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1030 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 58

E o Sr. António Champalimaud, de fundas raízes transmontanas ao encarar o problema e ao referir o contributo que a indústria por que é responsável poderia dar a «brava gente transmontana», colocou-se, com manifesta oportunidade, no e eme de uma questão cheia de actualidade e mostrou perfeito conhecimento de uma situação de que a indústria auferia vantagens com indiscutíveis reflexos e projecção num mero que bem conhece e bem sabe como vive. Que o seu plano se concretize são os votos que muito singelamente formulamos e daqui aplaudimos.
Do exposto se conclui que o êxodo rural verificado está na base, como factos decisivo, do aguçamento da crise da lavoura, que muitos, outros males afectavam já, a será a causa da catastrófica ruína que se vislumbra. Torna-se preciso, sustá-lo, não só para que a lavoura sobreviva, mas para que sobreviva a própria, indústria e se não contribua de igual passo para o pior mal que se vai gerando. Quero referir-me ao ódio à terra, bem latente entoe os que a trabalham porque os não mantém nem retribui no mais duro dos esforços.
Sim, ódio à terra que ninguém vai querendo cultivar e que, ao fim e ao cabo, há-de sustentar e manter a indústria e tudo e mais base como é, das estruturas económico-sociais.
O Sr Pinto de Mesquita: - ódio alias frito de [...] desiludido

O Orador: - Internamente de acordo com V. Ex.ª O ódio feito de amor é de proprietário que mesmo assim, obstinadamente teria

O Sr António Santos da Cunha:-V Ex.ª a dá-me licença?

O Orador: - Faça, favor

O Sr António Santos da Cunha: - Não posso dar o meu aplauso a V. Ex.ª a e a verdade é que nós ainda temos milhões de portugueses agarrados à terra, a cultivá-la em condições sociais mais do que inferiores e a serem solicitados para o estrangeiro. Apesar disso, continuam agarrados à teria como manifestação de autêntico amor por ela.

O Orador: - E é isso precisamente que está na base das minhas considerações. Mas; eu tenho solicitado em sentido contrário.
São palavras de um pessimista?
Não. São apenas palavras de quem, na inteira aceitação de um velho prolóquio, entende que «mais mente ao seu senhor quem lhe não diz a verdade do que quem lhe diz mentiras»
Sr Presidente e Srs. Deputados. Antes de finalizar estai minhas considerações, reflexivas de um estado de preocupação evidente entre as gentes do campo desejo salientar e referir a esperança que pata a lavoura- está constituindo o Ministro Dr. Correia de Oliveira.
Temos gostado sempre de o ler ou ouvir, especialmente em Évora em 26 de Junho do ano passado onde por ter falado de improviso teve o coração mais perto da boca, atitude em que o homem, que também é da terra, se sobrepôs ao Ministro, limitado pelas exigências do cargo e condicionalismos da economia que serve, com o que só se honrou e prestigiou.
Assim, referindo-se a desproporção nas taxas de crescimento da indústria do turismo e da lavoura disse.
Há aqui um problema que não é da lavoura que não é da indústria. É de toda a actividade económica, é da Nação e por isso nos temos de o resolver. Quando falo da lavoura estou a pensar que ela é a grande consumidora dos produtos industriais.
Como poder a pensar-se que no momento presente da economia portuguesa algum governante responsável poderia [...] a lavoura para um segundo plano?

Belas palavras estas e que [...] esperança encerram. Aguardemos, pios, que à lavoura seja reconhecida a predominância que real e efectivamente tem.
Aguardemos e confiemos aguentemos entretanto.
Tenho dito

Vozes: - Muito bem, muito bem.
O orador foi muito cumprimentado

O Sr Presidente: - Srs. Deputados. O Sr .Ministro dos Negócios Estrangeiras virá amanhã tratar junto de VV. Ex.ª na sala da biblioteca, da vários aspectos da nossa política externa. Às 11 horas precisas [...] a fala pelo que VV. Ex.ªs deverão procurar chegar uns momentos antes.
Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua o debate do aviso prévio do Sr Deputado Braamcamp Sobral sobre a educação da juventude.
Tem a palavra o Sr Deputado Henriques Moura

O Sr Henriques Moura: - Sr. Presidente. É mais que delicado, melindroso o problema que trago a esta tribuna. Mas não desisto de e abordar, porque respeito as responsabilidades de um silencio que poderia parecer indiferença quiçá cumplicidade e ser a certamente escandaloso diante de Deus e dos homens. E confio em que os clamores da Nação nesta Casa repetidos indo ao encontro das preocupações do Governo hão-de produzir os seus frutos, até porque se trata de uma batalha decisiva uma das três grandes batalhas desta hora, que a Nação não pode perdei sem perder-se.
Sr. Presidente Sr Deputados. As três batalhas que a Nação não pode perder são as do ultramar, da economia e da educação Interdependentes, reciprocamente se condicionam. Porém, nada valeria ganhar as da economia e do ultramar sem vencer a da educação. Esta é a mais transcendente, não apenas pelas suas repercussões na economia a e na defesa mas ainda, e principalmente, porque é mais que as outras, a batalha de ser ou não ser Portugal, batalha da historia, história do futuro, futuro da Pátria multirracial e pluricontinental é a batalha da juventude.
Sr Presidente. Como é rica esta palavra «juventude»!
Ao pensar na juventude sinto-me possuído de respeito, do respeito que se deve ao sagrado. Parecem ecoar e vibrai dentro da minha consciência, com ressonâncias de ministro, as palavras saídas da sarça ardente na montanha do Sinai
Descalça-te Mo sés, que é sagrada a terra que pisas.

Não estou a adular a juventude, somente a pedir a sua defesa, porque ela se encontra ameaçada e, com ela o futuro da Nação. A juventude aliás não gosta