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6 DE MARÇO DE 1969 3365

sabem donde viemos, onde estamos e para onde caminhamos. Não se gastam e agastam a falar e reclamar o que falta, esquecendo o recebido. Viseu tem razões para confiar, pois sabe (Viseu e todo o País ...) quanto deve à Administração, ao Governo Central e às entidades locais, lúcidas, atentas e dinâmicas no apoio à iniciativa particular.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Neto de Miranda: - Sr. Presidente: Regressou a Lisboa no passado dia 17 de Fevereiro da sua visita a Moçambique e Angola o Sr. Ministro da Defesa Nacional, general Sá Viana Rebelo. Os jornais deram notícia pormenorizada dos passos dessa visita e algumas declarações prestadas ou juízos formulados dão-nos uma ideia muito clara do interesse que a visita, que se estendeu também à África do Sul, suscitou.
Os contactos que os governantes, como já anteriormente o afirmei, vêm estabelecendo com as parcelas do ultramar, onde se vivem com muita agudeza, espírito de sacrifício e extremo interesse os problemas nacionais, têm uma importância que continua a ser conveniente salientar.
Não será, por isso, despropositado referir que estas visitas devam ser feitas também por aqueles governantes que, embora os assuntos que lhes estão cometidos não estejam directamente relacionados com a administração ultramarina, não podem, contudo, deixar de se enquadrar num conhecimento que os torne mais aptos à problemática ultramarina, já que a unidade da Nação se integra na gestão e na ordem política, como um todo que é preciso manter e fortalecer. E é já tão notável a interdependência dos assuntos que comandam a actividade nacional que só benefícios presentes ou futuros poderão resultar dessas visitas.
O Sr. Presidente do Conselho vai dar às três províncias em que actua a subversão a honra da sua visita, e estamos absolutamente seguros de que não só a sua presença, como a sua palavra de Chefe e continuador da política nacional nos horizontes em que ela se formou e completa com fins integradores, hão-de tornar mais fortes os laços que unem a família portuguesa e reforçar a certeza de que Portugal é uma nação una e indivisível.
Todos quantos têm feito o ultramar, situem-se eles onde se situarem, no tempo ou no espaço, no trabalho físico ou intelectual, na gestão pública ou privada, continuam a dedicar-lhe todo o seu carinho e interesse, toda a devoção, toda a consciência do esforço que despendem. Tendo estes mandamentos presentes, melhor se compreenderá a cautela que convém ter em não permitir que se subverta a honestidade deste trabalho e a bravura do combate, e ter ainda presente que a contribuição de qualificados sectores na vida política nacional não pode ofender o significado unitário da Nação.
Por isso, muito judiciosas foram, e merecem o nosso inteiro apoio, as palavras do Sr. Ministro da Defesa ao regressar a Lisboa, quando disse:

Não posso deixar de prestar homenagem à juventude dos jovens que lá estão. E o facto de alguns que por cá andam estarem a fazer distúrbios parece que é a oportunidade de rever a sua situação militar para se juntarem aos outros na defesa do património nacional.

Sr. Presidente: Não fugindo à linha de rumo que imprimi a estas considerações, sugeridas pela necessidade de todos melhor nos conhecermos, desejo agora referir-me à visita que o Sr. Governador-Geral de Angola, tenente-coronel Rebocho Vaz, fez a Moçambique, a convite do seu governador-geral, Sr. Dr. Rebelo de Sousa.
Já nesta Câmara, pela ilustre colega de Moçambique Dra. Custódia Lopes, foi justamente realçado o significado dessa visita e a necessidade do maior intercâmbio entre todos os elementos activos do mundo lusitano. Inteiramente de acordo com a enorme vantagem dessas visitas, condicionadas, como estão, evidentemente, a factores de ordem material.
O Ministério do Ultramar e as próprias províncias vêm favorecendo e apoiando materialmente em escala apreciável o intercâmbio de elementos estudantis, que também tem tido em parte apoio do Ministério da Educação Nacional, embora quanto a estes fosse de desejar que, preferentemente, as verbas deste Ministério fossem aplicadas àquele fim, e não também como subsídio a deslocações ao estrangeiro. Mas não só os grupos escolares devem ser os escolhidos. Outros elementos sectoriais da população nacional deveriam visitar as províncias do ultramar, para formar correntes de opinião através do conhecimento do que é, do que vale e de que potencialidades ou riquezas se compõe, afinal o seu País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Creio que não haverá hoje uma família portuguesa que não tenha tido ou tenha parente seu no ultramar.
Pois, se em anos recuados se fizeram excursões ao ultramar, que tanto ajudaram a conhecer e a apreciar terras ignotas, agora, já que o tempo vai diminuindo à medida que crescem os meios de o ocupar, que se promovam viagens acessíveis e rápidas, como a via aérea proporciona, como meio de conhecer o ultramar e de apreciar sob os ângulos que cada um prefira, inclusive o turístico, como é atraente e como cativa a nossa terra de além-mar.
Feliz, pois, a iniciativa do Sr. Governador-Geral de Moçambique, que, ao convidar o Sr. Governador-Geral de Angola a visitar a província irmã do Indico, pôde certamente acordar o interesse de todos nós para que não se perca cada oportunidade que surja no conhecimento mais completo da Nação. E a forma expressiva como saudou o Sr. Governador-Geral de Angola e a análise que fez do interesse do intercâmbio como reforço da unidade nacional são bem o testemunho das preocupações que todos temos de cerrar fileiras para defesa comum dos territórios que formam a Nação.
Certamente que o Sr. Governador-Geral de Moçambique visitará também Angola, e deste intercâmbio, que desejaríamos, como já apontámos, ver extensivo a outros sectores provinciais, se formará uma consciência também mais segura do conhecimento de cada território, de cada actividade, de cada sentimento, como constituindo um todo, que facilitará uma compreensão perfeita do que valemos como nação e como força política e económica internacionais.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pontífice de Sousa: - Sr. Presidente: A imprensa noticiou oportunamente as declarações feitas no passado dia 6 de Fevereiro pelo Exmo. Sr. Inspector-Geral das Actividades Económicas aos órgãos de informação, para esse fim convidados.