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23 DE MARÇO DE 1967 1641

O porto de Bissau está apetrechado com os maquinismos mais modernos e garante um serviço eficiente tendo em 1965 sido escalado por 96 navios de longo curso que movimentaram 3612 passageiros, descarregam 82 028 t e receberam 27 916 t.
No capítulo dos transportes fluviais, possui a província barcos de cabotagem que fazem carreiras para as localidades servidas de portos, tais como Bolama, Bubaque, Buba, Cacine, Cacheu, Catió, Teixeira Pinto, Binta, Farim, Bambadinca, S. Domingos, etc.
No que se refere à camionagem, existem algumas carreiras regulares, mas quase todas dotadas de fraco material, cuja renovação a situação anormal da província não anina.
Está-se a estudar o estabelecimento de transportes colectivos na cidade de Bissau, o que já não é sem tempo dada expansão que a cidade está a tomar.
O Aeroporto de Governo Lopes de Bissau tem sofrido grandes melhoramentos, e outros se seguirão para garantia das próximas frequências da TAP com aviões a jacto. Possui uma parte asfaltada de 2400 m com parques de estacionamento para aviões de todos os tipos.
As ligações com a metrópole são garantidas pelos aviões da TAP e o tráfego interno está a cargo está a cargo dos T.A.G.P que desfrutam de autonomia administrativa e financeira e dispõem da seguinte frota dois aviões Heron (quadrimotores) com lotação para dezassete passageiros ou capacidade para 1300 Kg de carga) um dos quais esteve cedido à província de Cabo Verde até há bem poucos dias e onde prestou bons serviços enquanto se procedia às reparações dos aviões daquela província na metrópole, três Dornier 27 (monomotores para cinco passageiros ou disponibilidade para 300 Kg de carga).
Os T.A.G.P em virtude da remodelação dos seus serviços e também devido ao estado de guerra que a província atravessa tiveram um grande movimento durante o ano de 1965, tendo transportado 6258 passageiros, 65 539 Kg de carga e 6188 Kg de correio só no 1.º semestre do referido ano.
Os aviões dos T.A.G.P, no período acima referido fizeram 1206 horas de voo e percorreram 190 946 Km.
Quanto às telecomunicações, pode dizer-se que a província tem uma cobertura muito satisfatória e as comunicações com a metrópole podem considerar-se modelares.
Com a autonomia que passaram a ter os respectivos serviços, é de esperar que tudo conduza a um maior rendimento e melhoria técnica.
A Administração do Porto que também passou a ter autonomia administrativa e financeira tem melhorado grandemente os seus serviços e, pelo ritmo que as construções portuárias estão a tomar, é de esperar que dentro em breve fique completamente remodelado.
Quanto às infra-estruturas sociais, dois departamentos mereceram toda a atenção dos responsáveis pela governação da província e, se maior desenvolvimento não tiveram, foi porque as circunstâncias o não permitiram, dada a situação anormal que a província atravessa. São eles os Serviços de Saúde e Assistência e os Serviços de Educação.
A Guiné chegou a ocupar um lugar de destaque em comparação com os demais territórios de África no que se refere à cobertura sanitária e assistência às populações de todas as etnias.
Hoje, devido ao estado anormal que a província atravessa, tudo se estabilizou e as dificuldades em recrutar pessoal médico é cada vez maior e os próprios enfermeiros começam a sentir-se atraídos pelas províncias de governo-geral, em que as condições materiais são muito mais tentadoras.
Entretanto, ainda hoje podemos considerar os serviços como modelares e com uma boa cobertura sanitária da província.
Despenderam-se em 1963, 22 145 785$08; isto é mais 1 176 129$80 que no ano anterior.
Dispunham os Serviços de Saúde, em 1963 dos seguintes estabelecimentos hospitalares; 1 hospital central, 3 hospitais regionais, 6 hospitais rurais, 1 maternidade, 17 maternidades rurais, 1 centro materno-infantil, 1 leprosaria, 1 enfermaria para tuberculosos, 1 dispensário para alienados, 51 postos sanitários.
Além destas formações, a Missão de Combate às Tripanossomíases, cuja acção assistencial é itinerente e tem prestado relevantes serviços à província e merecido os maiores encómios de entidades nacionais e estrangeiras, possui tabancas-enfermarias, com postos de tratamento e internamento nas seguintes localidades; Mansoa e Bissorã (sector I), Farim e Susana (sector II), Nova Lamego, Bafatá, Cossé, Bambadinca e Contubo-El (sector III), Teixeira Pinto e Bula (sector IV), e Bissau (sede), Bolama, Bubaque, Brombo e Uno.
Para uma população calculada em cerca de 372 000 habitantes, dispõem os departamentos hospitalares de 749 camas, equivalendo a uma cama para 763 habitantes, o que é muito reduzido e merece ser resolvido logo que as circunstâncias o permitam.
Contava a província, em 1963 com 28 médicos incluindo 12 oficiais melicianos prestando cumulativamente funções civis por falta de médicos. Existiam 169 enfermeiros e 46 auxiliares e pessoal paramédico.
Em média, cada médico tem, teòricamente 20 400 habitantes a seu cargo e cada enfermeiro 3400 habitantes.
Uma grande falta que se verifica neste sector é a ausência de assistentes sociais efectivas, embora interinamente os dois lugares estejam, às vezes, temporàriamente preenchidos. É de esperar que, com a formação de novos elementos, tanto na metrópole, como em Angola e Moçambique, as províncias de governo simples venham a ser beneficiadas com o preenchimento definitivo dos seus quadros.
Oxalá a normalidade volte depressa à província, para que se possa reestruturar um sector tão importante para o bem-estar das populações e para uma promoção social mais eficiente.
A preparação de pessoal de enfermagem vem sendo muito deficiente. Para remediar tão grande mal, a Fundação Calouste Gulbenkian pôs à disposição do Governo da província os meios materiais para a construção de uma escola de enfermagem com lar anexo e seu apetrechamento. O projecto está a ser ultimado e é de esperar que as obras tenham início muito brevemente.
Os serviços de Educação também têm merecido dos responsáveis pelo Governo da província o maior interesse e carinho, sendo de lamentar que, pelas mesmas razões que os serviços de Saúde e Assistência, isto é, o surto do terrorismo que desde 1962 veio desarticular a vida construtiva que em todos os sectores se estava a desenvolver na Guiné, não tenham o ritmo de realizações que merecem.
No ano de 1965, foram gastos com os Serviços de Educação 6 124 062$80, mais 653 073$ que no ano anterior, e procurou-se ampliar os quadros dos professores de forma a tornar o ensino mais eficiente.
Aumentou-se em 5 unidades o número de professores primários, criaram-se 10 lugares de professor de posto escolar e elevou-se para 50 o número de monitores es-