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DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 180
A província exportou 3 319 100 sacos de 60 kg, quase 200 000 t, cerca de 48 500 t mais do que na campanha de 1965-1966.
Mas no café influi muito o preço unitário, que depende das cotações ao longo do ano. E neste aspecto houve uma redução grande em 1967, como se nota a seguir:
1966................. 19 550$00
1967................. 18 040$00
Apesar desta diminuição nos valores unitários, a exportação de café atingiu o alto valor de 3 546 746 contos, correspondentes a 196 506 t. Foram mais 488 360 contos do que em 1966.
4. Nos produtos agrícolas há grande irregularidade. E até quase se omitem alguns que encontrariam mercado certo na metrópole, como o amendoim, o tabaco e outros. Do primeiro — o amendoim — exportaram-se 1584 t, no valor de 7362 contos, menos do que em 1966. Este é um produto que a metrópole consome em grandes quantidades, originário de países inimigos.
Não será possível alargar a sua produção em Angola? Outro tanto se poderá dizer de diversas oleaginosas, como o gergelim, o rícino e o coconote.
Como que a querer comprovar esta aptidão da província para a produção de sementes oleaginosas, debatida nestes pareceres, já em 1967 se produziram para exportação 2367 contos de óleo de amendoim para usos alimentares.
5. De outros produtos agrícolas há a mencionar novo retrocesso no sisal.
A exportação caiu ainda para 194 018 contos, o que representa um grande baixa.
Mas no algodão parece ter havido melhoria. Com efeito, a produção de algodão em caroço parece ter atingido 27 370 t, mais cerca de 7000 t do que em 1966, o que ocasionou a produção de 9032 t de fibra, longe por cerca de 2300 t de 1966. Este facto é de assinalar, dadas as grandes importações da metrópole. E também é de assinalar o interesse na melhoria da cultura e da transformação. -..¦ r j
No milho houve um aumento de produção para 116 000 t, além das partidas não transaccionadas.
Consumiram milho de Angola a metrópole (100 000 t) e Cabo Verde (3800 t), além de S. Tomé (1640 t).
Pouco se poderá dizer do tabaco, que não consegue im-plantar-se por cifras que se vejam. Ainda diminuiu a produção em 1966, e com ela a exportação.
6. No caso da pesca, a produção diminuiu para 292 102 t de capturas.
A seguir inscrevem-se os números da produção de
peixe: Toneladas
1956.................. 420 330
1958.................. 278 054
1960.................. 251 744
1962.................. 269 226
1964.................. 355 810
1965................ 256 656
1966................. 327 476
1967................. 292 102
As falhas no valor da produção reduziram-no para 471 083 contos, menos cerca de 41 500 contos do que em 1966.
Alterações graves na cotação da farinha de peixe e redução na saída de peixe seco levaram ao decréscimo de cerca de 113 800 contos na exportação.
Julga-se que poderá haver grande melhoria nesta indústria, depois de postos em funcionamento os progressos introduzidos recentemente nas fábricas, no congelamento e nos métodos de pesca.
Indústrias extractivas
7. Presume-se que estas indústrias dentro em breve suplantarão por grande excesso os resultados da produção agrícola, incluindo o café.
Até agora a extracção de diamantes tem concorrido com elevadas somas para o balanço comercial e auxiliou a vida financeira da província.
As novas perspectivas são a extracção de petróleo em Cabinda e em outras regiões e as minas de ferro já reconhecidas e em exploração no Sul e no Centro.
Em 1967, a produção em quilates e toneladas consta do quadro seguinte:
[Ver Diário Original]
A extracção de diamantes progrediu todos os anos, atingindo 1 289 000 quilates em 1967, no valor de 1 220 000 contos, números redondos. Esta produção é enviada para a metrópole, onde se procede à sua lapidação, e daqui é exportada em grande parte para a Inglaterra, o centro distribuidor das pedras.
Não parece ser possível alargar muito a extracção de diamantes.
As minas de ferro produziram 1 154 000 t, no valor de 244 800 contos. A maior parcela veio das minas de Cassinga e Cuíma, cerca de 800 000 t, e o resto foi extraído dos jazigos de Saia e Tumbi, no distrito de Malanje.
Há o propósito de exportar grandes quantidades de minério de ferro através do porto mineiro de Saco, em Moçâmedes, apesar das dificuldades provenientes do transporte por caminho de ferro através de uma longa distância. A via férrea sofreu transformações de relevo, e, em grande parte, o deficit na balança de comércio em 1967 proveio da importação de material ferroviário e portuário para esta linha.
Os minérios de ferro são de pouca valia em relação a outros, e por este motivo a exploração terá de atingir cifras muito altas para poder ser realizada com lucro e pesar na balança de comércio. Julga-se possível a extracção de 4 000 000 t ou 5 000 000 t de minérios.
Mas onde, segundo declarações recentes, a balança de comércio poderá sofrer grande auxílio é na exploração de petróleo bruto.
Os jazigos recentemente descobertos perto de Cabinda, a poucos quilómetros da costa, em águas mansas e pouco profundas, são de boa qualidade, com pequena percentagem de enxofre. Já se extraíram e exportaram quantidades deste petróleo em 1968, e, segundo declarações vindas a público, dentro de dois anos a exploração poderá alcançar cerca de 7 500 000 t.
Estes jazigos, que parecem também estender-se a terra, serão um poderoso auxílio à economia da província e ajudarão o desenvolvimento de outras potencialidades agrícolas e industriais.