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1 DE MARÇO DE 1969 3317

pansão: 7 por cento na França, 18 por cento no Reino Unido, 25 por cento na Alemanha, 18 por cento na Bélgica, 61 por cento na Irlanda, 20 por cento na Suécia, 32 por cento no Brasil, 33 por cento nos Estados Unidos da América, etc. O volume total das vendas foi da ordem das 69 000 pipas, o que corresponde ao máximo conseguido desde 1940, tendo o valor da comercialização atingido cerca de 650 milhares de contos.
Pelos níveis que atingiram as exportações, pela tendência de recuperação de vários mercados e pelo interesse manifestado por outros, bem poderá dizer-se que no ano de 1968, com uma exportação de 33,15 milhões de litros, constituiu mais um novo marco a assinalar na história económica do vinho do Porto.
Estes resultados favoráveis não devem significar que se tenha alcançado uma meta, nem tão-pouco que se possa descansar, mas antes a posição atingida deverá servir de ponto de partida para uma nova etapa de maior expansão do vinho do Porto nós vários mercados, procurando apontar para os valores já atingidos na década de 1916-1925, onde houve anos com exportação ainda muito superior e da ordem dos 56 a 59 milhões de litros.
Pelo que respeita à produção de mostos na região demarcada do Douro, esta fonte de divisas poderá exceder largamente o milhão de contos, desde que se continue a alargar os mercados tradicionais e a conquistar novos mercados.
Como as altas qualidades do vinho do Porto só se desenvolvem depois de um estágio de envelhecimento, é necessário robustecer as reservas de exportação, aumentando as litragens de mosto, a beneficiar na próxima vindima.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O preço médio de exportação melhorou em 1968, subindo 240$ por pipa em relação ao ano anterior; é preciso que da melhoria dos preços de exportação também beneficiem os lavradores do Douro, produtores dos mostos a beneficiar, visto terem de fazer face à subida dos custos de produção, sobretudo dos salários.
Há que continuar a prestigiar o produto pela intransigente defesa da qualidade e persistir na divulgação da excelência das suas qualidades, tornando-o mais conhecido, para ser mais apreciado e mais largamente vendido.
O Brasil parece estar a caminho de retomar posição mais consentânea com o lugar proeminente que noutros tempos ocupou entre os mercados importadores.
Pelo que respeita aos Estados Unidos da América, a recente aceitação da defesa das marcas Porto e Vinho do Porto parece já ter tido influência no seu consumo e no aumento registado no último ano. A acção da publicidade desenvolvida no campo das relações públicas, provas de vinho, artigos na imprensa, etc., também tem contribuído para este incremento; por isso deverá ser intensificada esta modalidade de propaganda, que parece aconselhável num país com as características dos Estados Unidos.
Sobre a colocação do vinho do Porto no mercado norte-americano publicou em 1956 um excelente trabalho o nosso distinto colega Sr. Doutor Águedo de Oliveira; por isso lhe dirijo desta tribuna uma palavra de muito apreço.
Actualmente o volume das exportações depende muito das campanhas de publicidade; por isso, é preciso que no ano em curso não afrouxem e, se possível, até sejam ampliados os apoios concedidos às campanhas de propaganda deste nobre produto.
O auxílio do Governo a essas campanhas nos mercados externos foi de 8932 contos em 1966, de 12 320 contos em 1967 e de 10 000 contos em 1968, mas para impulsionar as exportações do vinho do Porto este auxílio deve aumentar.

Tudo o que for feito a favor do vinho do Porto virá a beneficiar todos os que labutam, com persistência e dureza, em mais de 23 000 explorações agrícolas da região demarcada do Douro e todos aqueles que estão ligados à produção e exportação do vinho do Porto.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: A balança de pagamentos da zona do escudo, na sequência do comportamento observado a partir de 1962, manteve o saldo positivo, tendo apresentado no ano em análise o notável excedente de mais de 6 milhões de contos.
Neste saldo entram em linha de conta cerca de 2,4 milhões de contos do saldo também positivo do ultramar com o estrangeiro.
A reserva cambial do Banco de Portugal foi reforçada em 4,1 milhões de coutos e a acumulação de disponibilidades cambiais noutras instituições de crédito também foi superior à observada no ano precedente.
A frente financeira manteve, pois, a sua firmeza e consolidou a sua estrutura.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Durante o exercício financeiro foi fortalecida a solvabilidade externa do escudo, que se tem mantido, através das crises internacionais, como uma das moedas mais fortes do Mundo, fruto da política de finanças sãs seguidas nas últimas quatro décadas e da confiança na estabilidade da nossa ordem constitucional.
Mas no mercado interno o valor aquisitivo do escudo precisa de ser também tenazmente defendido.
Há necessidade de combater a inflação, porque a subida artificial dos preços é fonte de desordem na economia, dando origem, quase sempre; à redução do nível de vida e a sofrimentos sociais, que geram mal-estar e descontentamento.
Sabemos, pela voz prestigiosa do Chefe do Governo, que os Poderes Públicos estão empenhados em fazer frente à alta dos preços e pôr um travão às tendências especulativas desenhadas nos últimos tempos.
A psicose altista dos preços precisa de ser combatida principalmente naquilo que é de primeira necessidade: bens de consumo, rendas de casa e transportes urbanos. As tensões inflacionistas que temos vindo a sentir também resultam do aumento da procura, provocado por influxos monetários sem contrapartida na produção. É indispensável que a produção exerça a grande tarefa que lhe cabe, com o apoio do Governo e a confiança do consumo.
Uma acção criteriosa e enérgica sobre as especulações não neutraliza completamente as tensões inflacionistas, mas é sobremaneira oportuna.
Os comerciantes devem considerar-se servidores da comunidade, e alguns assim procedem - para esses dirijo desta tribuna uma palavra de simpatia -, mas os transgressores, os que não procedem com a dignidade de comerciantes, mas se dedicam antes a manejos e negócios oportunistas, esses precisam de atenta fiscalização e vigorosa repressão.
Tudo o que for feito para estabilizar os preços, mesmo com repressão enérgica e até actuando com dureza, terá o mais franco aplauso desta Assembleia.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: no mundo do nosso tempo, a defesa nacional, a segurança interna e o pró-