações de toda a ordem que as desveladas dirigentes e outras se deslocam até aos confins do ultramar, onde se combate.
São já conhecidos os números que se referem à assistência do Movimento Nacional Feminino aos militares e suas famílias. Esses números falam por si, é certo, mas seria ocioso repeti-los, pois ainda há bem pouco tempo a imprensa lhes deu larga publicidade.
Géneros, roupas e outros objectos de uso pessoal e de recreio e artigos religiosos são enviados, formando embalagens sem conta. E distribuiu milhões de aerogramas.
Possui serviços de contencioso, médicos, farmacêuticos e de colocação de desmobilizados e uma secção de madrinhas de guerra, de quem soldados em número superior a 20000 recebem excelente estimulo, "poio moral, etc., e tudo em grande escala e numa estruturação perfeita, excelentemente eficaz e operante.
Sob o aspecto cultural, refiro também, a título de exemplo, a criação e fornecimento de bibliotecas fixas e itinerantes e nos quartéis, nos acampamentos e nos navios, bem como a publicação de uma interessante, útil e apropriada revista literária e ilustrada de boa apresentação.
Enfim: são de justiça, de louvor e de gratidão as palavras que a mulher portuguesa merece e que não julguei demasiado repetir neste lugar, como certa e grata expressão do sentimento nacional.
Por motivo pessoal que todos compreendem, custou-me usar da palavra nesta ocasião; mas sinto-me honrado por tê-lo feito.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Reis Faria: -Sr. Presidente e Srs. Deputados: Não desejava que terminasse esta legislatura sem mais uma vez trazer junto de VV. Ex.ªs o problema do aproveitamento das madeiras em Portugal, especialmente em relação às resinosas.
Ao longo dos quatro anos que durou esta legislatura, a situação mantém-se inteiramente a mesma na sua estrutura, embora com ligeiras modificações de conjuntura.
No aspecto agrícola, o lavrador continua a receber em muitos casos um valor insignificante pela sua madeira, noutros um valor exagerado; continua muita madeira por esses montes e serras do País a crescer, a desenvolver-se e a morrer ingloriamente, sem qualquer possibilidade de aproveitamento e de contribuição para a economia do País.
Pensa-se na reconversão florestal de muitos terrenos sem primeiro se ponderar seriamente se essa reconversão é feita no melhor sentido de produtividade ou de rentabilidade dos terrenos a florestar e das espécies a usar nessa florestação.
No aspecto industrial pouco ou nada se modificou na serragem de madeiras, que é um sector muito importante de actividade, alguma coisa se fez nos aglomerados de partículas e desenrolado de troncos para caixas e contraplacados e há muitos pedidos, segundo consta, para fábricas de celulose.
Pelo menos neste sector há agitação, o que significa vida e busca de uma situação melhor do que a actual; oxalá ela seja dirigida no melhor sentido, pois só a Nação lucrará com tal.
No sector de comercialização tudo continua como dantes, com umas ligeiras, ou por vezes graves, variações apenas de conjuntura. Neste momento talvez para um pouco melhor, não por virtude dos homens, mas por força das circunstâncias.
Sr. Presidente: Gostaria de analisar cada um destes pontos de per si e fazer à roda deles algumas considerações.
Comecemos então, da mesma forma, pelo sector agrícola.
Como se sente e já tem sido dito e repetido muitas vezes, cerca de 92 por cento dos nossos pinhais encontram-se nas mãos de particulares, actuando os serviços florestais directamente apenas nos 8 por cento restantes; é visível que a sua acção é limitada e precária na economia da floresta no nosso país.
Não lhes permite a legislação existente actuar mais profunda e directamente na boa exploração dessa riqueza do País, mas é evidente, segundo nos parece, que haveria todo o interesse em alterar este estado de coisas.
Estude-se, legisle-se, se necessário for, com prudência e largueza de vistas, com o devido respeito pela propriedade particular, mas com os olhos postos no alto interesse nacional, aproveitando inclusivamente a experiência de outros povos que já antes de nós o fizeram.
O estado actual de carência de matérias-primas para as fábricas, por um lado, e, por outro, o verem-se tantos pinhais a envelhecer e a serem uma verdadeira inutilidade para a (economia nacional, outros a adoecerem e a infectarem as áreas vizinhas, outros mal plantados e mal explorados, a definharem, a não se desenvolverem como devem por má orientação no seu tratamento, é que me parece que estão a necessitar uma legislação adequada que permita aos serviços florestais actuarem, orientando, aconselhando e dirigindo por forma que esses valores não se percam, outros se preservem, aqueles se desenvolvam e todos contribuam para o melhor aproveitamento dessa riqueza nacional.

O Sr. Dias das Neves: -Muito bem!

O Orador: - Depois de termos pinhais bem plantados, em boa produção e bem. explorados, temos de pensar que é necessário para essa boa exploração uma devida e bem orientada distribuição das indústrias da madeira ao longo do País, porque senão a madeira desvaloriza-se, quanto mais não seja por (entregar ao transportador para o local de utilização a maior parte do produto da venda dessa madeira.
Hoje em dia essa distribuição é simplesmente desastrosa e anárquica.
É evidente que não está no nosso espírito uma geometria impecável, impossível de realizar, mas apenas chamar a atenção para um problema que com as novas indústrias a instalar ainda poderá vir a agravar-se e a que se devia atender desde já.
No I Colóquio de Produtividade da Indústria de Serração de Madeiras, realizado o ano passado no Porto e em Lisboa, alguma coisa se disse em relação a estes problemas, que devia ser aproveitada para tentar dar uma solução a uma actividade que interessa a muitas dezenas de milhares de portugueses, que só num dos seus sectores é a quinta exportação portuguesa e no seu valor global é uma parte não desprezável do rendimento nacional.
Falou-se muito nesse Colóquio em produtividade, mas muito menos em rentabilidade, e parece-nos que, sem de forma alguma esquecer a primeira, nos devêssemos talvez, para já, preocupar um pouco mais com a segunda.
Conhecemos um caso de uma fábrica de serração em determinado país que com dezasseis operários produz diariamente 100 m3 de madeiras serradas, pois apenas trabalha cinco medidas de vigas normalizadas no conjunto da produção.