O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 DE FEVEREIRO DE 1968 2509

Aparece Mais directamente proporcional às facilidades obtidas nos países de destino emigratório do que às circunstâncias económicas locais.

A crise económica que a falta de emigração e o desaparecimento do turismo provocou durante a última guerra mundial foi em parte compensada pela permanência de 2000 gibraltinos o Governo Inglês transferiu para a Madeira e para emigração para (Curaçau. Porto de 1000 homens contratados pelas refinarias de Curaçau fizeram a viagem num comboio protegido de navios.

Quer dizer: nem sempre se pôde emigrar mais, quando mais se desejou ou precisou de emigrar.

É preciso um certo limiar económico para poder emigrar-se, transformando as terras próprias em dinheiro ou sobre elas obter-se dinheiro emprestado a juro alto, já que são caras as viagens transoceânicas. Os mais pobres não podem facilmente emigrar.

Observando ano a ano a emigração, verificamos que para 1888 os seus 3441 emigrados correspondem a 2,64 por conto da população da época, enquanto os 6968 do ano de 1062 correspondem a 2,01 por cento e os 6487 de 1020 a 3,60 por cento, a percentagem mais alta dos últimos 80 anos. Podemos, assim, tirar uma primeira conclusão:

Ao longo dos ultimeis 80 anos não se verifica assim, um aumento acentuado da emigração em relação aos volumes populacionais dela contemporâneos.

Apesar da emigração, a população do arquipélago duplicou de 1890 a ]950. Entre 1951 e 1960, período em que emigraram do arquipélago 48 721 pessoas, e referenciando-nos pela população presente, segundo os censos, há um saldo populacional líquido de 1679 pessoas, que será de corrigir para 2177 em relação à população obtida, por cálculo, para 1960, deixando os emigrados, para o estrangeiro e ultramar, dos excedentes de vida, mais os retornados.

De 1960 a 1966 o saldo populacional líquido obtido pelo mesmo processo atinge 12 624 pessoas.

(Quer dizer: a população do arquipélago, que no decénio de 1051-1960 quase estacionara, voltou a subir em cerca de 4,6 por cento. Atribui-se isto a certa diminuição da emigração, certa redução da mortalidade e a um aumento do excedente de vidas à custa deste factor. Verificamos, portanto, tendência da emigração para reduzir-se nos últimos anos e frequência imigratória que não é mais alta agora que ao longo dos últimos 80 anos: aumento discreto da população a partir de 1960.

São as conclusões que as estatísticas mis dão bem diferentes das do conjunto nacional.

Vejamos agora, de relance, a evolução quanto aos países de destino da emigração madeirense, que continua a manter as características transoceânicas tradicionais, ao contrário da do continente, que se vai orientando para a Europa.

Não tem ainda expressão numérica, com efeito, a emigração madeirense para a Europa, como o não tem ao contrário do continente, a emigração clandestina, talvez porque o carácter insular do distrito torne mais fácil a sua profilaxia e repressão.

Nem sempre a emigração madeirense se processou proporcionalmente à do continente.

Em relação à Venezuela, o pais de destino de maior frequência emigratória madeirense, desde 1950 para cá tem representado, em relação ao total da emigração portuguesa, uma percentagem elevadíssima.

Diz-nos o Boletim da Junta da, Emigração que em 1960 havia cerca de 40 000 portugueses na Venezuela, na quase totalidade madeirenses.

A Venezuela- absorveu, em 80 1966 por cento da emigração madeirense desse ano, a qual representou 174 por cento em relação ao migratório do continente portuguesa paru esse pais.

A emigração para o Brasil, que a partir da última guerra mundial se reduzira muito, voltou a atingir números altos de 1950 a 1954, para baixar verticalmente à medida que o cruzeiro se desvalorizou e se tornou pouco praticável a transferência de dinheiro. Nunca assumimos, em relação a total da emigração do nosso país para o Brasil, uma porcentagem muito saliente. Em 1966, para um lotal de 2607 emigrantes portugueses, a Madeira enviou 201.

Quanta à África do Sul, a emigração madeirense, que começou a aumentar por volta de 1950, atingiu em 15150 o seu máximo (1029 emigrantes, para um total de 1225 emigrantes portugueses), para ir baixando, nos anos posteriores, em relação au contingente emigratório do nosso país, que não diminuiu.

Esta, emigração continua, todavia, ainda hoje em segundo lugar, logo em seguida à Venezuela com 240 emigrantes, em 1966, para um total de 472] emigrante portugueses.

O Canadá, a Argentina, como os Estados Unidos, absorveram só pequenas quantidades de emigrantes madeirenses, pelo menos nos últimos vinte anos, não se tendo a Madeira representado no aumento da volumosa emigração portuguesa para a América do Norte quando a legislação americana autorizou a redistribuirão pelos países de baixas quotas (emigratória dos lugares não preenchidos pelos de elevada quota. Em 1966 emigraram para os Estados Unidos 10 357 portugueses, dos quais só 45 madeirense.':.

A Junta Nacional da Emigração, criada em 1947 e que veio melhorar as condições com que o nosso fenómeno emigratório se processou, promoveu três grupos de emigração madeirense dirigida:

Em 1951 - contrato de pescadores da Madeira para a. União Sul - Africana:

Em 1952 - recrutamento de famílias da Madeira para os estados de S. Paulo e Paraná, a fim de trabalharem em fazendas previamente visitadas pelo um inspector da Junta;

Em 1948 - quando o Dr. Trigo de Negreiros era Subsecretário de Estado das Corporações - uma das melhores, se não a melhor, emigração dirigida em Portugal.

O contrato com as refinarias do petróleo onde iam trabalhar os emigrante: incluía horário de trabalho fixo pagamento de horas extraordinárias, salários, férias pagas? para gozo na Madeira, transferência de dívidas, seguro contra acidentes e mensalidade obrigatória para a família que ficava na ilha, variando entre 800$ e 1200$ mensais.

A emigração de trabalhadores para Curaçau, já começada perto do fim da segunda grande guerra, fez entrar na Madeira, até agora, cerca de l milhão de contos, continuando a vir de lá pensões de reforma. Declinou a emigração para Curaçau quando a Venezuela passou a ter as suas refinarias de petróleo. Regressou à Madeira a maior parte dos trabalhadores emigrados, com suas economias outros passaram para este último país.

Facilitada a emigração portuguesa pelo Governo Venezuelano de então, a "colónia" madeirense rapidamente se desenvolveu e prosperou, sobretudo no comércio de padaria, camionagem, pequenos restaurantes e na construção civil.

A partir de 1952 estimulada pelo actual governador, começou a efectuar-se uma emigração temporária (sazonal) para Inglaterra, sobretudo para os hotéis de Nova Jérsia, de profissionais da indústria hoteleira -, facilitando-se-lhe passaportes temporários. No período de Verão, que