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16 DE MARÇO DE 1967 1485

Os grupos técnicos inventariadores constituíram brigadas de campo. Assim aconteceu com a agronomia (que incluía a silvicultura e a pecuária) com a engenharia hidráulica a geologia e prospecção inicia os estudos económicos e sociais e a topografia e geodesia. Simultaneamente realizou-se um levantamento aerotopografico de toda a bacia do Zambeze em Moçambique, á escala de 1 50 000.
A área estudada (cerca de 218 000 Km2) abrange todo o distrito de Tete (100 700 Km2) e parte do território de Moçambique e de uma extensão superior em mais de duas vezes a metrópole.
Uma área de tal natureza, com notável variedade de condições climatéricas, multiforme constituição geológica e diferenciada aptidão dos solos, não permite generalizações. Daí ainda que, após uma prévia avaliação geral, o conhecimento científico do território se tivesse orientado para zonas prioritárias, com vista a um esquema de arranque.
Os reconhecimentos realizados para a agricultura permitiram considerar três tipos de zonas demarcadas em função da altitude zonas de terras altas, localizadas acima dos 500 m (Macanga Marávia e Angónia), zonas mesoplanálticas, entre os 100 m e os 500 m, abrangendo a maior parte do distrito de Tete zonas do terras baixas, a jusante de Mutarara até ao delta do Zambeze.
As condições ecológicas parecem recomendai o aproveitamento das terras altas com culturas alimentares (milho amendoim feijão) pastagens quenafe tabaco e fruteiras nomeadamente citrinos. As terras industriais como a cana - de - açúcar, as fibras moles (urena e juta), o algodão de fibra media e as oleaginosas além do arroz e frutas tropicais. Quanto á zona mesoplanáltica preconizou-se o seu aproveitamento com algodão de fibra longa e tabaco escuro em culturas regadas.
Estudos mais pormenorizados permitiram salientar que o vale do Zambeze dispõe de 2 300 000 ha de terrenos com aptidão agrícola. Destes 1 500 000 há são aproveitáveis para regadio e 1 000 000 há para culturas de sequeiro. Demarcaram-se para ocupação prioritária cerca de 500 000 há dos quais 200 000 há para culturas em sequeiro, 270 000 há para aproveitamento em regadio e 27 000 há para culturas de chá e café. É na verdade, uma perspectiva grandiosa quando comparada com a modéstia dos aproveitamentos realizados ou projectados no continente.

Nos domínios da silvicultura, além da inventariação das mais importantes reservas florestais e das possibilidades do seu enriquecimento ou regeneração, foram definidas zonas de repovoamento não só com essências indígenas, mas também exóticas Cerca do 200 000 ha nas zonas planálticas do distrito de Tete (Fingoé, Alto Macanga, Angónia e Maciço de Mepali) oferecem boas perspectivas. O crescimento do pinheiro é aqui três vezes superiores ao da Europa, atingindo as arvores o seu máximo desenvolvimento 30 anos depois da plantação. Os cortes para a produção de celulose poderão efectuar-se no 13 º ano.
Quanto à pecuária, definiram-se as características biométricas e rácicas dos bovinos, estudaram-se as epizootias mais frequentes e atendeu-se ao estado sanitário do gado e condições de maneio Demarcadas as zonas de infestação glossínica, consideraram-se as regiões mais aptas para a produção de gado indígena e exótico
Moçambique dispõe de cerca de l milhão de bovinos, dos quais 200 000 na bacia do Zambeze e, destes, 70 por cento no distrito de Tete. Assim, a área de Tete ocupa o segundo lugar em riqueza de armentio, a seguir ao Sul do Save. Existem em lote possibilidades favoráveis a, criação de gado vacum pois trata-se de uma zona de pastagens doces (pastos a base de leguminosas), com boas condições de abeberamento e liberta da mosca tsé-tsé. Os criadores autóctones detém 82 por cento do gado bovino existente. Acontece que na região da Angónia se verifica overslohing, o que impõe medidas urgentes, não só para defesa das manadas como do próprio solo.
Mas as duas grandes possibilidades da bacia hidrográfica do Zambeze residem nas potencialidades energéticas e nos recursos mineiros.
As perspectivas do subsolo da bacia Zambeze foram sumariadas pela Missão do Zambeze nestes termos.
Carvão - Além dos jazigos já conhecidos e em exploração na zona de Moatize considera-se de extraordinária importância a bacia carbonífera que se estende ao longo do no entre a Chicoa e o Zuinbo numa extensão de 180 km e com uma largura entre 5 km e 20 km. Os elementos já conhecidos deixam prever a existência de enormes reservas e os ensaios laboratoriais permitem concluir pela existência de camadas coqueficaveis susceptíveis de produzir coque metalúrgico.
Ferro titânio e vanádio - Alem dos jazigos de titanomagnetites com teor significativo em vanádio na zona Machédua - Massamba cujas reservas possíveis foram avaliadas em 36x106 t e cujas reservas possíveis se estimam em 200x106 t e do jazigo de feiro de Muende, cujas reservas se estimam em vários milhões de toneladas parece oferecerem boas perspectivas zonas da regiões de Messeca Fingoé.
Cobre - Além dos jazigos de Massanha Chidué revestem-se de interesse as zonas do monte Aclusa-monte Nhartreze e de Messeca- Mancupi.
Fluorite - Reconheceu-se a existência de importantes jazigos de fluorite na zona Macossa - [...].
Também no Cluoco e na Changara se identificaram áreas mineralizadas por fluente.
Benlo - Nas regiões de Changara e Matumbo identificaram-se zonas pegmatíticas mineralizadas por berilo.
Manganes - Reconhecimentos feitos demonstraram que os jazigos da região Choco - Changara têm maior extensão do que inicialmente se supusera.
Nuquel crómio e asbistos - Revelaram-se de interesse as pesquisas realizadas na região de monte Achisa-monte Nhartreze.
Outros minérios - Assinalaram-se também ocorrências de ouro, grafite e galena.
Os trabalhos realizados pela Brigada de Engenharia Hidráulica relacionaram-se com o estudo das bacias hidrográficas do Zambeze e seus afluentes mais significativos com vista a aproveitamentos hidroagrícolas e hidroeléctricos ás possibilidades de navegação ainda a montante de Cabora Bassa ao domínio dos caudais sólidos e á implantação de um porto fluvio-maritimo na foz.
O seguinte quadro é uma estimativa das potencialidades energéticas do Zambeze e principais afluentes.

[ver tabela na imagem]