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19 DE JANEIRO DE 1967 1035

O Orador: - Fez-se, aí, uma exposição, a mostrar que a juventude está «ameaçada» Mas ver e julgar mio chegam. É preciso agir. Inútil exibir a chaga, se não se procura a medicina Espera a Nação que medidas concretas sejam tomadas, e quanto antes, se ainda o não foram, pelas repartições competentes, em eficiente coordenação de esforços. Que todos possam contar com humana compreensão, mus que ninguém conte com a indiferença.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Não seria possível dispor que certas cadeiras fossem sempre regidas por pessoa capaz de sentir e transmitir com fidelidade? Não seria dinheiro bem aplicado, mesmo que a medida acarretasse mais alguma despesa? Até quando estarão condenados os filhos dos portugueses a contentar-se com a história de Portugal da instrução primaria até ao 4.º ano do liceu?

Vozes: - Muito bem?

O Orador: - No 1.º ciclo mal a cheiram no 3.º ano nem pelo olfacto entram em contacto com ela e só no 4.º ano a retomar truncada e, alguma vez, desvirtual.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: -Bastará o caderno diário para assegurar a colaboração das famílias com a escola? A colaboração não pode confinar-se à informação. Será inviável instituir conselho de pais de família, com uma razoável representação e com objectivo de tomarem contacto com a problemática e o clima das tarefas educativas? É mais que tempo de garantia se não desperdice a riqueza pedagógica, de sentido humano e cristão, de Camões, Gil Vicente e dos restantes lusitaníssimos mestres da língua e arautos da nossa maneria do estar no Mundo e do pensar.
Os próprios pontos de exame reflectirão sempre esta mensagem do pensamento português eco de um humanismo escorreito de raízes vitais e de inspiração evangélica? Não serra ingente tirar partido de todas as possibilidades da Mocidade Portuguesa, fazendo dela eficiente escola da vida humana para o homem português?
Não é de esperar por orgânicas perfeitas que nunca existiram, aqui ou alhures, elas não são essenciais, o essencial é o trabalho e a dedicação. Não serram de preferir, ao menos em igualdade de circunstâncias, os professores que trabalhassem nas actividades da Mocidade Portuguesa?
O professor não o é apenas dentro da sala ou estabelecimento. E não seria o caso de se reduzirem as horas de serviço escolar, proporcionalmente à sua autorizada participação nas actividades circum-escolares, num critério mais amplo? O professor não forma ou deforma só com palavras, mais ainda com atitudes, presenças ou ausências do que educa ou deseduca Cabe-lhe dar exemplo positivo, mesmo fora da sala ou estabelecimento, não apenas na vida familiar e social.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Se a educação cómica, lealmente, vinte anos antes de o homem nascer, não acaba na maioridade nem no fim do em só Continua-se vida além, e nunca se pode considerar concluída, sem rico de se perder. Por isso, paia além da escola, há uma educação a promover, educação de adultos, educação popular, através dos meios de informação e comunicação, da crítica, da arte e das diversões. Há uma opinião pública a defender de uma desorientação em que as forças do mal gastam milhões em conspirações sistemáticas e sucessivas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não sei á com lugares-comuns, nem com diatribes ou logomaquias, mas também não é com silêncios, tem de ser com a verdade (porque não falta verdade a Nação Portuguesa para dar à sua juventude e ao seu povo), respondendo à propaganda insidiosa com propaganda séria, não apenas na defensiva, passando á ofensiva, com iniciativas inteligentes, dinâmicas e construtivas.
Esporamos todos, do Noite ao Sul do País, numa acção de conjunto que dê tranquilidade à consciência, ansiosa, dos, Portugueses. Confiamos na esclarecida e vigorosa personalidade de S. Ex.ª o Ministro da Educação Nacional. A tarefa, porém, é enorme e só pode levar-se a cabo pela acção sincronizada e leal conjugação de esforços de todos os Ministérios e departamentos responsáveis Será vencida e removida a inércia de alguns sectores?
Temos de ser justos e humanos, até porque um homem começa a ser verdadeiramente homem quando se torna capaz de fazei justiça aos seus adversários. Mas temos, igualmente, de ser decididos, porque o homem também se torna desprezível quando renuncia u defesa do que é sagrado, como é a verdade, a juventude e o futuro da comunidade.
Temos boas leis Mas os diques rompem-se E as vagas sucedem-se, vagas de papel ilustrado ciclones de pornografia, como ainda se verificou recentemente. Porque se rompem os diques? Pela violência da enxurrada? Não, mas pela dinamite de «Sua Majestade o Rei Dinheiro» Se não anda por aí «cavalo do Tróia», a tal «ofensiva pornográfica» há dias mais uma vez denunciada pelo quotidiano Novidades.
Nenhuma ocasião mais asada que o 40 º ano da Revolução Nacional Nova arrancada dos Portugueses, arrancada cultural, que defenda o País e a juventude das baterias que os alvejam. Temos de ganhar esta batalha de construir também esta ponte que há-de ligar o passado, através do presente, ao futuro da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi minto cumprimentado

O Sr Barras Duarte: - Sr Presidente Apresento a V. Ex.ª os meus mais respeitosos cumprimentos. E faço-o com aquela mesma simplicidade que, por índole ou singular dádiva de Deus e no longo contacto com os povos humildes das missões de Timor, me ficou sendo a expressão superlativa dos sinceridade dos meus sentimentos.
Para VV. Ex.ªs, Srs Deputados, a expressão sincera das, minhas homenagens e a mesma colaboração amiga, modesta embora, dos nossos primeiros trabalhos em comum.
Sr. Presidente, Srs. Deputados Pelo que me foi possível depreender da sua longa mas brilhante efectivação, empreendida pelo ilustre Deputado Dr. Braamcamp Sobral, o aviso prévio sobre a educação da juventude concentra o seu principal propósito ou a sua essência mais numa verdadeira formação interior do homem - base do cristão e do português, mais no espírito daquela máxima de que «a alma da educação é a educação da alma», como disse alguém; mais nisso do que