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1182 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 57

quilidade das populações autóctones. As estatísticas revelam uma autêntica corrida à instrução, tendo aqui particular evidência a nobilíssima acção da Igreja Católica, ao serviço da paz e da valorização do homem.
Na acolhedora Malanje, continuamos a sentir-nos em nossa casa, e, uma vez perante a grandiosidade das Quedas do Duque de Bragança, podemos tecer louvores a Deus por nos proporcionar aquele regalo, mas não podemos esquecer a acção dos homens que vêm a caminho com a moderna rodovia, que há-de impulsionar o turismo num dos mais bonitos recantos de Portugal em África.
No Cuanza Norte continua a pensar-se nas dádivas do génio português ao continente africano.
Impressiona menos a circunstância de a barragem de Cambambe poder produzir tanta energia como o conjunto das barragens da metrópole do que a grandiosidade da obra que enfia um rio por debaixo de uma montanha e o faz destilar e a força impulsionadora de um progresso trazido ao homem sem- quaisquer discriminações.
São assim os portugueses em África.
Nem sempre nem todos teriam vivido o mesmo ideal, mas não é sem ideal que é possível oferecer a povos de primitivíssimo comportamento um convívio que os transforma em homens sob o ponto de vista moral e político ao ministrar-lhes noções de dignidade humana, propícia a uma fraternidade sem reservas.
E é já de mãos dadas com os africanos, integrados numa pátria quê os adoptou e não submeteu, que os Portugueses continuam a dar-se à África, desventrando montanhas e mudando o curso aos rios para os transformar em fonte de riqueza.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Será por isso que há afrontados a desejar expulsá-los daquele continente?
Esta pergunta, que inspira tristeza, e porque desafia resposta além-fronteiras, atinge foros de (escândalo quando é motivo de meditação à sombra das ruínas de Massangano! ...
Hoje como ontem! Apenas a cobiça vem de mais longe e tem raízes mais profundas ...
Para além do interesse que possa suscitar a discussão à volta da imediata vantagem económica do colonato da Cela, fica uma experiência vivida, que deve ser ponto de partida para a multiplicação de triunfos, preenchimento de lacunas e correcção de erros.
Transmontanos, açorianos ou alentejanos, beirões ou ribeirinhos, todos ali dão conta de si, orientados por qualificados técnicos das escolas metropolitanas. Os nativos são chamados k posição de igualdade. Para todos o mesmo apoio e as mesmas garantias. Há que arrancar ao solo ubérrimo mais experiências.
Reclama-o a fertilidade das veigas africanas, reclama-o a necessidade de retirar da cultura de cogumelos em França os homens de que Angola precisa para colaborarem na produção do milho, do algodão, do café, do açúcar ou do sisal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Este Cuanza-Sul, cheio de explorações agrícolas com exemplar organização de assistência médica e escolar às populações activas, tem o seu cartaz em Novo Redondo.
Não se pode ficar insensível em presença dessas legiões de monitores rurais, mais pretos do que brancos, que por toda a parte ensinam a falar, a ler e a utilizar na aprendizagem de artes e ofícios o português, com a consciência de que são obreiros de Portugal.
Consciência que sentimos responder quando chamamos por ela, traduzindo-se em lágrimas de emoção.
Sempre e em toda a parte, uma obra de apoio à África.
Os Institutos de Investigação Agronómica e Veterinária em Nova Lisboa falam por si. Centros para irradiação de apoio técnico, situam-se entre os melhores do continente negro. Não são directamente necessários para Lisboa, mas para uma Lisboa nova, que cresce e enriquece a olhos vistos.
A sua preponderância para a zona do planalto tem paralelo de influência que exerce em toda a região do Sul.
Influência que não afecta o regionalismo bem definido de Sá da Bandeira.
Aqui, o turismo tem uma palavra a dizer, chamando o visitante a Tundavala e o viajante à travessia da Leba.
Não importa perguntar se fica caro o empreendimento, que leva 27 000 contos para fazer 9 km de estrada, até porque homens de uma vontade de ferro estão na origem do sonho e abraçam já, orgulhosos, a realidade. O que importa é reconhecer, mais uma vez, a generosidade do sacrifício pela África e que nada seria possível sem o apoio da metrópole. Os recursos de que a província dispõe com legitimidade pela sua autonomia financeira e consequente orçamento privativo só podem ser livremente utilizados, estando os investimentos nacionais noutras frentes onde se arrisca o mais precioso dos capitais - a vida!
Este pensamento faz-nos passar por Serpa Pinto, a caminho da frente leste, até Cangamba e Gago Coutinho.
Queimados pelo sol escaldante, batidos por um clima tropical impiedoso, estão ali os soldados metropolitanos, cabos ou coronéis, amassados na terra vermelha, de armas na mão, frente a um inimigo traiçoeiro e enfeitiçado, que ora faz surtidas, ora se acoita nos redutos proporcionados pelos incendiários dessa África, que, desprotegida, seria queimada com o mais feroz dos ódios racistas.
Heróis a toda a hora, serenos e confiantes, conscientes da nobreza da sua missão, esses homens, que também têm pretos por companheiros, sabem que vedam a passagem às forças agressoras de uma civilização, que só deve à África honras para a História e à qual a África tanto deve ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -... Pois todas as formas de comportamento desses homens, naturalmente acompanhados nos sectores responsáveis, estão subordinadas aos princípios da mesma civilização. Princípios que nos obrigam a receber com indignação algumas insinuações grosseiras proferidas por desatentos ou irresponsáveis.
No regresso à retaguarda, onde se travam outras portentosas batalhas, é consolador acompanhar a marcha do minério de ferro no ordenamento industrial de Cassinga até ao magnífico porto de Moçâmedes.
Aqui, os prodígios da técnica estão de mãos dadas com a perseverança dos homens, criando novas potencialidades para a província. Perseverança que honra os homens do Caraculo e dignifica os obreiros de Porto Alexandre.
Não podia ser de outra maneira na antiga região deserta, povoada pelos portugueses saídos do Brasil, precisamente porque não queriam ser outra coisa senão portugueses.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O mesmo fulgor, a mesma corrida para o progresso na portuguesíssima Benguela. As mesmas pó-