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19 DE JANEIRO DE 1967 1033

Nem um cristianismo moderninho, portador das toxinas dos tempos arrastando as novidades do peso morto de todos os desequilíbrios e destemperos. Tem de ser o cristianismo autêntico linfa cristalina a cantar o cântico da vida, na limpidez das fontes evangélicos. Mas não é possível vida cristã consciente e subsistente sem convicções esclarecidas sem cultura religiosa, proporcionada à cultura geral ou especializada Adultos em cultura profana e bebés em cultura religiosa são candidatos ao nau frágio espiritual humano.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Daqui, a necessidade da presença da cultura religiosa onde se ministra cultura profana.
A religião tem o seu lugar, e «lugar principal», como preceitua o Código de Direito Canónico e ensinou Pio XI na Magna Curta, da Educação em qualquer escola que pense em foi mar homens.
Uma Universidade sem ensino religioso a nível universitário está forma do leal e até do nacional Cito a amargurada experiência a de António Júdice.
Eu fui membro do partido comunista não o fui por necessidade material, que graças a Deus, nunca senti, mas por deficiente formação intelectual, devido ao meu desleixo em estudar a doutrina cristã e à orientação laica do ensino entre nós, que ainda se mantém em grande medida.

Não obstante, já se propôs como dado positivo de uma próxima reforma do ensino liceal, a eliminação da moral cristã do 1 º e 2 º ciclos. E em nome da pedagogia e até dos interesses espirituais e de melhor formação cristã da juventude!
Estamos numa época em que se exige especialização par todas as coisas, só se dispensa em religião. E quase todos se julgam habitações a discutir os seus problemas Será esta a explicação daquela peregrina ideia ou a moléstia será outra? Ha letrados analfabetos e analfabetos cultos, quando os primeiros ignoram e os segundos sabem o que é e para que é a vida Sim que a vida é mais que estética e técnica verniz ou farrapos, dinheiro e prazer. Por isso, não me conformo com a classificação dos países em desenvolvidos e subdesenvolvidos, assente no seu potencial técnico e expansão industrial. É um critério materialista, seria aceitar para a vida um denominador marxista, um [...]económico
O nível de vicia não se esgota no quanto produz e consume a «máquina» humana O suíno bem nédio não passa de habitante da pocilga e não sai da bolota. E um homem pode afirmar a sua dignidade dentro de uma cabana, mesmo diante de uma guilhotina como nos mostra o exemplo de Luís XVI. Ora o que dá ao homem consciência da sua dignidade é o conhecimento da natureza espiritual da sua alma das suas raízes divinas e destino sobrenatural. E este conhecimento só a religião o transmite eficazmente.
A presença da moral religiosa na escola e na educação está conforme à letra e ao espírito da Constituição, é consagrada nas disposições da Concordata integra-se na linha original e quase milenária da escola portuguesa, quebrada apenas (e temporariamente) em 1910, repõe o País no plano dos países livres e harmoniza-se com os ideais das populações, respeita os direitos da família, condiciona a integralidade e a sanidade da educação da juventude, é um esteio do futuro da Pátria, corresponde aos superiores interesses nacionais,- e satisfaz as exigências profundas do ser humano.
No plano das realidades, tem-se falado muito do fracasso da nossa organização escolar o até alguém, não classificado para isso embora, considerou um malogro o ensino da Moral. Não sustento que este seja perfeito nem me solidarizo com as deficiências daquela. E penso que se requerem reajustamentos básicos. Mas a responsabilidade não está só nas estruturas, resido no plano funcional no condicionalismo e na execução.
A escola é, antes de tudo, o professor, o colégio dos professores. Todavia, nunca se tiveram menos em conta os lados «pessoais». Vemos a técnica pedagógica super valorizada, quase endeusada, e a pessoa secundar zada
Pensam alguns que tudo seria remediado se todos os professores tivessem estágio. Ao estágio aludirei adiante. Mas desde já presto a minha homenagem à dedicação, à lealdade e à eficiência de muitos jovens professores sem estágio, mas com muito senso, nada inferiores em rendimento a estagiados e efectivados. Aqui lhes deixo o preito da minha admiração e o meu agradecimento de português.
O fenómeno é universal. Os professores e os pais queixam se das estruturas e uns dos outros. E as estruturas, se falassem, acusariam talvez não poucos mestres e muitos pais.
Sabemos que os problemas da educação ao estão longe de soluções satisfatórias em qualquer país. Mas estalão as Universidades e liceus normais a trabalhai razoavelmente? Serão os estágios orientados para confirmação ou para informar, para comunicar experiência pedagógica ou transmitir especialização tão alta que arrombe o físico e o psíquico dos candidatos? E curam de imprimir à pedagogia um sentido cristão e português? Teia havido sempre o necessário cuidado no recrutamento dos mestres que formam os professores? O critério da selecção terá sido o tecnicismo ou amplo complexo de idoneidade?

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não prosseguirei sem declarar que não aceito o malogro global da escola portuguesa Nem sequer o da Organização Mocidade Portuguesa Enquanto esta manteve os quadros enigmas e respectivas actividades ofereceu ao País grandes servidores. Surgiu, a certa altura, uma campanha de descredito, em que ingenuamente colaboraram leais portugueses. O Sr. Presidente do Conselho aludiu, recentemente, ao fenómeno que aliás não tinha passado despercebido aos mais lúcidos.
Não obstante, ainda hoje nos podemos orgulhar de alguns aspectos do seu trabalho e da juventude portuguesa, cujo índice de criminalidade é dos mias baixos e cujo nível de moralidade é dos cimeiros. Ela mantém-se à altura dos antepassados, está a continuar. Os Lusíadas no ultramar, onde serve a Pátria mais do que exemplarmente, num plano superior que honra as forças armadas e causa admiração e o desespero de estranhos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A educação é algo de complexo, no sujeito e objecto como nos factores. É impossível educar um filho quando o pai diz sim e a mãe não ou quando os pais ensinam caminhos e seguem atalhos

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estaremos nós todos, os educadores, a colaborar lealmente na formação humana e portuguesa da juventude. A escola primária cumpre. E as outras? Já nesta Câmara se aludiu, se a memória me não atraiçoa ao escandaloso diálogo entre o professor, que animava que