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1644 DIÁRIO DAS RESSOES N.º 87

agradecimentos aos ilustres Srs. Deputados, e em especial àqueles que pessoalmente intervieram no debate.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Orador:- Por outro lado, a assembleia recomendará ao Governo a adopção das províncias julgadas necessárias para que seja instituído o dia 22 de Abril como o Dia da Comunidade Luso-Brasileira em todo o território português.
Disse.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Soares da Fonseca:- Peço a palavra!

O Sr. Presidente:- Tem V. Exa. A palavra.

O Sr. Sores da Fonseca:- Creio, Sr. Presidente, que a Assembleia Nacional deveria concretizar, em afirmação colectiva e solene, a sua plena concordância com os sentimentos tão bem acabados de exprimir pelo ilustre presidente da nossa Comissão dos Negócios Estrangeiros.
Por isso peço licença para sobre o problema em debate, enviar para a Mesa uma moção que V. Exa. Se dignará mandar ler e submeter à discussão e votação.

O Sr. Presidente:- Vai ser lida a moção.

Foi lida. É a seguinte.

Moção

A Assembleia Nacional, profundamente sensibilizada com a decisão unânime do Congresso da Grande nação irmã que é o Brasil no sentido da instituição no Dia da Comunidade Luso-Brasileira, resolve

a) Manifesta o seu maior apreço por aquela feliz decisão, unanimando-se inteiramente com os sentimentos profundos que a inspiraram, tanto em altitude de respeito pelos laços estreitos da História como em manifestação de clara confiança nos altos destinos do futuro dos dois países.
a) Solicitar do Governo que, em identidade com o procedimento do Brasil institua o dia 22 de Abril como solene Dia da Comunidade Luso-Brasileira.

Sala das sessões da Assembleia Nacional, 22 de Março de 1967 - O Deputado José Soares da Fonseca.

O Sr. Presidente:- Está em discussão.

O Sr. Henrique Tenreiro:- Peço a palavra!

O Sr. Presidente:- Tem V. Exa. a palavra.

O Sr. Henrique Tenreiro:- Sr. Presidente: Portugueses e Brasileiros acabam de Ter a grande satisfação de verem oficialmente consagrada uma aspiração comum que define de maneira eloquente e expressiva a grande realidade de dois povos irmãos pelo sangue, pelo espírito, pela língua e pela raça.
Pelos laços da história, numa comum missão espiritual e atlântica, somos duas unidas pelo destino, lançadas proa ao mar sobre o infinito como se nele convergisse uma só pátria.
Desde a independência do Brasil, em 1822 até à assinatura do tratado de Amizade e Consulta em 1953 nenhum outro acontecimento poderá Ter assumido maior relevância na aliança dos dois povos do que este em que a Câmara Federal dos Deputados aprovou em Brasília por unanimidade consagrar a data de 22 de Abril como o Dia da Comunidade Luso-Brasileira.
Mais um marco de perenidade de um destino inseparável. Nenhum povo do Mundo pode sentir o orgulho de tão maravilhosa realidade. Há que proclamá-la pelo que representa e pelo que significa como força na futuro.

Vozes:- Muito bem!

Orador:- Este projecto institucional - que merece o nosso mais entusiástico apoio - visa a comunidade com todas as suas implicações políticas e económicas.
E para ainda mais acentuar o significado da importante decisão da Câmara de Brasília chega-nos a notícia de que esta nova lei será talvez aprovada com solenidade especial pelo presidente da Republica brasileira sendo esta a primeira promulgação do marechal Costa e Silva depois de investido na mais elevada magistratura da nação.
Ladano cidadão da comunidade luso-brasileira o marechal Costa e Silva quando recentemente esteve em Portugal - terra dos seus antepassados - não escondeu a sua admiração e sincero apreço pelo nosso país deixando desde logo antever que viria a ser o precursor de uma política de solidariedade e compreensão dos dois povos que falam a mesma língua, que se estimam e unidos no passado permanecem ainda mais unidos no futuro pois a razão de ser dessa continuidade está assegurada pelos sentimentos comuns e pela grandiosa presença da colónia que afectuosamente sente as duas pátrias.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Para o Mundo conturbado dos nossos dias, em que as marcas se afastam umas das outras e não reconhecem alianças seculares e em que apenas prevalecem os interesses momentâneos, Portugal e Brasil dão neste momento uma magnífica lição de consciência na defesa de uma doutrina e de uma política que ùnicamente visa o bem comum.
Esta é a política que Salazar tem vindo a seguir no nosso país e que não tem sido compreendida por aqueles que não querem ou não lhes convém lembrar, que a história do Atlântico começou nos rochedos de Sagres, razão da nossa grandeza ultramarina, razão do esforço que Portugal está realizando nas suas províncias de além-mar, com o sacrifício, abnegação e heroicidade da sua juventude.

Vozes:- Muito Bem!

O Orador:- A par da satisfação que sentimos com a atitude clarividente da Câmara Federal, não podemos deixar de exprimir o nosso mais incontido júbilo pelo estimulante apoio que nos é dado pelo Brasil no momento em que Portugal defende parcelas do seu ultramar.
Ainda há pouco uma força naval brasileira esteve ancorada nas águas portuguesas de Angola para uma visita de cortesia de Grande significado. Com que emoção esses rapazes da marinha do Brasil confraternizaram com os seus irmãos das nossas forças armadas, que, defendendo