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11 DE JANEIRO DE 1967 965

do nosso viver, exaltando as vantagens que comportam, em relação a outros países, muitos dos nossos usos e costumes, e, acima de tudo, a conveniência em se manterem as características próprias do nosso povo quanto a bondade de trato, discrição de maneiras, apego terrantês, forte religiosidade e outras expressões sublimes de convivência humana.
Sobre a influência do livro, do filme e outros instrumentos de sociabilidade, direi que não basta estabelecer à volta do corpo nacional um cordão sanitário contra as ondas de depravação que o pretendem submergir. É preciso aumentar a produção, mas em escala centuplicada, de bons livros e bons filmes. O Estado tem criados os órgãos especializados para esse efeito: a Comissão de Literatura para Menores e o Instituto de Meios Audio-Visuais, além de outros. É necessário estimular a criação artística, premiando-a e subsidiando-a, e também transpor para a linguagem, traduzindo e adaptando, as maravilhosas espécies que o estrangeiro possui. Mas este trabalho reclama meios, decisão e urgência. Se há idade que não sabe nem pode esperar, ó a mocidade, impaciente por condição e sôfrega por necessidade.
No fim destas considerações, que julguei de interesse para a Assembleia, apraz-me reafirmar que não vejo o presente estado da nossa juventude com o pessimismo que alguns manifestam sobre ela, e julgo que estão a contemplar as coisas com lentes deformadoras das realidades. A juventude, tempo de vida entre a dependência e a autonomia, entre o desprendimento e a responsabilidade, não pode ser uma idade indiferente e mortiça; foi e será sempre dotada de certa tensão espiritual, de certa inadaptação ao modo de ser dos adultos. E ainda bem, porque é preciso que ela seja ainda melhor do que nós. Eu creio na juventude, porque creio na força da verdade, da beleza e da vida.

Vozes: — Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: — Vou encerrar a sessão. O debate continuará amanhã, à hora regimental, sobre a mesma ordem do dia. Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 45 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães. Aníbal Rodrigues Dias Correia. António Augusto Ferreira da Cruz. António Barbosa Abranches de Soveral. António Calheiros Lopes. Armando Acácio de Sousa Magalhães.
Armando Cândido de Medeiros.
Artur Alves Moreira.
Artur Correia Barbosa.
Augusto Duarte Henriques Simões.
Fernando Afonso de Melo Giraldes.
Francisco António da Silva.
Henrique Ernesto Serra dos Santos Tenreiro.
João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.
José Gonçalves de Araújo Novo.
José de Mira Nunes Mexia.
José Pais Ribeiro.
Júlio Alberto da Costa Evangelista.
Luís Folhadela Carneiro de Oliveira.
Manuel Nunes Fernandes.
Rui Pontífice de Sousa.
Sebastião Alves.
Tito de Castelo Branco Arantes.
Srs. Deputados que faltaram à sessão:
Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.
Alberto Henriques de Araújo.
Álvaro Santa Rita Vaz.
André da Silva Campos Neves.
António Magro Borges de Araújo.
António Maria Santos da Cunha.
António dos Santos Martins Lima.
Arlindo Gonçalves Soares.
Augusto César Cerqueira Gomes.
D. Custódia Lopes.
Deodato Chaves de Magalhães Sousa.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Fernando Alberto de Oliveira.
Fernando de Matos.
Filomeno da Silva Cartaxo.
Francisco José Roseta Fino.
Gonçalo Castel-Branco da Costa de Sousa Macedo Mesquitela.
Gustavo Neto de Miranda.
Jaime Guerreiro Rua.
João Mendes da Costa Amaral.
Joaquim de Jesus Santos.
José Guilherme Rato de Melo e Castro.
José Pinheiro da Silva.
José Rocha Calhorda.
Leonardo Augusto Coimbra.
Luciano Machado Soares.
Manuel Amorim de Sousa Meneses.
Manuel João Correia.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
Mário Bento Martins Soares.
Raul Satúrio Pires.
Rui Manuel da Silva Vieira.
D. Sinclética Soares Santos Torres.

O Redactor — Luiz de Avillez.

Imprensa Nacional de Lisboa