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21 DE FEVEREIRO DE 1969
23. Os resultados de 1967 não são satisfatórios. O desequilíbrio manifesta-se por 343 119 contos e provém do grande desequilíbrio nas transacções de mercadorias.
Há uma série de anos que o saldo negativo absorve as disponibilidades acumuladas em anos mais felizes, apesar do contributo por invisíveis dos transportes.
Nas cifras que seguem incluem-se as entradas e saídas de cambiais desde 1962, ano a ano, e na última coluna exprime-se o saldo negativo:
[Ver Diário Original]
Entre 1966 e 1967 houve ligeira melhoria (8909 contos) no saldo negativo. Mas parece que devem envidar-se esforços no sentido de equilibrar a balança ou, ao menos, reduzi-la para somas muito menores, digamos vizinhas das de 1962. O saldo negativo de 1963 foi devido a grandes liquidações, é um saldo de pânico.
24. Pondo a balança em termos mais compreensíveis, com a indicação entre as diferenças das diversas rubricas, de modo a obter os saldos em cada uma, nota-se que o desequilíbrio nas transacções correntes foi da ordem dos 281 792 contos.
O deficit na rubrica «Mercadorias» atingiu quase 2 milhões de contos (1 954 075 contos).
Os transportes continuam a ser o grande suporte da balança, com o saldo de 1 689 812 contos. íl ajudado por entradas de diversas e outras, que se avizinham de 500 000 contos. Ùltimamente, já com 79 451 contos, a receita do turismo começa a influenciar os saldos dos invisíveis nas transacções correntes.
Além dos grandes deficits das mercadorias importadas, há verbas no sumário da balança de pagamentos que parecem excessivas. Estão neste caso os rendimentos de capitais.
Nas operações de capital surpreende muito o saldo negativo, cerca de 50 841 contos.
No final o deficit elevou-se a 332 633 contos. Veio quase todo da balança de mercadorias. Se fosse possível reduzir este para cifras mais acessíveis e estabelecer uma corrente de investimentos que tornasse positiva a conta de operações de capital, o problema da balança de pagamentos teria outro aspecto.
Não faz sentido que uma província com tão alta entrada de invisíveis nos transportes feche a sua balança de pagamentos com saldo negativo.
No quadro seguinte indicam-se as cifras:
[Ver Diário Original]
Houve melhoria em relação a 1966, mas pequena. Seria maior se tivesse sido possível obter melhores valores nas mercadorias. Na verdade, as importações de 1967 foram inferiores às de 1966, mas o desequilíbrio na balança de pagamentos aumentou cerca de 177 240 contos. Pagamentos atrasados?
Os pareceres têm debatido o problema da balança de pagamentos com insistência, porque a sua solução adequada tem grande relevância em territórios como o de Moçambique. O ter grandes saldos nos transportes e outros rendimentos de emigração deveria ser motivo para economizar noutros sectores.
25. Procurou-se dar nesta resenha sobre o comércio externo e pagamentos exteriores uma ideia geral da actual situação. E necessário tomar medidas np sentido de reduzir o deficit da balança comercial, e o exame das importações indica ser possível reduzir consumos supérfluos. Por outro lado, há campo vasto no aumento das exportações, que não têm falta de mercados consumidores. O caso do amendoim, tratado com pormenores no parecer sobre a Guiné, é um exemplo. A metrópole importa grandes quantidades de amendoim e Moçambique já foi em tempos passados um grande exportador. Não será possível intensificar a sua produção, assim como a do tabaco, a da castanha de caju e outros produtos?
Receitas e despesas
26. Apesar da diminuição nas receitas extraordinárias, o aumento nas receitas totais atingiu 613 391 contos, o que è