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6 DE MARÇO DE 1969 3369

de alcançar-se este objectivo num clima de paz e de compreensão dos legítimos interesses e direitos de cada um.
O Governo tem de procurar uma solução para o problema, mas tendo em atenção as actuais estruturas económicas e sociais e a diversidade de preferências dos consumidores, que originam diferentes tipos de estabelecimentos comerciais, com encargos também diversos.
E ao terminar esta intervenção, quero testemunhar ao Governo, e particularmente ao Sr. Presidente do Conselho, o meu desejo de colaborar na empresa comum â que S. Ex.ª se referiu na palestra que fez à Nação no passado dia 10 de Fevereiro.
Tive para isso de fazer algumas críticas, que considero construtivas, tendo partido de dados colhidos com consciência e com recta intenção, como S. Ex.ª também preconizou.
Estou, pois, tranquilo e consciente de ter cumprido o meu dever.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente: Completaram-se ontem cem anos depois do nascimento, em Coimbra, do vulto eminente das letras portuguesas que foi o Doutor Eugênio de Castro e Almeida, que nessa sua e nossa cidade se finou no ano de 1944.
Cumprindo nobremente um indeclinável dever, a Câmara Municipal de Coimbra deliberou comemorar tão significativo acontecimento com as solenidades que ontem se realizaram na cidade com verdadeira e singular elevação.
Sendo bem conhecido apanágio desta Câmara o associar-se à comemoração de acontecimentos que transcendem a vulgaridade e de qualquer forma assumem expressão relevar te na vida nacional, cabido me parece, Sr. Presidente e Srs. Deputados, anotar aqui a passagem desse importante fasto, reverenciando a memória do Doutor Eugênio de Castro pelo salientado valor que lhe conferem as páginas gloriosas da história dos melhores poetas de Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Na verdade, Eugênio de Castro foi um grande e distinguido servidor da poesia portuguesa, que cultivou com a rara inspiração que caracteriza os eleitos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Muito novo revelou o seu talento, pois tinha apenas 15 anos quando deu ao prelo os seus primeiros versos, que reuniu em primoroso livro denominado Canções de Abril, vindo a público em 1884.
Depois, o seu talento e o seu labor intelectual não mais pararam, e as suas obras, nimbadas do mais puro sentimentalismo, quer em verso, quer em prosa, são os mais válidos testemunhos da rara elevação do seu talento.
Eugénio de Castro tornou-se respeitado e amado pela sua fidalguia sem restrições.
Recordo-me, Sr. Presidente, como certamente V. Ex.ª se recorda também, da veneração com que olhávamos a sua figura cheia de nobreza quando de sua casa se dirigia à Universidade.
E recordo-me, com a mesma intensidade, como também V. Ex.ª se recordará, como tantos outros, da veneração com que, nos nossos tempos de Coimbra, se contemplava a casa de que o Doutor Eugénio de Castro fizera o seu santuário, situada próximo da Universidade e também próxima do monumento a Camões, formado por elegante coluna, junto à qual expectava um hierático leão de bronze, sempre reverenciado por todos os da velha Academia, que mandara erguer tão belo monumento ao nosso grande e glorioso épico!
Os cruéis desvarios dos mandos da civilização, que depredaram a cidade de Coimbra de tantos e tão significativos valores da colina sagrada, onde se ergue a sua gloriosa Universidade, fizeram destruir esse santuário e esse monumento em busca de espaços para implantar as inexpressivas construções da nova cidade universitária!
Sabe bem recordar esses elementos do valioso património de Coimbra, tão duramente sacrificados ...
Mas é especialmente grato poder recordar, cem anos volvidos, o nascimento de um homem de Coimbra, que, pelo valor incontestável e incontestado dos seus altos merecimentos, se tornou um vulto nacional dos mais relevantes, alcançando, por isso, haver-se «libertado da lei da morte»...
Ao comemorar, agora, com bem sentido orgulho a felicidade de haver sido a cidade berço de Eugénio de Castro, Coimbra transcende largamente os limites geográficos do seu território e personaliza e encarna, com a maior dignidade, o orgulho de todos nós por o grande poeta ter nascido português e ter enriquecido as letras de Portugal com os tesouros inestimáveis dos seus belos escritos!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Associo-me, Sr. Presidente e Srs. Deputados, e creio que todos nos associamos, como outros neste País já o fizeram, designadamente a nossa valorosa imprensa, à comemoração do notável acontecimento, fazendo assim justiça, e só justiça, à memória de quem, como Eugénio de Castro, continua presente entre nós, afirmado na sua grande obra literária, que não perdeu o seu fulgor, nem jamais será esquecida.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Como ontem anunciei, a primeira parte da ordem do dia é constituída pela eleição do 2.º Vice-Presidente. Para VV. Ex.ªs terem tempo de prepararem as suas propostas, suspendo a sessão por alguns minutos.

Eram 18 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 18 horas e 40 minutos.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa uma única proposta, subscrita pelos Srs. Deputados Albino dos Reis, Águedo de Oliveira, Neto de Miranda, Sebastião Ramirez, Paulo Cancella de Abreu, Barbieri Cardoso, Araújo Correia e