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1454 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 80

(...) boas condições de prazo e juro, não só para alargar a rede de adegas cooperativas e aumentar a capacidade de armazenamento (que sirva áreas mais largas e possa realizar nessas adegas os estágios mínimos de vinhos generosos), mas também para o financiamento dos próprios stcks necessários à defesa do nível de qualidade que assegure uma conecta comercialização
Para a parte desta região demarcada situada no distrito de Vila Real será necessária a construção das adegas cooperativas já projectadas para Carlão e Santa Fugénia e a ampliação das adegas cooperativas existentes em (...), Favaios, Sabrosa, Vila Real Santa Marta e Régua.
E, ao falar do distrito de Vila Real, não posso deixar da salientar a grande escassez de actividades industrias que aí se regista. Tem fintas abundantes e de excelente qualidade, aptidões para lançar e incrementar culturas horto-industriais que sirvam de base à instalação no distrito de uma fábrica de conservas de frutos e produtos hortícolas
Tem grande produção de resina de pinheiro exportada como pez e (...), que poderá valorizar a região se nela for instalada uma fabrica que converta a resma em produtos semimanufacturados, isto com favoráveis resultados económicos e sociais dado o valor acrescentado da cadeia dos produtos em que a resina pode ser transformada e ainda por poder constituir um pólo de fixação à terra da laboriosa gente transmontana

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A melhoria da balança comercial tem de conseguir-se, porque ela exerce pressão acentuada sobre o equilíbrio da balança do pagamentos
Impõe-se diversificar as exportações e valorizá-las em vez de matérias-primas, teremos de aumentar a exportação de produtos que incorporem as matérias-primas nacionais e o trabalho dos Portugueses
Sr Presidente e Srs Deputados O ano em análise foi o primeiro em que a importação de electricidade atingiu valor de relevo. Por terem sido muito desfavoráveis as características hidrológicas, por ter afrouxado nos anos anteriores o ritmo de construção de novas fontes produtoras, em parte devido a alteração verificada nos critérios de planeamento no sentido de uma redução de garantia na satisfação dos consumos de electricidade, e porque os consumos permanentes continuaram a crescer nesse ano a taxa elevada, foram importados 431 milhões de quilóvatros-hora, apoio que permitiu reduzir a nossa produção térmica das centrais antigas, mais cara que a electricidade importada o que seria produzida com combustível de importação. Por outro lado, os consumos não permanentes foram mantidos ao longo de todo o ano Hidrológico em valores bastante superiores aos mínimos

Trocas de electricidade com outros países

Consumos totais e descarregamentos turbináveis

(Milhões de quilovatros-hora)

(ver tabela na imagem)

No quadro anterior indicamos para o último quinquénio as trocas de energia com outros países, nesse quadro também se mostra o valor dos nossos consumos totais e os descarregamentos turbináveis, isto é, descarregamentos que teriam produzido energia nas nossas centrais se nessas ocasiões ela tivesse mercado ou colocação na rede eléctrica
Os quantitativos saídos pela fronteira têm sido modestos, e geralmente para armazenar em França excedentes de Inverno para devolver no Verão, nas condições contratuais
As operações de armazenamento no estrangeiro em ocasiões de excedentes apresentam interesse para a nossa rede, que tem um regime Hidrológico muito irregular, e por isso a representação portuguesa na União Franco-Ibérica para a Coordenação da Produção o transporte de Energia Eléctrica deverá continuar a insistir, nas reuniões internacionais, pela remoção das dificuldades que ainda existem, para no futuro termos mais possibilidades de colocar no estrangeiro excedentes de energia eléctrica

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Nas reuniões para tratar das trocas internacionais de electricidade, o nível de boas relações com a Espanha e a França é digno de sublinhar, mas
Convém nunca perder de vista as metas a atingir, porque, além das boas relações, interessam também os bons resultados
Como mostra o quadro atrás inscrito, os descarregamentos turbináveis nas centrais têm sido expressivos
O crescimento da componente térmica clássica na rede contribuíra para reduzir os descarregamentos turbináveis, mas o aparecimento da componente que se espera a partir de 1975 e o aumento dos aproveitamentos e fio de água em curso virão concorrer para que continue a haver eventuais excedentes de electricidade
O diagrama destes descarregamentos e a nossa posição no extremo da Europa criara grandes dificuldades ao seu aproveitamento, todavia, o problema é merecedor de atenção, para ver se através da melhoria da interligação internacional, do aumento do bombagem para albufeiras e de alguns consumos de energia sobrante que soja possível criar em condições de rentabilidade se podera aproveitar parte da água turbinável que se perde nos descarregadores.
No nosso país, os consumos permanentes têm vindo a aumentar a taxas elevadas e de certo modo estáveis, em 1965, subiram de 10,5 por cento, mas no ano de 1966 registou-se uma quebra nítida do ritmo de crescimento, que se situou apenas na ordem dos 6 por cento, sendo esta taxa a mais baixa registada nos últimos dezassete anos
Ainda analise por zonas de distribuição mostra que na rede dos Serviços Municipalizados do Porto a quebra de ritmo de crescimento de consumos foi, em 1966, muito acentuada
Quanto aos consumos industriais de electricidade, a quebra foi particularmente sensível nos sectores químico, têxtil e cerâmico
Nos últimos meses notou-se incremento nas taxas do seu crescimento, tendo na rede do Repartidor Nacional de Cargas a produção para consumos permanentes crescido em Janeiro e Fevereiro de 1967, respectivamente, às taxas de 16,8 e 13,2 por cento em relação aos períodos homólogos do ano anterior
O sector da electricidade é caracterizado por uma expansão contínua e entre nós tem mantido um crescimento anual médio elevado e superior ao da maioria dos países