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24 DE MARÇO DE 1969
vocados ao apreciar o pedido da carreira agora concedida, para, utilizando o mesmo critério de justiça, a indeferir também. Mas vejamos o que se passou:
O Serviço de Transportes Colectivos do Porto requereu a concessão da carreira referida em 15 de Novembro de 1963, e foi-lhe negada em 30 de Dezembro de 1966, com o fundamento de que já todo o percurso estava servido (o que não era verdade) por intermédio de carreiras do requerente (Serviço de Transportes Colectivos do Porto) e de outros concessionários, não se tornando necessário o seu estabelecimento.
Logo a seguir, uma empresa particular requereu uma carreira para, fundamentalmente, servir a zona que o Serviço de Transportes Colectivos do Porto quis servir com a carreira que lhe foi negada, e, perante o espanto de milhares de alfenenses e ermesindenses, foi deferida sem que se tenha alegado que já todo o percurso estava servido. A mim disseram-me na Direcção-Geral de Transportes Terrestres que houve, de facto, um lapso, pois pensavam que o troço entre Alfena (cruzamento) e Ermesinde estava servido pela carreira quinzenal do concessionário A. Maia & C.ª, Lda, entre Castelo da Maia e Feira do Cô, mas que posteriormente ao indeferimento da carreira pedida pelo Serviço de Transportes Colectivos do Porto verificaram que efectivamente não estava servido, razão por que foi dada a concessão ao segundo requerente. Ocorre-me perguntar o que teria sido feito da oposição apresentada pelo Serviço de Transportes Colectivos do Porto em 9 de Maio de 1967 ao pedido do segundo requerente e que, clara e inequivocamente, demonstrava que a carreira requerida não tinha justificação, visto se encontrarem servidas de transportes as áreas por onde se pretendia fazê-la circular, como pouco tempo antes a própria Direcção-Geral havia reconhecido.
O Serviço de Transportes Colectivos do Porto, depois de ver negada a carreira com que pretendia servir a zona compreendida entre Ermesinde e Alfena (cruzamento) e que alimenta em grande parte a sua carreira de troleicarros entre Bolhão e Ermesinde, zona essa que, segundo a Direcção-Geral de Transportes Terrestres, foi considerada servida pela carreira quinzenal já referida, o que não é verdade, como foi testemunhado pela Polícia de Viação e Trânsito do Porto e pela Guarda Nacional Republicana de Ermesinde, tentou nova carreira, com aquela intenção, que apresentou em 2 de Novembro de 1967, e que, para mais fácil concessão, se sobrepunha inteiramente à carreira de troleicarros acima referida, prolongando-se depois até ao cruzamento de Alfena, com o que se procurava servir a população dessa zona da estrada nacional n.° 105-1, que não tinha outra ligação com o Porto e era obrigada a percorrer a pé mais de 3 km até à estação de Ermesinde, onde já podia beneficiar dos modernos troleicarros do Serviço de Transportes Colectivos do Porto.
Esta carreira, ao que parece, ainda não foi despachada, por exceder numas escassas centenas de metros (o que é discutível) a área preferencial do Serviço de Transportes Colectivos do Porto, fixada pelo Decreto-Lei n.° 40 744, num percurso que não é servido por qualquer meio de transporte.
Por isso, e atendendo ao interesse dessa carreira, quer para o próprio Serviço, quer para a populosa zona a servir, foi recentemente solicitado que fosse concedida a carreira até ao termo daquela zona de opção.
O Serviço de Transportes Colectivos do Porto e toda a população a servir crêem que agora não há mais possibilidade de engano e que a carreira requerida lhe será concedida, como é de elementar justiça.
Por outro lado, as Juntas de Freguesia de Alfena e de Ermesinde, que, consultadas pelo Grémio dos Industriais de Transportes em Automóveis, marcaram insofismadamente a sua posição, enviando nesse sentido ofícios e exposições, não só àquele Grémio, como a S. Ex.ª o Ministro das Comunicações, ao Sr. Director-Geral de Transportes Terrestres, ao Sr. Governador Civil do Porto, ao presidente da Câmara Municipal de Valongo e ao director do Serviço de Transportes Colectivos do Porto; o reverendo pároco de Alfena, que, através do seu jornal A Voz de Alfena, tanto tem pugnado pelo interesse dos seus paroquianos; a Câmara Municipal de Valongo, pertencente à Federação de Municípios, que junto das entidades competentes se fez eco dos anseios das suas populações; e, finalmente, os estudantes dos cursos secundários e superiores, operários, empregados comerciais e de escritório, funcionários, comerciantes e particulares que na cidade do Porto têm as suas ocupações e que diàriamente aí se deslocam podem esperar confiadamente a decisão final do Sr. Ministro das Comunicações, que, dado o seu superior critério de justiça e depois de convenientemente esclarecido, não deixará de atender esta premente necessidade de um povo laborioso e ordeiro que, nos momentos fáceis como nos difíceis, tem sempre correspondido a todas as solicitações das autoridades locais.
Pela minha parte, embora lamentando que um simples requerimento de uma empresa privada se tenha sobreposto ao interesse público, exuberantemente manifestado por todas as autoridades locais, e resumindo estas breves considerações, daqui faço um apelo ao Sr. Ministro das Comunicações, formulando o melhor dos votos, em nome dos habitantes da região, para que brevemente possa agradecer a concretização dos anseios de todos os alfenenses, tornando extensiva a rede do Serviço de Transportes Colectivos do Porto até ao centro cívico, situado no coração da freguesia e dentro da área de opção.
Vozes: — Muito bem, muito bem
O orador foi muito cumprimentado.
O Sr. Armando Cândido: — Sr. Presidente: Li estas palavras fortes e profundas:
Quem me dera ser rico para ser ainda mais soldado do que sou.
Depois, o autor da legenda explicou-me a ansiedade que dela rompe.
Vou tentar resumir o que me disse:
Quiseram um dia convencer-me de que a política não é um problema de princípios — mas de tacto. Reagi, pensando que a política é as duas coisas: um problema de princípios e um problema de tacto. Pois o senso capaz de tratar com os homens e de adivinhar o que mais lhes agrada não é o senso de conhecer os homens e de saber o que mais lhes convém, mesmo que os contrarie. Quer dizer, o problema dos princípios tem de figurar na base do problema do tacto, sob pena de este se desfazer em opções sem apoio firme, sendo, portanto, susceptível de se perder na ressaca das teorias mais ou menos sedutoras, ainda que enganosas.
Sempre combati o comunismo. E irreversivelmente ateu. E o que ó ateu por definição e prática não pode ser humano.
Combati-o, quando muitos o combatiam, e continuei e continuo a combatê-lo, agora mais do que nunca, por ver gente adormecida, ou indiferente, ou cansada, ou certa de que não vale a pena — gente talvez narcotizada pelas transigências sucessivas.